A sinfonia da cachoeira é quebrada quando resolvo me deitar. Acabei a leitura do livro que começara de manhã. É sobre a avareza. Confesso que lutei muito para não desistir do intento. Sabe aquele livro que a gente tem que ter muita força de vontade para não largá-lo na primeira ida à geladeira? Não vou dizer o nome da obra e muito menos o do autor; seria deselegante da minha parte. Suspirei fundo quando finalizei a última parte. Saio da cadeira – que as pessoas insistem em chamar de “do papai” – e vou me deitar. Antes ponho um Cd para ninar-me. Apago a luz e, com a cama nas costas, olho pela janela. Não vejo nada. O cantor fala de uma agonia. E eu, como bom nordestino, fico aperreado de não ver nada através dos vinte e quatro retângulos de vidro que compõe a janela do quarto. Abro os olhos no máximo. O sítio é todo escuridão. De certo vai chover, imagino.
Insisto em olhar pela janela lateral e ela aos poucos parece se acender. Segundos atrás eu nem podia vê-la. As sombras das árvores morro acima se delineiam. Surge uma estrela, outra e mais outra. Uau!, o céu é uma constelação. Sem luzes artificiais o firmamento é pura exuberância. E eu pensando que ia chover. Lamento minha pouca visão e lembro do ditado que costumo recitar: “Sou igual São Tomé, só acredito no que vejo.” Enquanto isso o artista cantarola nas caixas de som dizendo que “canta uma canção bonita falando da vida em ré maior”. Não me entendo comigo. Se eu só acredito no que vejo - e não via a beleza de um céu estrelado por causa da pouca acuidade visual - devo continuar esperando a chuva? Quando as pupilas se dilataram, o que era puro breu virou riqueza de detalhes. E pelo fato de este ignorante aqui não vislumbrar as estrelas, não significa que elas não estavam lá. Eu é que não as via. Problema meu. Devo negá-las? Tenho esse direito?
Aos meus ouvidos Oswaldo Montenegro sussurra que “amava como amava um pescador. Tento entender minhas razões para acreditar apenas no que vejo. Decepciono-me com meus próprios argumento. E enquanto discuto comigo meus pensamentos se desconectam. As estrelas vão sumindo, as sombras das árvores esmaecem e a janela some. A chuva não vem. Ainda bem que liguei a tecla sleep.
Insisto em olhar pela janela lateral e ela aos poucos parece se acender. Segundos atrás eu nem podia vê-la. As sombras das árvores morro acima se delineiam. Surge uma estrela, outra e mais outra. Uau!, o céu é uma constelação. Sem luzes artificiais o firmamento é pura exuberância. E eu pensando que ia chover. Lamento minha pouca visão e lembro do ditado que costumo recitar: “Sou igual São Tomé, só acredito no que vejo.” Enquanto isso o artista cantarola nas caixas de som dizendo que “canta uma canção bonita falando da vida em ré maior”. Não me entendo comigo. Se eu só acredito no que vejo - e não via a beleza de um céu estrelado por causa da pouca acuidade visual - devo continuar esperando a chuva? Quando as pupilas se dilataram, o que era puro breu virou riqueza de detalhes. E pelo fato de este ignorante aqui não vislumbrar as estrelas, não significa que elas não estavam lá. Eu é que não as via. Problema meu. Devo negá-las? Tenho esse direito?
Aos meus ouvidos Oswaldo Montenegro sussurra que “amava como amava um pescador. Tento entender minhas razões para acreditar apenas no que vejo. Decepciono-me com meus próprios argumento. E enquanto discuto comigo meus pensamentos se desconectam. As estrelas vão sumindo, as sombras das árvores esmaecem e a janela some. A chuva não vem. Ainda bem que liguei a tecla sleep.
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