No início da tarde fui visitar um advogado criminalista conhecido aqui, em Florianópolis. Não vou dizer o nome dele. O que era para ser uma entrevista se tornou em bate papo. Eu pouco falei. A palavra estava com “João”, vamos chamá-lo assim. E ele estava desanimado. Ex professor de direito penal, ex professor de criminologia da academia de polícia e ex membro da OAB/SC. Ex porque quer. “Fiquei de saco cheio e pulei fora”, contou-me. Às vésperas de uma eleição ele desabafou: “Não sei em quem votar”. Depois acrescentou: “Você me desculpe, mas estou desabafando”. E prosseguiu: “Uma juventude que só quer saber de drogas, políticos que só pensam em roubar e uma elite que só sabe consumir... estou decepcionado com tudo”.
Saí do escritório pensativo. Um homem de sessenta e poucos anos, que parece só ter olhos para defeitos – resmunguei aos meus botões. Para ele as coisas não têm mais jeito. Quando caminhava pelo Centro da cidade, passei diante de uma igreja. Notei um carro parando ao meu lado. Desceu um homem de terno e gravata impecáveis. Uma zero zero sete de dá inveja a qualquer executivo de Manhattan. Era um líder religioso. É, João tem razão, o mundo ta perdido – concluí.
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