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domingo, 20 de junho de 2010

Os fins justificam os meios

          É, paisano, tem certas pessoas que não merecem minha admiração. Com elas eu sou curto e grosso, como se diz no popular. Vou citar algumas. Calma, calma, de certo vossa excelência não faz parte deste conspurcado rol. Detesto quem prendeu o juiz Nicolau dos Santos Neto, o juiz Lalau, como ficou conhecido. O magistrado merecia, e continua a merecer, o respeito e os aplausos de nós cidadãos brasileiros. Ele ficou rico à custa de muito trabalho. E esse fato despertou a fúria dos invejosos. O togado comprou apartamento em Miami, mansão e carros importados. É um exemplo de homem bem-sucedido. É bem verdade que ele usou de meios, digamos ilegais, para fazer a fortuna, mas qual é o problema? Os fins justificam os meios. O que importa é que ele enricou. Por isso eu tenho raiva, essa é a palavra, raiva, de quem contribuiu de alguma maneira com a prisão do idoso. E se depender de mim a justiça deve soltá-lo e homenageá-lo com a impressão de seu rosto em alguma cédula de Real.



          Outra gentinha que ignoro é a que desmantelou o valérioduto. O esquema de corrupção movimentou quase R$ 3 bilhões em apenas sete anos. Coisa de artistas. De pessoas inteligentes que deveriam estar dando aula nos cursos de administração espalhados por nosso território. Aí alguns jornalistas, que recebem salário de fome, passaram a fazer matérias que colocavam a opinião pública contra os mestres da arte da contabilidade. Pura inveja. Uma pessoa para comandar um esquema dessa magnitude precisa ter uma inteligência semelhante a de Albert Einstein. É digna, sem nenhuma dúvida, de minhas palmas. Não me venha com hipocrisia, criatura, o propinoduto foi elaborado por brasileiros que não desistem nunca. Deveriam ser usados como exemplo nos programas eleitorais gratuitos. Mas tem gente que não gosta desses modelos. Eu, como bom brasileiro, tiro o chapéu para eles.

          Outras gentalhas que abomino: policiais que desbaratam quadrilhas de estelionatários ricos; juízes que condenam traficantes bem de vida; investigadores que destroem organizações criminosas milionárias. Venhamos e convenhamos, eu não gosto de quem tenta impedir o sucesso dos outros. Veja um exemplo claro do que estou falando: uma mulher estaciona o carro em uma movimentada rua da cidade. O veículo tem alarme, trava e rastreador via satélite. Um automóvel dificílimo de ser surrupiado. Aparece um rapazinho, 60 quilos de inteligência e expertise. Um movimento lépido abre a porta do possante. Mais uma ou duas ações das mãos de mágicos e lá se vai o sonho de consumo. O moço tem que driblar policiais, escapar do olhar dos passantes e dar um jeito no rastreador. Depois de alguns minutos ele está sem o carro, mas com R$ 500 no bolso. Parabéns, brasileiro.

           Hoje o time do Dunga, leia-se Brasil, venceu a poderosíssima Costa do Marfim. No segundo gol canarinho, o atacante verde e amarelo dominou a bola duas vezes com a ajuda do braço, antes de fazer o gol. Os marfinenses reclamaram. Teve gente, e o Sheid, meu cachorro, foi uma delas, que não vibrou porque o gol foi irregular. Ah, vai dormir, rapaz. O importante é vencer. O importante é o Brasil vencer. Luiz Fabiano foi experto, sagaz. O árbitro é que foi otário.

3 comentários:

  1. é gilead, seu discurso nao é agradável mas é verdadeiro.
    Concordo plenamente contigo.

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  2. E no dia seguinte, Potiguar, uma citação teve destaque no "Visor" - DC. Ela dizia mais ou menos assim (meio rimado): "Se o gol teve estética, não é importante a questão da ética". Argh!

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  3. É, Marcelão, argh mesmo.

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