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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Bater ou não na mulher, eis a questão


     Ela trabalha na casa de um amigo meu. E diz adorar o neto.
- Aquele alemãozinho é muito inteligente. Vai fazer quatro anos e já diz cada coisa.
E continuou: “outro dia ele segredou que não era para contar certas coisinhas que a mãe dele faz senão o pai bateria nela”. A esposa do meu colega entrou na conversa: “o marido bate nela?”. Adalgisa, chamemos assim a diarista, arrematou: “pois é, podia bater escondidinho, né?”.
- Não, Adalgisa, não é para bater nem escondido. Homem não deve bater em mulher -, retrucou a senhora.
- Ah, mas ela merece -, obstinou-se a da limpeza.

     Bate não bate, a conversa se esvaiu em menos de cinco minutos. Quando a dona da casa saiu de perto, Adalgisa olhou para mim e resmungou como se eu fosse cúmplice: “tem que bater, sim”. Eu, sem argumento suficiente para mudar a ideia de uma senhora que um dia também já apanhara do esposo, emudeci. E olhe que estou falando de uma situação ocorrida em Florianópolis, no sul maravilha.

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