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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dá-lhe, Angélica

          Uma amiga minha acabou de me contar que consegui uma vaga na UNB (Universidade de Brasília). Juro por Deus, fiquei muito feliz. Parabenizei-a. A moça é do interior de Santa Catarina. Admiro-a pela vontade de vencer e a coragem de lutar que possui. Digo isso porque todo mundo quer ser um vencedor, lutar que é bom, necas de pitibiriba. Angélica, por sua vez, sempre me passou uma gana muito grande. Sabe aquela pessoa que a gente olha, escuta e diz: “vai longe”. Desde que a conheci, aqui em Floripa, sempre tive certeza que a catarinense daria voos altos. Você pode estar me perguntado: “Só porque ela passou na UNB, merece tantos elogios?”. Não, não é só por isso. Se bem que entrar na UNB não é “só isso”. Sei, por outro lado, que o que ela fez foi entrar em um aeroporto com aeronaves prontas a levá-la para qualquer lugar desse asteróide onde vivemos. Ao menos para Elisa – este é o sobrenome da minha amiga – a entrada para o mundo está aberta.



          O que eu quero compartilhar contigo, amizade, não é a proeza da jovem, mas a minha. “Ué, como a sua, Gilead”, você deve me perguntar. Respondo: “É que não tive inveja dela. E se não fui tomado de tal sentimento, posso me considerar amigo da Angélica Elisa”. A inveja, paisano, é uma praga que corrói a alma do ser humano. Quando sabemos que alguém, próximo a nós, obtêm sucesso, e não ficamos felizes, fomos ferroados pelo mesquinho sentimento. E não venha me dizer que não sente inveja. Ela é mais comum do que pensamos. E é nociva. Não existe esse papo de inveja boa. Não, inveja boa é admiração; é outra coisa. Inveja é maligna. Inveja é malvada. Dizer que há inveja boa é como compará-la a tumor maligno e benigno. O que você acha de carregar um tumorzinho no corpo? Por mais benigno que ele seja, “To fora”. A inveja é semelhante. Não existe uma boa. E aí?

          E aí eu tenho certeza que algumas pessoas vão morrer de inveja da minha amiga. Vão até dar-lhe os parabéns. Mas vão pensar: “Logo essa chata”. Não que ela seja, mas o invejoso adora ver defeito nos outros. Para você ter uma ideia de quão asquerosa é a inveja, basta se perguntar quantos amigos, ou amigas, você tem que já confessaram terem sido tomados pelo insólito sentimento. É, simpatia, o cara admite que comeu feito um cavalo – o que pode ser considerado glutonaria. Reconhece que é praticante de sexo desordenado – pode ser enquadrado em luxúria. Revela dias em que não tem coragem de fazer nada – preguiça. E declara-se reu em um monte de deslizes espirituais e morais. Jamais, eu disse jamais, vai reconhecer ser invejoso. Outra coisa: não invejamos quem está longe de nós. Não. Invejamos pessoas ligadas à gente.

          É por isso que para saber se uma pessoa é tua amiga, conte-lhe um sucesso teu. Quero ver ser teu amigo na hora de suportar o teu sucesso. A bíblia manda: “Alegrai-vos com os que se alegram”. Queres saber como estás de inveja? Pense em amigos e parentes próximos. Liste alguns sucessos deles. Leia em voz alta e veja tua reação na hora em que os lê. Por isso fiquei feliz com minha proeza, como escrevi no início. Ao perceber o quanto fiquei contente com a notícia que Angélica me deu, vi as asas negras da inveja se remexendo e se distanciando. Parabéns, Angélica.

2 comentários:

  1. É isto mesmo, as pessoas sao invejosas mas nao querem confessar. Eu aproveito o anonimato pra dizer que tambem tenho meus momentos de inveja.

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  2. Gili, obrigadão por tudo. Sei que falaste sincero e de coração! Vamos em frente! Fica com Deus e obrigada pelas belas palavras.

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