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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sarney, o matador

     Sarney comandará o Senado brasileiro por mais um mandato. É o quarto. Zé do Sarney, como era conhecido ao iniciar a vida pública no início da década de 1950, é, sem dúvida, o homem certo para o cargo certo. Um leitor mais ácido diria: "Todo Senado tem o líder que merece". José Ribamar Ferreira de Araújo Costa nasceu em Pinheiro, Maranhão, em 24 de abril de 1930. Como fazem muitos filhos de "nobres", pegou carona no nome do pai. Passou a assinar como José Sarney. O pai do herói chamava-se Sarney de Araújo Costa. Isso me lembra as tantas oligarquias que se perpetuam na administração do dinheiro do contribuinte brasileiro. Os Alves, no Rio Grande do Norte; os Bornhausen, em Santa Catarina; Os Carneiros, em Alagoas; e os Neves, em Minas, que investem pesado na busca do trono da Nação - vem aí, Aécio. Sarney é um escolado. Sim, senhor. Conhece, como ninguém, os partidos políticos tupiniquins. Jogou em todas as posições. Foi juniores do PSD, subiu ao profissional na UDN, jogou de centroavante na Arena e foi eleito "o melhor do brasil" (com letra bem minúscula, mesmo) atuando pelo PMDB.
     Um artilheiro nato, diriam os mais futebolísticos. Um matador, afirmariam os mais exaltados admiradores do esporte Bretão. Sendo ele quase dono do Maranhão, e estando o Estado natal do moço com IDH semelhante aos dos mais pobres países africanos, constato: realmente, Sarney é um matador. "A César o que é de César", como disse Jesus Cristo, Zé do Sarney é um ícone da democracia verde-e-amarela. E assumirá a direção do Senado por ter sido escolhido pelos colegas de profissão. Tudo bem que por onde eu passo escuto o povo dizendo impropérios contra o clã Sarney, mas isso não conta. Afinal de contas os Senadores gastaram muito dinheiro para assumir uma cadeira na casa e precisam de conchavos para fazer valer o retorno do investimento. Ao povo bastou votar. E fez isso de mãos desamarradas. Se bem que alguns receberam R$ 20,00, o que não deixa de ser uma algema. Claro que qualquer Senador dirá que não comprou voto, que é um homem honesto e que está lá para defender os interesses da nação. Como reza o aforismo: "Me engana que eu gosto". Só me resta bater palmas para Sarney e seus comandados. Eu, do meu lado, vou desligar esse laptop e assistir Ali Babá e os 40 ladrões, quem sabe assim esquecerei nossos políticos.

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