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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A verdade é uma chatice

    Eu ando muito chato. É isso mesmo; muito chato. Tenho sentido uma mórbida tendência de falar a verdade com quem converso. Falando nisso, podemos bater um papo? Prometo que vou tentar não ser sincero. Prometo que vou me esforçar para mentir.

    Não, não estou tirando onda. Você tem visto o quanto nós fingimos no dia-a-dia. Tem visto o quanto precisamos fazer de conta que “tá tudo certo” pra melhor passar? Agora, convenhamos, tente falar a verdade quando for questionado sobre os mais banais assuntos. Tente ser sincero nas mais simples colocações. Mesmo educadamente, tente fazer a verdade prevalecer.

    - O que, você já fez essa experiência? Foi tido como um babaca e passou a ser evitado até pelos parentes? É, meu caro, que situação!
    - Espere um pouco; eu sou uma pessoa ética, moralista, honesta, educada e uma série de outras coisas boas, portanto, não concordo com o que você está dizendo. Eu falo a verdade sim!
 
    Calma. De repente eu até tenho um pouco das tuas virtudes. Mas, te pergunto: alguma vez você chegou ao estacionamento e viu alguém estacionando em vaga reservada para idoso ou deficiente físico sem que fosse nem uma coisa nem outra? Você foi lá e disse para ele que isso não é certo? O que, você não quis se meter na vida alheia? Pois então? Você é do tipo que, ao ver os carros em fila, passa por todos e entra lá na frente como se nada tivesse acontecido e ainda fica chateado se um motorista “estressado” reclama? Sei; você não tem carro. Mas quando o ônibus pára você entra, espertamente, primeiro que todos sem se importar com quem chegou primeiro?

    Eu gostaria muito que você lesse meu próximo post, por isso, como te falei, não vou dizer a verdade. Pelo contrário. Parabéns pra você. Afinal de contas, a verdade é uma chatice.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Os fumantes que me desculpem, mas limpeza é fundamental


          Sabe aquela manhã de domingo nublada, em que a cama nos tenta com agrados preguiçosos? Pois é ,meu domingo começou assim. Porém, após luta intensa contra o ócio resolvi dar uma caminhada pela Avenida Beira-Mar aqui em Florianópolis. Sim, nada mais saudável que uma caminhada. Ar puro, na medida do possível, exercício físico, casais namorando, crianças a brincar e coisas do gênero. Claro, uma maravilha. Contudo, vamos aos fatos:

          Abro a porta do apartamento e um cheiro péssimo adentra minhas narinas. Era o rastro de um fumante que, coitado, com o pulmão hipotecado agora perdeu também a lucidez e sai por tudo quanto é canto erguendo a bandeira da sujidade. Prendi a respiração até o elevador chegar e escapei do tentáculo pútrido do tabaco.Ufa, estou na rua.

          Esqueçamos o contratempo. Exercito-me ao som das ondas e, agora cansado, resolvo sentar num banco para observar o mar. Aos meus pés vejo milhares de restos de cigarros. Minto, centenas. Aí eu perco a esportiva. Quem foi o porcalhão que fez isso? Não tem educação não? Acha que a rua é a latrina da sua casa? É, esbravejei. Quanta sujeira! E fui olhando de banco em banco, constatando que, fumar pode até ser prazeroso, mas exige uma forte dose de falta de higiene.
       
          Se você é fumante e não concorda com este post, me ajude a mudar de opinião. Chame o maior número de nicotineiros que conhece e façam um mutirão pela cidade catando tudo que é guimba de cigarro, afinal foram vocês que sujaram. Depois me envie um email; não, milhares de amails provando que eu estou errado. Caso contrário...Agora eu fiquei encucado, será que o meu vizinho sentou num daqueles bancos?

Quer juntar comigo?

          Como assim, quer juntar comigo? Você quis dizer jantar? Não, não. É juntar mesmo. Sabe aquela coisa de morar junto? Entendeu agora não é? E então, tem escutado muito essa frase nas novelas? E nos filmes? Não? E acha normal? Pois então estão todos por fora. Por fora sim. Num mundo onde cada vez mais os casais se juntam essa frase já deveria fazer parte dos roteiros de Holyood.

          Já perceberam como somos hipócritas? Grande parte dos filmes de romance que assistimos termina com a famosa pergunta: quer casar comigo? Porque eu nunca vi terminar com: quer juntar comigo? Confesso que fico sem me entender, sem entender os outros, sem entender nada. O mundo está in, os paradigmas estão sendo quebrados e os excluídos estão conquistando espaço. Mais ou menos, não é?

          Poxa vida, se você é “descolado” precisa mostrar com suas ações, não apenas com a retórica. Afinal de contas, de conversa mole morreu um jegue, como se diz no Nordeste. Pense um pouco, se você é moderno faça valer o rótulo. E aproveite para mudar a conversa. Ou então vou achar que você não sabe o que é convivção. Da próxima vez que se apaixonar, não se esqueça de perguntar: quer juntar comigo?

O que você quer ser, quando seu filho crescer?

          Preste atenção e me acompanhe. Se você parar a leitura por aqui vai sair perdendo, principalmente se tem, ou pretende ter filhos. Você tem ido à delegacia com freqüência saber como estão tratando os presos? Você tem usado algum medicamento antidepressivo ultimamente? Tem se achado um babacão, que vive administrando a vida de pessoas adultas? Não?

         Então eu te pergunto: Você tem filho pequeno? Ainda não entendeu, meu caro? Se você tem filho pequeno, comece a cuidar melhor dele. Com quem ele anda, o que assiste na televisão, o que vê na internet... Sim porque o teu futuro depende dele. Tua velhice está nas mãos dele. E eu te digo uma coisa: do jeito que a coisa anda, com a criação que as crianças estão recebendo e com o modelo de educação vigente, tem tudo pra esse país virar um cabaré. O que, já virou? Então, tem tudo pra piorar.

          Você já se imaginou numa delegacia indo buscar teu filho, que está preso e todo arrebentado de tanta bordoada que tomou da polícia? Não? Então, lute pela legalização da maconha. Lute pela legalização do aborto. Lute pela legalização da violência. Lute pela legalização de tudo que é tipo de bandidagem. Sim. Mande uma mensagem para todos os teus amigos dizendo: viva a anarquia, eu quero a perpetuação da sacanagem! Claro, uma vez que você não educa seu pimpolho ele corre sérios riscos de se tornar um marginal, se já não se tornou, e você, coitado, vai ficar louco tentando administrar a vida dele.

          Já pensou, trabalhar uma vida inteira e depois de se aposentar ficar cuidando de um marmanjo? E ainda por cima levando esporro do cafajeste? E ficar dando dinheiro pra ele comprar droga? Peguei pesado? O que você quer ser, quando teu filho crescer? Você quem sabe. Ficou chateado comigo? Então me escreve.

Merda! Pisei!




          Quem nunca pisou que atire a primeira merda, quero dizer, pedra. Não é fácil encontrar alguém que nunca pisou em cocô de cachorro, principalmente se o tal alguém costuma caminhar pelas ruas do Centro de Florianópolis, próximas à Beira-Mar Norte. Já tem até rua sendo, malvadamente, chamada de: “A Rua do Cocô”. Não, não é gracinha, não. A tal rua é a Duarte Schutel, localizada em uma área de classe média da capital catarinense.