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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meus heróis não morreram de overdose

          Vamos deixar uma coisa bem clara: meus heróis não morreram de overdose. E posso relacionar o nome de alguns deles, para que possas, paisano, confirmar o que digo:

Tex Willer – Um ranger (espécie de polícia especial) durão que estava sempre pronto a lutar pela justiça. É bem verdade que o cara matava muita gente, mas como dar uma flor para quem lhe cuspia balas de revólver?

Ken Parker – outro justiceiro que, com um rifle na mão, era imbatível. Li, em 1978, o primeiro episódio do cara lançado no Brasil. E tinha uma frase que nunca esqueci: “Onde a bala é a lei, meu gatilho dá a sentença”. Imagine o que diria um herói brasileiro dos nossos dias: “Onde o dinheiro é a lei, eu compro o magistrado”.

Zagor – um herói que vivia na floresta fazendo valer a lei com uma machadinha. Eu, que morei, quando criança, muito tempo em um sítio, talvez me visse na figura do camarada. Imagine um zagor moderno: cigarro de maconha na boca, berrando mais palavrões do que Wanderlei Luxemburgo e dirigindo um carro com o som nas alturas.

Moisés – Sim, Moisés, o legislador hebreu. Eu ficava fascinado com a maneira como ele guiou os israelitas em busca da terra prometida. Na versão de hoje podemos destacar alguns gurus que, com a missão de conduzir as almas atribuladas a um reino de paz, nadam em dinheiro.

Paulo – O apóstolo que deu a vida para levar a religião cristã ao império romano. Hoje tem muito Paulo pregando um Cristo desapegado da riqueza. Tais pregadores, no entanto, não dispensam o carro importado e casas luxuosas.

         Por isso afirmo: meus heróis não morreram de overdose. Lamento quando vejo seguidores de heróis que morreram em tal situação.

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