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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Trabalho escravo em Santa catarina

          Caro leitor, estou escrevendo para convidá-lo a participar de uma corrente. Calma, calma, não é aquele tipo de corrente chata onde você tem que repassar uma mensagem para trocentas pessoas. Não é isso. Se você, querido, está estressado, já deve ter dito: “então fala logo que corrente é essa”. Mas se és daqueles apressados, já estás querendo ir para a última frase do post, não é? Não precisa xingar. Quero fazer uma corrente de apoio aos deputados estaduais de Santa Catarina; probrezinhos. Esses homens e mulheres que dão o tempo, a saúde e o sangue pelos conterrâneos precisam de ajuda. O quê, tem uns que dão mais alguma coisa, além disso? Pura maledicência. Voltemos à corrente.

          Ontem eu falei, ou melhor, questionei sobre um possível descaso dos nobilíssimos deputados barrigas-verdes quanto ao dinheiro público. Se você, leitor, não mora na terra de Gustavo Kuerten, e não está por dentro do assunto, explicarei em rápidas pinceladas. No último dia de trabalhos dos parlamentares fem 2009, foi apresentado um projeto concedendo aumento salarial para 37 servidores da câmara. O reajuste oneraria a casa em R$ 3,8 milhões ao ano; uma bagatela. Aprovação imediata. Funcionários “invejosos” começaram a questionar os aumentos. Foi aquele bafafá! A imprensa, que até então engolira mosca, resolveu dar voz aos invejosos. Você deve estar perguntando, por que invejosos? Respondo: porque quem denunciou foi quem não ganhou o “faz-me rir”. Inveja à parte, voltemos à corrente.

          Depois de ter lido sobre o “trenzão da alegria” - como está sendo carinhosamente chamado o projeto -, depois de ter conversado com assessores de deputados e depois de ter pensado bastante sobre o assunto, descobri a causa do problema. Elementar, meu caro colega, todo rio tem uma nascente que lhe origina. Ao invés do rio e da nascente, eu poderia dar outro exemplo, mas seu Maurício e Dona Margarida me ensinaram a não falar impropérios. E a leitora educada pode ficar vermelha feito camarão no espeto. A causa: muito serviço. Isso mesmo. Os deputados têm muito serviço! Imagine, paisano, que os legisladores chegam a Florianópolis na terça-feira de manhã e precisam ir embora na quinta à noite! Ou seja, três dias de labuta! Os abençoados não dão cabo de tanta demanda. Leia a lamentação do deputado Décio Góes (PT): “Naquele dia votamos mais de cem projetos, o que torna impossível uma apreciação detalhada de tudo”. Como diria Filó, “Ah, coitado”! Voltemos à corrente.

         O povo catarinense está explorando seus deputados. Está obrigando-os a uma carga horária de trabalho que é quase escravagista. “naquele dia a gente votou 130 projetos. Começamos ao meio-dia e fomos quase até a meia-noite” justificou-se o deputado Jailson Lima (PT). Gente do céu, é muita exploração. O que está sendo feito com esses senhores merece ser repensado. Daqui a pouco eles vão ficar tão doidos que acabarão ajudando quem não merece! Olha que eles podem até diminuir o preço das passagens de ônibus, já pensou? Podem vetar aumento de combustível, aumentar o número de policias nas ruas e melhorar o sistema de saúde público. Esses abnegados senhores precisam de ajuda. Proponho, de início, que a jornada de trabalho deles seja diminuída; um dia, apenas, por semana. E que se tenha um número limitado de projetos para serem votados; dois. Com uma folha cada, em tamanho 18. Sem termos de difícil compreensão, como pobreza, salário mínimo e outras mazelas. Se você tem consciência de que precisamos, com urgência, dar uma mãozinha aos senhores deputados, leia outra vez este post. Brincadeirinha! Basta repassá-lo para o maior número de eleitores possíveis. Assim, cada explorador – leia-se, votador - poderá perceber os erros que está cometendo, e pensará duas vezes antes de escolher o político que elegerá para sofrer na Assembléia.

Um comentário:

  1. Pô, Gilead. Não distorça, nem recorte na maldade, as informações recebidas de suas fontes. Mesmo assim, parabéns pelo Blog. Abraço

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