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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A imprensa, o corno e o coronel

          Ontem eu falei sobre o Contestado. De passagem, digamos assim. A Guerra do Contestado foi o conflito interno aonde o Exército Brasileiro atuou com o maior contingente em sua história. É bem verdade que não mereceu o devido destaque por parte dos nosso livros escolares. Até hoje tem gente achando que o maior entrevero nas terras descobertas por Cabral foi a Guerra de canudos. O quiproquó catarinense envolveu mais da metade do efetivo nacional. Relativo a contenda pelas bandas do planalto serrano, lá pelos anos de 1913, vou contar um fato relatado por um historiador.  

          O município de Curitibanos era o feudo do coronel Francisco de Albuquerque. Lembra do coronelismo, não é? Se não lembra, aproveite e, depois que terminar de ler este post, entre no papai Google e dê uma relembrada. Então, o dito coronel tinha lá os seus adversários. Um deles era o comerciante João Sampaio, que um dia fora-lhe compadre e amigo. A verdade é que Sampaio tinha uma mulher conhecida pela beleza. Certa vez Albuquerque foi flagrado saindo sorrateiramente da casa do compadre às altas horas. Ora, Sampaio estava viajando. Um candidato a genro do comerciante flagrou o manda-chuva e deu-lhe um balaço. Não acertou o corpo do carcará, mas feriu a moral do caudilho.

          Contenda feita, certa vez os Sampaios tentaram emplacar notícias que prejudicariam a imagem do Ricardão. Cá entre nós, achar mácula na vida do tal Albuquerque não era tarefa das mais difíceis. Foram até Lages, principal cidade da região, e procuraram os jornais. Ninguém aceitou publicá-las. Ora, ora, paisano, o “pegador” era correligionário político da família Ramos, que mandava e desmandava no pedaço. O pobre Sampaio acreditava, já naquele tempo, em liberdade de imprensa.

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