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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

41 anos do AI-6

          41 anos se passaram. No dia primeiro de fevereiro de 1969 o, então, presidente Costa e Silva editou o AI-6. Tratava-se de uma medida do governo militar para reduzir o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de 16 para 11. A redução perdura até hoje. O ato também desautorizava o STF de julgar crimes contra a segurança nacional. É a ditadura, firme e forte. Não, não, era a ditadura, firme e forte. Não, não, não; a ditadura está mais firme, e mais forte do que nunca. Não sou de copiar frases de outras pessoas; caso fosse eu faria como o presidente Lula e diria: nunca antes, na história desse país, a ditadura foi tão firme e tão forte. Ah, eu estou equivocado?



          No último dia 29 o todo poderoso, excelso – e porque não, divino? – e imparcial STF revogou a prisão preventiva contra um acusado por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. E vem sendo assim, sempre que o arcanjo Gilmar Mendes acha que os atos de um juiz, ou de uma turma, não beneficiam um ladrão de colarinho branco, ele bate na mesa e anula a decisão judicial. Eu chamei Gilmarzão de arcanjo por ser, este, um ser superior aos anjos. Uma classe, digamos assim, mais elevada. Na hierarquia celeste as coisas funcionam mais ou menos assim: anjo, arcanjo, querubim e serafim. A ordem é crescente mesmo. Ao menos foi assim que me ensinaram nas aulas de teologia. O presidente do STF já passou pelo estágio de anjo. O último ato de Gilmar no primeiro escalão da corte celeste foi libertar o banqueiro Daniel Dantas duas vezes em menos de 48 horas. Depois disso o próprio Daniel Dantas promoveu Gilmarzão a arcanjo. Há boatos de que o arcanjo Gilmar Mendes está se articulando para ser elevado direto à condição de serafim.

          De acordo com fontes não-oficiais, a condecoração, ou coroação, nesse caso, ocorrerá quando ele deixar a suprema corte. Consultei fontes oficiais, mas elas negaram tudo. Teve até ministro do Supremo negando conhecer o Gilmarzão; que barbaridade! Eu sei que não posso confiar em fonte oficial, pois elas negam, negam e só negam. Sonegam. A notícia fresquinha que vem do Planalto é que o arcanjo, ex-anjo da guarda de Daniel Dantas, fez alianças até com gente do bem. Eu particularmente não acredito. O Sheid, meu cachorro, disse que Gilmar é o estágio mais avançado de ditador que o Brasil já teve. Segundo o cão, o presidente do STF prega um discurso democrático, mas faz valer a força; a força financeira.

          Estou até propenso a acreditar na teoria de Sheid. Sendo assim, o marechal Costa e Silva, mesmo sendo dois, não chega nem perto do ditador Gilmarzão. A ditadura atual, conforme Sheid, é um grau avançadíssimo da ditadura militar. Muito mais burilada, mais sagaz, mais inteligente e, acima de tudo, mais cruel. Enquanto um ladrão de galinhas mofa em um presídio fétido e apertado, o ladrão de milhões curte férias na Europa. Louvado seja a ditadura do STF. Louvado seja Gilmarzão. Louvado seja o deus do Brasil, o patrão do Gilmar, Daniel Dantas.

Um comentário:

  1. Poisé acreditamos piamente que a ditadura militar acabou, os militares cairam, sim, mas a ditadura perdura. A ditadura atual se aprimorou, e tirou das mão dos milicos, que não tiveram culhões para aguentar a 'GOROROBALIZAÇÃO'. Hoje a ditadura é do empresário, do lobista, agiota e mais malandro que ladrão de galinha, não para militares, os militares são trogloditas e ruinzinhos para essas malícias, o negócio deles é na força. Hoje é preciso ter dinheiro para poder pagar e financiar essa dialética.

    Bem observado Gile

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