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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Belezas do Rio Grande do Norte


Barra de Cunhaú


Aposentado? Fala sério


Muito preocupado com a crise no Egito


Até que é um bom lugar para se bater papo


Na hora do almoço? Rsrs


Praia de Sibaúma





Praia de Camurupim



Praia de Tabatinga



Rendeira em Tabatinga








sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Danem-se, miseráveis

     As construções precárias, algumas de pau-a-pique e chão batido, parece terem sido projetadas pelo mesmo arquiteto que fez os hediondos círculos retratados pelo florentino Dante Alighieri em sua Divina Comédia. Um pedaço de inferno no Nordeste de um Brasil tão rico. Raríssimas são, quase que num contra senso, as casas em que o céu não esteja representado. Em uma delas, duas, noutra, três. Às vezes, cinco anjos de olhos cintilantes e barrigas crescidas por abrigar tantos vermes, brincam sem saber que o futuro é perdição. O que pedem da vida? Quase nada. Uma bola de plástico, quando muito, para dar vazão às puerilidades, ou uma boneca sem braços. Talvez, presentes de um protetor que ceifa-lhes o sopro divino aos poucos – o prefeito. Sim, senhoras e senhores, o prefeito e seus vereadores são os demônios que eliminam quaisquer possibilidades de tais crianças ascenderem socialmente. Roubam-lhes o direito a saúde. Ao invés de sanear o município, e evitar assim a presença de pestes, fazem arremedos de pavimentos que, superfaturados, tornar-se-ão em belas casas de praias, apartamentos luxuosos e carros importados. Oferecem salários de miséria aos professores e atraem, para a nobre função, profissionais desencorajados e também vencidos pela desgraça. A merenda escolar, que para alguns anjinhos é a principal refeição do dia, chega em forma de comida de cachorro. Cachorro de pobre, diga-se de passagem. Por quê? Porque políticos inescrupulosos precisam de filé-mignon na mesa de suas mansões. "Danem-se, miseráveis, o que nos interessa são apenas os votos dos teus pais", gritam pelas ruas quando fazem comícios. Depois, correm para o céu do litoral. Gula, avareza e luxúria lhes esperam – só para citar alguns pecados. Ah, fotografias em jornais, aparições na TV e coisas do gênero acompanham o Manual do Explorador. Não podem, isso não podem, esquecer do próximo dia das crianças. Uma nova boneca de 1,99 e uma nova bola, também de 1,99, aquietarão os filhos dos escravos.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Estudar? Que nada!

    A professora de inglês chegou à sala de aula e esperou pacientemente que os adolescentes se acomodassem. A escola de idiomas, uma das mais badaladas do Brasil, é reduto de meninos e meninas vindos de famílias abastadas. Os futuros donos de casa pareciam não se importar com a presença da teacher, e muito menos com o ambiente de estudo. Depois de alguns minutos de carnaval, a ensinadora, agora com a paciência para lá de esgotada, pediu silêncio e contou sobre um email que recebera. A correspondência eletrônica mostrava duas salas de aula – uma nos EUA e outra em um empobrecido país africano. Na escola Americana, os alunos, sentados diante de modernos computadores portáteis, dormiam. Enquanto isso, os africanos, esparramados pelo chão batido de um casebre, escreviam no piso, numa busca desenfreada pelo saber.


     Quando a professora terminou de contar, uma das adolescentes, 16 anos, foi incisiva: “A senhora acha que vai nos sensibilizar com essa história? Compre lápis e envie para eles”. A profissional, sentido o descaso da aluna com o estudo, perguntou se a moçinha não achava que estava rasgando o dinheiro dos pais, uma vez que eles pagavam para ela fazer um curso de idioma pelo qual não demonstrava ter o menor interesse. “Eu já sabem que não quero estudar inglês”. Sabendo que não se deve dar pérolas a porcos, como ensinou Jesus Cristo, a professora ignorou a futura advoga, médica ou empresária e se pois a ensinar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma cidade, um curral?

Terça-feira, 5h da tarde. Estou numa cidade do interior nordestino. Não vou revelar o nome do município em respeito aos seus moradores. É que, às vezes, os habitantes de um lugar sentem-se aviltados quando expomos a nudez do seu torrão. Lembrei do conselho que o meu professor e amigo argentino, Gustavo, deu-me: “Quando for viajar, leva um tênis na bolsa. Todo dia dá uma corridinha para manter a forma”. Venho fazendo isso na medida do possível. Hoje, no entanto, aproveitei o exercício para observar o percurso em detalhes.


Enquanto corria, precisava praticar salto em distância. Era o único jeito de escapar dos esgotos que cortavam as ruas. A água suja parecia o choro de um resto de Brasil entregue a malfeitores. Lembrei do curral dos meus animais e pensei: Eu não deixo o gado andar sobre lama. De fato, no meu sítio, os quadrúpedes são tratados com carinho. O recinto onde dormem e recebem trato é limpo. Não tem, acredite, paisano, cheiro ruim. Cheiro que tive de suportar enquanto corria. Eu morreria de vergonha de ser prefeito dessa cidade.

Vi uma escola fechada. As luzes estavam acesas. Falta um administrador, imaginei. De onde sairá o dinheiro para pagar a conta de energia? Do bolso dos escravos. Escravos que, oprimidos pelo sistema, trabalham de olhos vendados. Não podendo ver, não chegam ao conhecimento. E o conhecimento, sabemos, é uma forma de poder. E o poder, meu caro, os tiranos não querem dividir com ninguém. Que nojo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Delegado agride cadeirante

“Se a vítima não tiver um direito sobre o carrasco, então nao haverá justiça”
                                                                        José Saramago - escritor português

Damásio Marino é o nome dele.

- De quem se trata?

- De um delegado de polícia.

- O que ele fez para merecer ter o nome divulgado aqui?

- Agrediu um cadeirante.

- Por que?

- Porque o paraplégico reclamou com ele.

- E por que carga d’agua um camarada, que nem correr pode, meteu-se a questionar um “homem da lei”?

- Porque o bonitão, que não é deficiente físico, mas porta arma de fogo, estacionara o carro na vaga reservado a deficientes. Anatole Macedo, a vítima, achou-se no direito de pedir explicações ao semideus.

- E por isso apanhou?

- Sim, foi agredido pelo delegado que fez uso da arma para humilhar o cidadão.

- Onde foi que aconteceu essa barbaridade?

- Em São José dos Campos, São Paulo, na última segunda-feira.



    Meu amigo, minha amiga. Você sabe o que vai acontecer com o delegado? Nada. Isso mesmo; nada. “Ele será afastado da função, enquanto durar o inquérito”, dirá o porta-voz da Secretaria de Segurança Pública, recorrendo a uma frase comumente usada em situações como essa – que não são poucas. É a medida comumente adotada pelos donos das armas. Quando a população esquecer – o que não levará duas semanas – o verdugo voltará às atividades costumeiras.

     Aproveito e sugiro que a vida desse delegado seja escrutinada. Sim, porque ele não é, como diz o adágio, flor que se cheire. A Corregedoria tem uma ótima chance de descobrir quem é Damásio Marino. Como disse a rapariga dos óculos escuros de Ensaio sobre a cegueira, “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.

 
PS: Para maiores informações sobre o caso, clique aqui.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma questão de saúde

"Política e saúde não combina". Quem disse isso foi uma enfermeira de plantão no hospital regional de um Estado nordestino. Para ela, o principal problema desses estabelecimentos são os péssimos administradores dos hospitais. "Eles são colocados aqui por políticos. Não entendem nada de administração, muito menos de hospital". Ela também denunciou que alguns médico não comparecem aos plantões nos finais de semana. "Os pacientes chegam e não tem quem os atenda. Depois o médico apresenta um atestado e fica por isso mesmo", indignou-se a profissional que trabalha no setor público há mais de vinte anos.

Andando por esse Brasil varonil, deparo-me, impotente, diante de pessoas como a enfermeira acima citada. Brasileiros irritados com a impunidade, com o desmando e com a falta de perspectiva para a solução de problemas que corroem o país.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Droga, droga e droga

Aproxima-se da meia noite. O posto de combustível às margens da BR fervilha. Mesmo assim, as bombas não despejam uma gota de gasolina, álcool ou óleo diesel nos tanques dos veículos. A movimentação é no pátio, onde caminhões estacionados servem de trincheiras para traficantes, viciados com narizes eufóricos e prostitutas. O estrago causado à sociedade é impossível de ser quantificado. Um rapaz de 19 anos comanda a boca. Aristeu, chamemos assim o moço, é um velho conhecido da polícia. Vende crak, maconha e cocaína. A mãe dele é falecida. O pai, potiguar, mora com uma pernambucana. O casal não aprova o modo de vida adotado por Aristeu. Jercino, nome fictício do pai, não permite que produtos advindos de roubo ou tráfico entrem em sua casa. “Não aceito vagabundo. Não quer trabalhar honestamente, então não apareça perto de mim”, esbraveja em tom de desabafo.

Por volta das 2h da madrugada, Aristeu chama um taxi. Vai à capital, há cerca de 20 km, buscar uma nova remessa de drogas. Ao ser perguntado se não tem medo de ser pego pela polícia, fala grosso: “Eu vendo para policiais, também. Se acontecer alguma coisa comigo, eu entrego todos eles. Meus clientes, aqui, são, na realidade, os caminhoneiros”. Um rapazola de 17 anos está agachado sob a carroceria de uma carreta. O cachimbo movido à pedra está em frenesi. Seu nome? Messias. É irmão de Aristeu. Quase alheio ao que se passa em redor, sorri quando um passante lhe diz uma pilhéria. Não estuda. Não trabalha. É um nordestino sem esperança de dias melhores. Um brasileiro anônimo. Um filho que morreu para o pai, embora não tenha ciência disso. E que está morrendo aos poucos pela boca. Ninguém faz nada. “Será preciso mais que um ‘messias’, para salvar Messias”, penso entristecido.

“Aqui ta tudo tomado pela droga”, diz Anastácia, madrasta dos rapazes. “Tem ‘minino’ de dez anos viciado em maconha”, assusta-me. “Outro dia, meu marido pegou Messias fumando ‘peda’ e deu-lhe uma surra. Queria fazer ele comer a ‘peda’. Só não matou porque eu não deixei. Eles - Aristeu e Messias - moram num barraco perto da nossa casa. Jercino não quer eles aqui. Mas quando ele sai para trabalhar, eu dou comida a eles. Tenho pena”.

O que contei, vi na periferia de uma capital nordestina. Um lugar empobrecido, onde o dinheiro do meu imposto parece não chegar.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Passeio de buggy pelas dunas

     Quem visita Natal, comete um pecado se não for andar de buggy pelas dunas. O passeio começa às 8h e termina às 16h.





Durante o passeio uma moça gritou amedrontada, devido as manobras "com emoção" que o bugueiro realizava. Ele tratou de acalmá-lá: "Faça como eu, feche os olhos".


O passeio é, antes de qualquer coisa, terapêutico.


Em Natal são quase mil bugueiros credenciados pela Secretaria de Turismo, fazendo passeios pelos litorais sul e norte. Cada buggy leva 3 ou 4 turistas. O almoço na beira da praia ganha um sabor todo especial.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Eita lugarzinho mais ou menos!

O Rio Grande do Norte é, realmente, um bom lugar para se conhecer. Alguns locais do Estado são quase que totalmente desconhecidos por quem não é daqui. Certas praias parecem desertas, mas têm estrutura para receber quem as visita. É o caso de Barra de Cunhaú, distante cerca de 90 km de Natal.





quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Seria o mundo um grande curral?

     Gerineldo ganhou um cincerro. E pelo visto nao gostou do adereço. Talvez aquele “telengo-tengo” que ele escuta, toda vez que mexe o pescoço, seja, realmente desconfortável. Ora, o tourinho nunca tinha visto algo parecido. De repente o adorno barulhento lhe foi imposto. Quem o colocou? O dono, certamente. É aquela mania que as pessoas têm de comandar quem é mais fraco do que elas. E os bois, colegas, apesar da força, são débeis na inteligência. Não fosse assim, o mundo seria um grande curral. Há quem diga que não seja muito diferente, mas vamos deixar isso por conta de cada mente. Os demais companheiros estranharam o ornamento. Ficaram alguns minutos arrodeando o colega, examinando, ao que pareceu, a novidade. Depois, como se faz com tudo que é moderno, recente e desconhecido, deixaram de lado e foram fazer o que mais lhes apraz: pastar. Gerineldo, entretanto, resolveu empenhar-se na missão 2011: tirar o chocalho do pescoço. A tarefa não é das mais fáceis. Vez por outra, ele esfrega o barulhento em uma árvore. Até agora, nada.

     Quando o tratador se aproxima do estábulo, é uma algazarra. Gerineldo se esquece da percussão que carrega e dispara em direção à ração. O olfato, meus caros, é, nos bovinos, assim como nos humanos, o sentido mais sensível. Principalmente quando comandado pelas reclamações das tripas. A fome tolhe o raciocínio dos quadrúpedes. Nada diferente do que acontece com os filhos de Adão. O terneiro, obcecado em satisfazer o desejo da barriga, preocupa-se apenas em se afofar na ração. É de boa paz, o chifrudo. Esse de quem estou contando. Não me refiro a todos os guampudos que conheço, que, convenhamos, não são poucos. E, por ser assim, não dá cabeçada em Bibigul – uma bezerrinha de seis meses que insiste em andar perto dele. Gerineldo não é o tipo que desconta nos outros o sofrimento que lhe caiu nos lombos. Mesmo tomando, vez em quando, umas bordoadas do Pirata - o manda-chuva do pedaço -, não se aproveita de quem é, por natureza, mais fraco do que ele. Ele parece entender que Bibigul não tem culpa no cartório. Por isso não descarrega-lhe o recalque.

     Depois de encher a pança, a porteira é aberta e ele livra-se da opressão do curral. Sua natureza exige liberdade. Não pode, por mais que o estomago peça, limitar-se ao redil. Bibigul o acompanha; Jipão também. Os três são adolescentes. O chocalho, agora, parece não incomodar. O intestino forrado é capaz de proezas que até Deus duvida.






quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um coice na cara

     Dizem que os bichos são brutos, não pensam e não têm inteligência. Como diz o ditado, “cada quá com seu sarapiquá”. Eu, do meu lado, acho-os sensíveis, imaginativos e espertos. Não esperto no sentido de enganador, como se diz do jogador de futebol que ludibria o árbitro. Não esperto no sentido do guri, ou da guria, que engana o pai e a mãe dizendo que vai dormir na casa da amiga (o) e cai na vadiagem. Não esperto no sentido do político que gasta na campanha muito mais do que a soma de todo o salário que ganhará durante o mandato, sabendo que a teta pública é como a ponta de um iceberg, ou seja, o salário declarado é quase que uma gorjeta. Não esperto no sentido do empresário que apesar de andar de iate, recebe restituição do imposto de renda. A esperteza dos bichos é muito mais nobre. Falemos dos bovídeos.



     Outro dia, Bibigul deu-me uma aula de cidadania. Trata-se de uma terneira com seis meses. Leva esse nome em consideração a uma personagem do livro O Livreiro de Cabul. A matrona comia desesperadamente. E a minha Bibigul não é diferente. Sabendo que sempre lhe dou alguma comida especial, toda vez que ela me vê caminhando pelo pasto, dispara em minha direção. Os olhos da quadrúpede chegam dois metros na frente do corpo. É de assustar quem não a conhece. Quem a conhece gosta. Como dizia Chico Buarque, “Amo tanto e de tanto amar, acho que ela é bonita”. No entanto ela me lembra um coco-da-baía e um serrote embrulhados num jornal. Jipão detesta a coitada. Jipão é o nome de outra bezerra. Tem esse nome devido aos peitos exagerados que tem, apesar de ainda não ter feito o primeiro aniversário. O que tem a ver Jipão com mama grande? É uma história que contarei outro dia.


     Jipão e Bibigul têm os mesmos direitos no sítio. Jipão, entretanto, acha-se privilegiada. Deve ter a mentalidade daquele motorista que acredita que pode passar na frente de todos os carros que estão na fila do engarrafamento. Quando ela percebe a presença de Bibigul, corre para lhe dar cabeçada. Na hora que ganham ração, nem se fala. E foi numa dessas horas que Bibigul mostrou o que é ser cidadã. Ela estava comendo. Jipao veio babando para agredi-la. Bibigul esperou a aproximação e “pá”. Deu-lhe um coice no meio da cara. Jipão ficou desnorteada e saiu de banda. Bibigul, calmamente, exerceu o direito de comer. Entendi que entre eles a cidadania é conquistada, não vem de “mão beijada”. Pois, é.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Até amanhã

     Estou escrevendo esta crônica às 21h45. É véspera de ano, como diz a minha mãe. Daqui a pouco mais de duas horas estarei em 2011. Hoje de manhã joguei futebol na AABB, a última pelada do ano. Depois vim à praia. Almocei e fui subi para a varanda. A rede me esperava. Um livro foi grudado em minha mão. O vento sul obrigou-me, apesar do sol que brilhava, a me enrolar no cobertor. Só desci na hora de começar a Corrida de São Silvestre. E vibrei, evidente, com a vitória do brasileiro Marilson. Às 18h30 fui à praia. O sol ainda queimava. Tava difícil de caminhar por entre os viventes esparramados na areia. Depois de dez minutos andando rápido, contagiado, talvez, pelo clima da corrida que assistira, iniciei minha corrida. Quarenta minutos na areia fofa. Às 19h30 já estava de volta. Um banho.


     O barulho dos rojões me incomoda e indica a chegada do ano novo. Para mim, não é uma data especial. Já foi, confesso. É interessante como algumas pessoas, e eu sou uma dessas, mudam a forma de pensar ao longo dos anos. Muitos conhecidos meus juram que não mudam. E argumentam que o dia 31 de dezembro é um dia especial por diversos motivos. Para ser sincero, acho uma tolice da parte deles, mas fico calado. Como disse o tcheco autor de A Insustentável Leveza do Ser: “Quando o coração fala, não é conveniente que a razão faça objeções”. Nesse caso recolho-me a minha insignificância de um sem- coração. Sei, entretanto, que amanhã, quando eu acordar, ouvirei os noticiários falando sobre os mesmos políticos que meteram a mão no meu bolso no ano passado. Terei que ouvir as mesmas porcarias vindas dos potentes sons de alguns carros cujos motoristas insistem em empurrá-las nos ouvidos de quem passa.


     A única coisa, para ser bem sincero, marcante nesta noite, é que depois dela só precisarei de mais 10 dias para pegar o vôo com destino a Natal. E nesse caso, a noite do dia 10 de janeiro será infinitas vezes mais importante do que a de hoje. Mesmo assim, aos de bom coração desejo um abençoado 2011. Aos que me enchem o saco, peço que aproveitem a data para prometerem a si mesmo que pegarão mais leve. À você, paisano, que lê de vez em quando minhas crônicas, até amanhã.