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segunda-feira, 9 de maio de 2011

A mãe do Guilherme, a Mãe do Leonardo

     - Ai, que desanimador – digitou, quase que balbuciando, uma jovem leitora. Senti o pesar da moça, mesmo não sabendo de quem se tratava, pois seu comentário foi anônimo. E o anonimato é uma espécie de trincheira usada pela maioria dos comentadores de internet. Opa, não entro no mérito do certo ou errado de tal atitude. Às vezes, é por timidez, a pessoa não quer ter o nome exposto e, se coçando após a leitura de um texto, tecla algumas frases e assina: anônimo. Outras vezes, é por puro senso de sigilo. Não pretende colocar o nome e ter sua identidade secreta revelada. Tem, evidente, trezenas de justificativas para se manter oculto por trás de um comentário. O chato é quando tal anotação é maldosa, maliciosa. Do contrário, como diria o filósofo da TV, “Faz parte”. Invocando os meus superpoderes rítmicos, estratosféricos e palatinaikos, percebi desgosto na frase da jovem.

     - Você ta é com inveja por não ser mãe – esbravejou uma colega direto no meu email. Nem se deu ao trabalho de comentar no blog. – Ai, to morrendo, sim, senhora -, respondi com o cinismo característico de um Diógenes. Ué, o nobre leitor, ou leitora, ou outra coisa, ainda não havia percebido que carrego uma aura cínica sobre meus cabelos embetumados? Cínico, sim. Por favor, não é esse cinismo encontrado em políticos e outros contraventores que, ao serem entrevistados, após provas irrefutáveis de seus crimes, bravateiam: “Eu sou uma pessoa honesta, transparente e de consciência limpa”. Não, não é esse tipo de cinismo. É o cinismo que surgiu com Antístenes e teve em Diógenes o seu principal expoente. A escola cínica bebeu na sabedoria socrática e serpenteia, até hoje, pelos vinte e cinco cantos do nosso planeta. Gente do céu, um texto, quase um textículo (permita-me o questionável neologismo), acerca do dia das mães não deveria causar tantas reclamações por parte das mulheres. Digo “por parte das mulheres” porque nenhum, nenhum homem ousou me contrariar. Todas as mensagens que recebi vieram de mulheres. Calma, senhoras, eu também devo minha vida a uma mãe. E agradeço a Papai do Céu por ela. Questionei, só isso, algumas palhaçadas que são feitas em nome das genitoras. Um comentário feito nesse blog pela minha amiga Janair, lá de Chapecó, entretanto, foi uma covardia.

     A mensagem, que você pode ler nos comentários à esquerda da página, começou com: “Amigo Gile”. Aí você já viu, né?! Vem bordoada pela frente. Emocionada, a mamãe Jana poetizou a respeito da maternidade. E fez isso com um brilhantismo e uma educação que só uma mãe realizada é capaz de fazê-lo. Foi, no entanto, covarde. Calma, calma, eu não seria grosseiro, jamais, com a esposa do meu grande amigo Bruno. O que o leitor não sabe é que ela é mãe dos filhos mais lindos e adoráveis que essa terra viu nascer nos últimos três anos – Guilherme e Leonardo. O Gui é meu faixa. Como eu, adora macarrão e sagu. Se expressa como gente grande. Parece um diplomata. O Léo é ágil, cândido e gracioso. O que não dá para saber, mesmo olhando os dois lado a lado, é que eles são gêmeos. Como são diferentes os pimpolhos. Um é loiro, puxou à mãe; o outro é moreno, a cara do pai. Os quatro moram em uma deliciosa casa rodeada de verde e de água nos arredores de Chapecó. Aí fica fácil, dona Jana, falar na beleza de ser mãe. Outro dia, alguns amigos estavam dando risada e doidivanas interveio: “quero ver rir, assim, duro”. Pois é.

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