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terça-feira, 2 de março de 2010

Ligue, mas não se desligue

          Faça-se desgraça; e a desgraça se fez. Parece que tem gente que se alimenta da miséria alheia. É bem verdade que nós paramos para olhar um acidente, lemos sobre tragédias e assistimos telejornais sangrentos. Inconscientemente ficamos satisfeitos em saber que aquilo não está acontecendo conosco, é ou não é? O problema é quando não temos outra coisa a fazer senão nos deleitar-mos com o sofrimento do próximo. Falando nisso, você lembra do Haiti? Sabe onde fica? Conhece alguém que mora lá? Quantos noticiários você viu sobre o Haití, nos últimos dois dias?


         É, leitor, a moda agora é o Chile. Quer ganhar a atenção dos amigos, fale sobre o terremoto no país andino. Será que estamos preocupados com a população que hora padece, ou queremos apenas saber da catástrofe que se asenhorou deles? Audiência, audiência, au-di-ên-cia, é o que interessa; o resto não tem pressa. E vamos sendo bombardeados por imagens de pessoas - que não conhecemos - chorando ao verem suas casas destruidas, seus próximos mortos e seus sonhos despedaçados. Como ficamos curiosos diante das mazelas que afligem os outros. Mas tenhanos cuidado. O poeta Gregório de Matos botou a boca no trombone:
"Em cada canto um bem frequente olheiro
Da vida do vizinho e da vizinha
Não sabem governar sua cozinha
E querem governar o mundo inteiro".

          Quem mora em Brasília é bom que lembre do Arruda; quem mora em Santa catarina não pode, em hipótese alguma esquecer do caso Pavan; quem mora em São Paulo não deve esquecer do Kassabi. Esses três estão envolvidos em sérios problemas com a justiça. Precisam ser bem julgados. Você tem que ficar de olho neles. Caso contrário, enquanto você assisti o próximo terremoto, o nosso dinheiro vai pra boquinha da garrafa.

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