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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Bateu, levou

          Domingo à tarde estou voltando para Florianópolis. De carro, venho pela BR-282. Na localidade de Santa Cruz da Figueira, município de Águas Mornas, resolvo abastecer o veículo e estaciono no posto de combustível às margens da rodovia. Após ser atendido pelo frentista dirijo-me ao escritório do estabelecimento para pagar a conta. Enquanto espero a minha vez de ser atendido pelo caixa, observo o cliente que está efetuando um pagamento. O homem tem aproximadamente 1,80m, uns 100 kg. Os cabelos são rareados e um pouco grisalhos. O bigode é farto e o semblante é taciturno. Um cigarro pende do canto da boca, aceso, diga-se de passagem. Apesar do ambiente servir, também, de restaurante, o cidadão pouco se importa se as baforadas estão incomodando alguém.

          Eu estou incomodado, mas resolvo não reclamar. Espero que o funcionário do posto o faça; isso não ocorre. De repente entra um frentista e faz alusão a uma moça que parecia com um rapaz. O cliente resolve se pronunciar: “Estive na Praia Mole e só vi viado. Fui a Joaquina e, também, só tinha viado”. O caixa, lídimo catarinense, não pensou duas vezes e, percebendo o estado de origem do homem, alfinetou: “Pois é, em Pelotas também só tem viado”.

          O homem fechou a cara, que não abrira em momento algum, e foi embora. Quando ele saiu o rapaz me confidenciou: “O babaca vem do Rio Grande do Sul pra cá e fica falando mal de Santa Catarina”! Resolvi não me meter no assunto, fiz-me de desentendido e sai de fininho. Enquanto me retirava olhei, de soslaio, a placa do carango que o indivíduo dirigia – Caxias do Sul/RS. Pois é, quem diz o que quer, houve o que não quer.

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