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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

101 dias em Bagdá

     Quer ler um bom livro? E quando digo bom, refiro-me a forma como é escrito, na abordagem de quem escreve, na beleza e leveza do texto, e, acima de tudo, no peso do conteúdo. 101 dias em Bagdá é tudo isso. Åsne Seierstad, a jornalista norueguesa autora de O livreiro de Cabul, conseguiu prender minha atenção até o fim das 383 páginas. A moça foi para o Iraque dias antes da invasão do país pelos empregados de Bush filho. E narra, com muita riqueza de detalhes, o dia a dia de um correspondente internacional naquele país. Conta como, na busca pela informação, subornou funcionários iraquianos – um dilema ético da profissão. Sem economizar em personagens, procura mostrar o dilema dos iraquianos nos dias que antecederam a destruição do país. A obra divide-se em três partes: O antes, o durante e o depois.

     O antes é, conforme o termo sugere, como estava Bagdá e seus moradores na véspera dos ataques. A maioria parecia não acreditar na invasão americana. Outros ansiavam pela queda de Saddam, mas não pretendiam ser governados por ocidentais sedentos de petróleo. O durante, mostra os horrores da guerra. O morticínio de inocentes. O massacre a civis e a derrota das forças leais ao tirano que espezinhou a antiga caldeia por mais de trinta anos. O depois é um relato de 4º páginas mostrando o caos gerado no país durante os primeiros dias da ocupação americana. A desilusão dos iraquianos, a prepotência dos conquistadores e a certeza de muito, muito sofrimento.

Vale a pena ler o livro.

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