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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Se elas dançam, eu danço

          Quando elas dançam tudo fica mais bonito. Claro que se a dança pende para um frevo, é melhor se proteger. É ótimo vê-las ao ritmo de valsa. Acompanhando um bolero, então! Mas não pode ser um bolero desses de quinta categoria que escutamos serem tocados por tecladistas solitários, geralmente desconhecedores de um Ravel. É imprescindível que não seja produzido por um Cássio qualquer, ou ainda por um Yamaha automatizado. Pois vamos combinar: na grande, mas na grande maioria das vezes, o tecladista coloca uma gravação que tem todo o acompanhamento e fica, no máximo, fazendo umas notinhas com a mão direita. Ui. Negativo. Elas dançam tão bem, são tão elegantes, que merecem o som mais harmônico que se possa ouvir. A verdade é que elas dão um show. Quase sempre estão grudadas umas as outras. Aqui acolá notamos movimentos solitários, embora totalmente compassados – elas também dançam solitas. Vale a pena observá-las.



          Todas são verdes. Possuem, entretanto, uma variação dessa cor que dá inveja a qualquer programa de edição de imagens. O photoshop, diante delas, é daltônico. De vez em quando algumas aventureiras pintam-se de amarelo. Isso acontece geralmente no inverno. Que bela combinação de matizes. Mas o verde e amarelo delas não é daquele verde e amarelo horroroso como o da Seleção Brasileira de Futebol. Que, venhamos e convenhamos, amizade, é preciso ser muito brasileiro para comprar a camisa da Seleção, hem. Não, elas sabem combinar as duas cores. Também pudera, não iriam bailar cobertas de tons quaisquer. Basta o primeiro vento, daqueles que para muitos não passa de uma brisa, que elas se põem a saracotear.

          O vento aumenta a velocidade e o frenesi das moçoilas efervesce. Os moradores da região ficam preocupados quando os ventos ultrapassam os 50 quilômetros horários. É um tal de telhado danificado que Deus me livre. Quanto mais a velocidade do vento aumenta, mais elas se empolgam. Os observadores deleitam-se vendo o requebrado das donzelas. Dia desses elas dançaram ao som de ventos na casa dos 80 quilômetros. Minha nossa senhora!  O jeito foi implorar: árvores, árvores, evitem o rock and roll.

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