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sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Eu teria vergonha de dizer que sou jornalista"

          Gilmar Mendes não é mais o presidente do Supremo Tribunal Federal. O homem que acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, deixou o comando do órgão. O jurista que soltou o banqueiro Daniel Dantas, concedendo dois habeas-corpus em menos de 24 horas, está solto pelas ruas do meu Brasil varonil. O que fará o “maledeto”? Eu soube, através de fontes extraoficiais, que Fernandinho Beira mar pretende contratá-lo. Também fiquei sabendo que o banqueiro, seu apaniguado, chegou a declarar que “Ele é, e vai continuar sendo meu funcionário”. O Sheid, meu cachorro, acha que tudo não passa de conspiração contra o magistrado. O latidor considera improcedentes as críticas ao ex-ministro . Sheid me confidenciou que, se não fosse um cachorro, convidaria Gilmar Mendes para assistir uma partida do Santos Futebol Clube. É que Gilmarzão é torcedor do time da baixada santista.

          Tem um amigo meu que acha que Gilmar Mendes fez muito bem ao acabar com a exigência do diploma de jornalismo. Meu amigo, o Epifânio, declara-se contra tudo que é tipo de exigência acadêmica. Segundo ele o Brasil deveria, ao invés de gastar com Universidades, investir em armamento. Um tanto belicoso, o Epifânio. Acho que ele pensa assim porque é um general aposentado. Meu amigo detesta jornalista. Entende que o jornalismo praticado no Brasil é canhestro. E quando perguntei a ele o motivo da raiva contra os jornalistas ele me respondeu: “É um bocado de pau mandados. Eles estão a serviço do patrão. A maioria nunca leu Gabriel Garcia Márquez. Nunca leu os clássicos do jornalismo. Eu teria vergonha, por exemplo, de dizer que sou jornalista e que trabalho nesses comitês políticos, que são os grupos de comunicação”.

          De uma coisa tenho certeza: Gilmar Mendes marcou a história do STF. Foram muitos os admiradores, mais ainda os desafetos. Nunca antes na história desse país, como diria Lulinha, o STF foi tão noticiado. Eu, particularmente, acho que Gilmarzão prestou um desserviço ao jornalismo brasileiro. Concordo com meu amigo general, quando questiona a qualidade dos nossos profissionais, mas não entendo que seja culpa do diploma. Talvez, com a saída do Gilmar, o STF reveja a posição tomada e volte atrás na decisão. Espero que isso aconteça.

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