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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ambulâncias para os cabarés


     Ai, meu jesuizinho cristinho!, os médicos que atendem pelo SUS vão cruzar os braços. Sério, os danadinhos – e as danadinhas também, claro – estão protestando contra os baixos salários e as más condições de trabalho. Pelo menos foi isso que a Folha de São Paulo registrou hoje. Euzinho aqui acha que a briga é apenas por dinheiro. Esse papo de melhora nas condições de trabalho é conversa fiada. Tudo grupo, como diz o filósofo da periferia. Para ter o apoio da população, os de branco alegam preocupação social. Não que o Gile ignore as péssimas instalações do sistema único de saúde. É de chorar em alemão. Essa parada dos médicos, pelo menos, é por aumento salarial; só isso. Em uma sociedade fragmentada, quebrada em miúdos e desconectada – apesar da internet – cada qual luta pelo seu pedaço. “Que se dane o mundo que eu não me chamo Raimundo”, é a frase que melhor reflete o cidadão atual.

     Com os médicos não é diferente. Sim, temos raras e salutares exceções. No geral, contudo, é cada um por si e o governo contra a maioria. Só quem não faz greve por aumento de salário é a turma do judiciário. A rapaziada da política também não, lembrei agora. E pelo mesmo motivo: são parceiros na rasgação do dinheiro público. Agora vamos combinar: o que tem de médico dando “migué” em plantão, hem. As denúncias se amontoam por todo o Brasil. A qualidade no atendimento é para lá de questionada. Só não entendo o motivo de o pessoal dos serviços gerais não estarem de mãos dadas com os médicos. Se a briga é, também, por melhoria nas condições de trabalho, o ambiente nos hospitais carece de transformação urgente. E os enfermeiros? E os técnicos de enfermagem? Estão todos ganhando altos salários? Se os médicos vão parar, que parem todos os profissionais da área da saúde.

     E tenho uma sugestão a fazer ao movimento grevista: direcionem as ambulâncias com doentes para as câmaras municipais, assembleias legislativas, prefeituras, palácios de governadores e outros cabarés semelhantes. Quem sabe? Pode até dar certo.

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