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quinta-feira, 26 de maio de 2011

By, by, Avaí

     Meia noite e quinze. A madrugada da quinta feira está começando e a Avenida Beira-Mar Norte entra em ebulição. Biiiiiiip-biiiiiiiip-biiiiiiiip, fooooom-foooooom-foooooom. Essa barulheira é comum quando o Avaí joga – e ganha, claro. Os torcedores do time da Ressacada costumam sair em buzinaço pela área mais charmosa de Floripa. Hoje, entretanto, o motivo é outro. O Vasco da Gama sepultou os planos dos catarinenses. A equipe carioca humilhou os comandados do técnico Silas. O placar não retratou a superioridade vascaína. Tivesse o Vasco feito a metade das claríssimas chances de gol que teve e teria metido seis no Avaí. Os moradores da região fecharam a matraca e foram dormir. Já os torcedores cruz-maltinos soltaram o grito e as mãos. Mãos que não cansam de apertar a buzina.

     E foi uma derrota dupla para os torcedores do Avaí. É que todos os avaianos que conheço torcem também pelo Flamengo. Todos, não. O Rafinha, peladeiro da AABB, e o Zico, primo da minha mulher, são vascaínos. Os demais, são rubro-negros até a alma. Aí você já viu, né. O cara torce pelo Avaí e pelo Flamengo, enfrenta o Vasco em Florianópolis, toma um sapeca-iaiá... huuuum. Até parte da imprensa esportiva – como é chamada a turma que trabalha com futebol – é declaradamente flamenguista. E já contavam com a vitória antecipada. Escutei vários colegas meus alardeando que o Avaí golearia o Vasco. E a torcida avaiana, assim como a flamenguista, não pode ganhar um jogo que já acha o time o melhor do planeta. Deu até dó.

     E de nada adiantou a estratégia do Avaí de dar bordoada. Quanto mais batiam, mais dribles levavam. Marcinho Guerreiro, o xerifão de Floripa, ficou até zonzo; só chapéu ele tomou três. Parecia uma avalanche preta e branca no gramado da Ressacada. O melhor em campo, evidente, foi o goleiro Renan do Avaí. Não fossem as boas defesas do moço e a goleada teria sido histórica. Nem o comentarista de futebol da Rede Globo – o flamenguista Júnior – parecia acreditar. Com a voz taciturna, deixava claro a tristeza que sentia. Pobre Júnior, não adiantou secar o adversário. Foi uma partida perfeita dos vascaínos. Arrasaram o Avaí. Não foi só pela vitória, mas como ela veio. Os catarinenses não tiveram a menor chance. Só jogaram alguma coisa quando o time de São Januário entendeu que a vitória estava garantida. Ao Avaí, resta saber que tem um bom time e pode fazer uma campanha razoável no Brasileirão. Já a torcida vascaína de Floripa pode preparar a buzina que o título vem aí.

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