Cada dia me convenço que é preciso ser esperto, para ganhar dinheiro. Mas também fico persuadido a crer que o esperto, para ter sucesso, carece de um trouxa que lhe facilite a tarefa. Muitos empresários acreditam piamente que as pessoas, de um modo geral, são palermas fáceis de serem surrupiadas. E, venhamos e convenhamos, a prática mostra que os tais empresários têm razão. Assim sendo, muitos comerciantes "honrados" acham ótimas, e facílimas, maneiras de encher o bolso. Ilustrando, conto pra você, leitor, o que vi e vivi no estacionamento de um shopping de Florianópolis.
Vamos dar nome aos bois, como diz o adágio popular: o estabelecimento ao qual me refiro é o Floripa Shopping, localizado no bairro Saco Grande, às margens da SC-401, via de acesso ao norte da ilha. Fui até lá de moto, o meio mais fácil de se locomover na capital catarinense durante o verão. Chegando, procurei o estacionamento destinado às motocicletas. O local é muito apertado, como qualquer outro do gênero. Tudo bem; deixei o pequeno veículo na baia e entrei no corredor da morte. Brincadeira, em janeiro o shopping não é um corredor da morte. Entretanto, no período natalino ele é, sim, um local onde os lojistas atacam e, se possível, matam os incautos clientes. E fazem isso sob as bênçãos do Papai Noel; para mim, um baita sacana, que seduz grandes e pequenos para a forca consumista. Voltemos ao estacionamento.
Quando fui pagar pela estada da moto fui surpreendido pelo valor cobrado: três reais, por meia hora. Há, desci das tamancas. Tão pensando que eu sou quem, Eike Batista, o empresário mais rico do Brasil? Ou Robinho, que vai ganhar 160 mil reais por cada jogo pelo Santos Futebol Clube? Calma aí, gente boa, deve ter alguma coisa errada. Fui falar com a funcionária responsável pelo lugar.
Vamos dar nome aos bois, como diz o adágio popular: o estabelecimento ao qual me refiro é o Floripa Shopping, localizado no bairro Saco Grande, às margens da SC-401, via de acesso ao norte da ilha. Fui até lá de moto, o meio mais fácil de se locomover na capital catarinense durante o verão. Chegando, procurei o estacionamento destinado às motocicletas. O local é muito apertado, como qualquer outro do gênero. Tudo bem; deixei o pequeno veículo na baia e entrei no corredor da morte. Brincadeira, em janeiro o shopping não é um corredor da morte. Entretanto, no período natalino ele é, sim, um local onde os lojistas atacam e, se possível, matam os incautos clientes. E fazem isso sob as bênçãos do Papai Noel; para mim, um baita sacana, que seduz grandes e pequenos para a forca consumista. Voltemos ao estacionamento.
Quando fui pagar pela estada da moto fui surpreendido pelo valor cobrado: três reais, por meia hora. Há, desci das tamancas. Tão pensando que eu sou quem, Eike Batista, o empresário mais rico do Brasil? Ou Robinho, que vai ganhar 160 mil reais por cada jogo pelo Santos Futebol Clube? Calma aí, gente boa, deve ter alguma coisa errada. Fui falar com a funcionária responsável pelo lugar.
- Moça, está havendo algum engano ou o preço é esse mesmo?
- O preço é esse, senhor.
- Mas três reais é o valor cobrado para carros.
- Infelizmente, o preço é esse, senhor.
- Mas o espaço que uma moto ocupa é seis vezes menor que o do carro.
- Não posso fazer nada, senhor.
- Chame o teu chefe que quero falar com ele, por favor.
- Ele não se encontra, senhor.
Eu, que já estava indignado, fiquei possesso diante de tanto “senhor”. Foi quando a jovem deu o tiro de misericórdia: “posso ajudá-lo em mais alguma coisa, senhor”. Por pouco não fui parar nas estatísticas da lei Maria da Penha. Contei até dez e me toquei que ela não era, definitivamente, a pedra no meio do meu caminho. Liguei para o serviço de atendimento ao cliente da Estapar (maior e mais conhecida rede de estacionamento da América Latina, segundo a própria Estapar). A voz feminina, do outro lado da linha, tentou me convencer que o valor cobrado era justo. Quando fiz as argumentações que julgava necessárias, a doce voz se fez “mais grossa que papel de embrulhar prego”. Fiquei irado. Não, fiquei furioso. Na verdade fiquei outra coisa, mas a educação que recebi do Sr. Maurício e da dona Margarida não permite que eu use o termo mais cabível. Nem as senhoras decentes que estão lendo esta crônica precisam ouvir. Todavia, juro por Deus, os donos do Estapar não escutaram porque não estavam no local do crime.
Claro que é um crime! Cobrar, por uma moto, o mesmo valor cobrado por um carro é um crime. Crime gravíssimo, diga-se de passagem. É uma forma fácil de ganhar dinheiro. E o pior é que o motoqueiro é proibido de parar a motocicleta em uma vaga destinada aos carros. Prometi para mim mesmo: não volto mais lá. E se, um dia, precisar retornar ao Floripa Shopping, irei estacionar a moto em uma ampla e espaçosa vaga para caminhonete. E vou ficar só de butuca, esperando o mar pegar fogo para comer peixe assado. Se bem que a solução não é deixar de ir - muitos precisam - , mas lutar por tarifas mais honestas. E o pessoal da Estapar precisa entender que há maneiras mais civilizadas de botar a mão no bolso dos outros; não necessariamente gritando: mãos ao alto!
Esse eh o Brasil!!!.... E se vocë conversar com empresários em geral, eles afirmarão sem pestanejar:
ResponderExcluir- O problema deste país são estes políticos ladrões! O setor "produtivo" é que carrega este país nas costas (mas também a custa de quem?...).
Eu responderia aos políticos:
- São eles, vocês e todos que não lutam para exercer seus direitos e sua cidadania. Aqueles que não se "ïncomodam" para tentar mudar as coisas.