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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A dor do bad boy

          Gente, o corno precisa ser respeitado. E quero, antes de mais nada, fazer uma confissão: hoje não observei o direito de um chifrudo. Eu estava pilotando minha motoca quando escutei um barulho agudo, como se fosse de um liquidificador amplificado. E eu, que ultrapassava um caminhão, mal tive tempo de olhar de lado. Veio uma moto em altíssima velocidade, meteu-se entre eu e o cargueiro e zummm. Freou mais à frente, fez novas e arriscadas ultrapassagens e sumiu. Abri o bocão e disse-lhe uns desaforos. Arrependi-me, entretanto. Lógico; fiz errado. Errado, não, erradíssimo. O cara para dirigir daquele jeito, todo imprudente, só sendo galhudo. E o coitado não estava nem aí com a segurança dele. Ele só se preocupava, não tenho dúvida, com o flagrante que queria dar. De certo ele foi avisado que a mulher estava com o Ricardão e saiu em disparada para pegá-los com a boca na botija.

         Aquele motoqueiro, paisano, tinha o direito sagrado e venerado que todo cabrão tem. O direito de esquecer o mundo e vingar o enfeite que colocaram na cabeça dele. Nesse caso não importa se ele está de moto, de carro ou de bicicleta. Vai dirigir tresloucadamente pondo em risco a vida dos demais guiadores. Precisamos, simpatia, compreender o momento do galhudo. Portanto, faço um pedido, quando você vir um bobão “costurando” no trânsito, tente entender. É a galhada cobrando o preço. E falo assim porque um policial amigo meu parou um Audi-A3 fazendo manobras perigosas e ouviu do rapaz a seguinte justificativa: “Seu guarda, o senhor não me leve a mal. Uma colega minha acabou de me ligar dizendo que minha namorada está na praia com outro. Eu quero pegar os dois, seu guarda”. O militar, sensibilizado com a dor que escorria dos olhos do bad boy, não aplicou a multa, embora tenha pedido para ele maneirar no acelerador.

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