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terça-feira, 19 de abril de 2011

A defesa é um direito de todos

     O Pirata tem chifre. E vai continuar tendo. Por dois motivos: o primeiro é porque as guampas embelezam a cabeça dele, deixam-no mais garboso e fotogênico; o segundo é por uma questão de segurança – ora, ora, as pontas servem para ele se defender de possíveis ataques que um adversário lhe faça. Outro dia, me disseram para cerrar as pontas dos cornos do bicho. Eu quase que respondi para a pessoa: “Cerra as tuas, animal”. Meu amigo, o chifre é da natureza dos bovinos. Algumas raças apresentam variedades mochas - Hereford, Shorthorn e a Holstein Frisian, por exemplo. Não têm chifres, mas isso não fui eu quem determinou. Sou terminantemente contra a ideia, ri-di-cu-li-cís-si-ma (permita-me o neologismo, mas o momento exige), de se implantar chifre numa bezerrinha que nasceu sem eles. Por outro lado, se um malvado vier outra vez com o projeto de querer desarmar meus bichinhos, eu sou capaz de mandar ele para aquele lugar. Eu não posso, paisano, tirar dos quadrúpedes o direito que eles têm de se defender. Você tem?

     Imagine uma onça atacando um rebanho. Ela certamente buscará o mais fraco entre os animais. Os menores, os doentes e os incapazes de reagir. E porque ela faz isso? Será porque a carne deles é melhor? Não, simpatia. Ela gostaria mesmo era de saborear a picanha do touro mais forte do lugar. Para isso, teria que enfrentar as poderosas lancetas da cabeça do bicho. Uma chifrada certeira mata a felina. Por isso ela não arrisca. O cachorro é outro bicho folgado. Adora latir atrás das vacas. Quando, entretanto, a chifruda aponta-lhe as guampas, ele foge, porque não é bobo. Agora, jacaré, imagine todos os bovinos sem chifres. Uma onça olharia para um curral e só veria vítimas indefesas. Um cachorro, por mais vira-lata que fosse, teria sua missão de perturbar bem facilitada. E eu com isso?, você pode estar se perguntando.

     Gente boa, assim como os bois têm direito a defesa eu também tenho. Pense nisso antes de falar em campanha de desarmamento. Como dizia a personagem da série de TV: “Quem poderá me defender?”. Você sabe qual a quantidade de armas ilegais que entram no Brasil todos os dias? Você acha que o bandido, o marginal vai entregar essas armas para nossa gloriosa polícia? Você acha que o Estado está aparelhado para combater a violência? Se você estiver em sua casa de praia, de campo ou num passeio com amigos, e aparecer uma quadrilha, quanto tempo a polícia levará para chegar até você? E não tenha dúvida, simpatia, se os ladrões tiverem certeza que você está desarmado, já era. Tenho amigos na polícia. Eles mesmos, quando estão distante das cidades, não desgrudam de suas armas. Não que eu seja a favor do uso de armas para exibição. Penso, no entanto, que o homem de bem só deveria entregar sua arma depois que o último marginal estivesse desarmado. Porque motivo um boi teria mais direito do que eu?

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