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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Amigo

          Amigo, cinco letras e  um caminhão de sentimentos, quem dera que essas letras fossem seis. Andei pensado como e quando pela primeira vez alguém pronunciou palavra tão célica. De uma coisa tenho certeza, era uma manhã de sol. Duas ou três nuvens representavam a deidade. Alguns pássaros gorjeavam e se espreguiçavam sob o lume do astro rei. O vento limitava-se a um cicio por entre as árvores.



          Amigo, cinco letras e um caminhão de sentimentos, quem dera que essas letras fossem seis. Em meio a apoteótica performance da natureza - que nem de forma tíbia consigo descrever -, um ser meio-homem, meio-deus, sem encontrar um adjetivo capaz de qualificar seu companheiro, despojou-se da metade homem”, enalteceu a metade deus, e num folhear lépido de umas sagradas páginas arquivadas na mente, vislumbrou: amigo.

          Amigo, cinco letras e um caminhão de sentimentos, quem dera que essas letras fossem seis. Agora o meio-homem, meio-deus, retorna ao seu estado natural. Entre tantos momentos de lucidez do primeiro, nunca chegara tão longe. Numa fração de segundos do segundo, este voou centenas de anos luz frente àquele. Agora o primeiro contando com a divina ajuda do segundo, já pode sorrir. Achei um adjetivo para você. Seu companheiro de tantas jornadas vira-se com um sorriso e pergunta, qual? Retribuindo a expressão satisfeita dos lábios e num marejar aquecido dos olhos responde: amigo.

          A obra prima do criador entrara mais uma vez na dimensão celeste. Toda a criação irrompe em folguedos. Bem aventurado seja esse dia. Eternizado e lembrado em toda terra. O dia em que o mundo ouviu pela primeira vez: amigo. Amigo; cinco letras e um caminhão de sentimentos, quem dera que essas letras fossem seis.

          Na angustia ele nasce diz o sábio israelita. É coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito, canta o meu contemporâneo. Amigo; tema de tantas músicas e poesias, tão falado, tão cantado, tão procurado, pouco achado. Feliz aquele que o encontra. Não importa o dia, não importa a hora, se está quente ou se está frio o importante é que se tenha um amigo ao lado. Amigo; cinco letras e um caminhão de sentimentos, quem dera que essas letras fossem seis.

          Um amigo quer que o outro viva muito, e onde está  nunca o esquece. Lembra dele nos gestos de amor e nas expressões de carinho. Nos momentos descontraidos de puerilidades que a maturidade, imaturamente, não permite mais.  Anela sempre pelo reencontro. O abraço,  o sorriso, o ombro, o ouvido. Sente falta.  Espera o dia em que as cinco letras sejam seis ,pois tem certeza que, assim, o mundo será bem melhor. Com muitos, muitos, muitos... AMIGOS.

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