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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ai que inveja! (Continuação)

          Pois bem, voltemos à “marvada” inveja. Ontem eu cheguei em casa e liguei a televisão em um canal de esporte. Tudo bem, eu digo qual: ESPN. Mas não insista,ocultarei o nome do programa. Apenas, era sobre esporte. E, venhamos e convenhamos, a televisão brasileira confunde programa esportivo com programa sobre futebol. Os apresentadores estavam falando sobre Robinho. A volta dele ao Santos. E aí mostraram umas imagens do jogador na Europa, dirigindo uma potentíssima Lamborguinni. Enquanto isso, o âncora ia discorrendo sobre o carro, o motor, o luxo e o preço. Aos poucos sua voz foi ficando sem entusiasmo, arrastada, gelada, magra. Eu, que estava lendo e assistindo ao mesmo tempo, fiquei curioso com a entonação do homem. Quando ele reapareceu na tela estava com uma expressão que é difícil descrever. O companheiro de profissão embarcara no mesmo barco, o da inveja. Filho de Deus, era de chorar em alemão! Eles ficaram trocando ranços acerca do salário do atleta. Dava pena vê-los tão triste. Se tem uma coisa que a inveja não sabe fazer, é teatro. Neste caso o melhor é agir como Gilberto Freyre, e admitir que sente inveja. Sem culpa. A culpa é outro sentimento que já devia ter sido queimada nas fogueiras da idade média. Mas o assunto, aqui, é inveja.


          Se eu tivesse entrato em contatocom os jornalistas citados ele negariam, de pé juntos, que não estavam com a menor inveja do atacante. E vou te afirmar uma coisa: nunca, eu disse nunca, encontrei uma, umazinha pessoa que admitisse sentir inveja. Pode estar se corroendo por dentro, mesmo assim vai dizer que não é inveja. E inventará, na maior cara de pau, outro nome para o que sente. Pior para ela. Quando você encara seus defeitos, e temos muitos, fica mais fácil conviver com eles; e até neutralizá-los. Agora, se você quer esconder o pobre sentimento, cuidado. E trate de ficar parado. Paradinho; sem sair de casa, sem falar com ninguém e sem abrir os olhos. Ou seja, vegete. O único modo de não demonstrar a inveja é entrando em estado vegetativo. Pois se você movimentar o corpo ela vai se agitar e, qual um espumante, jorrará do teu interior. 
         Experimente, companheiro, contar seu sucessos às pessoas. Mas preste atenção às reações delas. Pra terminar, não se esqueça do invejômetro. Há, não tem pra vender? Claro que não tem! Quem é louco de inventar um produto que ninguém vai querer comprar? Imagine só, o marido comentando com a esposa: - É, meu bem, na escala de zero a dez do meu invejômetro, atingi o nível nove. Duvido, com um d bem grande que o tal produto venda. Nem por R$ 1,99. A inveja não é fácil.

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