Cachorro, vagabundo, safado. Essas foram as palavras usadas por um comentarista de futebol da Band, para se referir ao jogador da Costa do Marfim que machucou um atleta brasileiro. Quero avisar, para tu não me chamares de ignorante, que me recuso a escutar tal profissional de televisão. Neto é o nome do grosseiro. Na verdade ele faz um ótimo papel de agressor da língua portuguesa. Presta, sim, um desserviço à boa pronúncia da língua que consagrou José Saramago. Por isso eu não perco meu precioso tempo sujando os ouvidos com baboseiras que o demente fala. No fundo eu acho que ele é um coitado. Se ouvi o que ele vomitou, foi por acaso.
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quarta-feira, 30 de junho de 2010
O futebol, a pobreza e eu
Não sei se deliro, morro, ou tenho fome. Quero gritar, mas receio ser ouvido. Quero subir nas asas do sonho e ver o mundo azul, como fez o cosmonauta russo Iuri Gagarin em 1961. Anseio por entrar em um carro alado, como fez o profeta Elias, e dar by by ao mundo hostil que me recebeu décadas atrás. Enquanto esses desejos não passam de quimeras, contento-me em observar a realidade dos norte-rio-grandenses, meus conterrâneos. Faço isso enquanto aproveito os últimos dias longe do frio de Santa Catarina. Adoro o lugar que moro. Não escondo, entretanto, que são Gilead aprecia vir para o nordeste no meio do ano, época em que o calor de Natal, principalmente, é um convite para quem mora no sul-maravilha. Enquanto vivo esse momento lindo, conforme canta Roberto Carlos, dou minhas espiadelas no dia-a-dia dos meus compatrícios.
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segunda-feira, 28 de junho de 2010
O futebol é uma droga pesada
Karl Marx ficou famoso por afirmar que a religião é o ópio do povo. Digo isso porque tem pessoas que só conhecem o barbudo por essa asserção. Elementar, paisano, que ele pensou, declarou e escreveu um monte de coisas importantes, e bobas também. Comparar, no entanto, religião ao ópio foi uma sacada das mais inteligentes. Venhamos e convenhamos, se ele vivesse no Brasil de hoje, mudaria a metáfora. Ao ver uma população surrupiada por algumas centenas de políticos, e mesmo assim festejando um time de futebol em um campeonato que é dito mundial, Marx mudaria. A religião pode ter sido, um dia, o ópio do povo. Hoje quem faz este papel é o futebol. Gente, do céu, o país para. Fica emaconhado diante da televisão. Esquece os problemas. Esquece os hospitais desprovidos de médicos e medicamentos. Esquece das estradas esburacadas e dos impostos que paga. E esquece, esquece, esquece.
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
Um trânsito acima da lei
Chegou aos meus escutadores de lorotas, que a cidade de São José, a 25 km de Natal, tem um trânsito caótico. Eu, a princípio, não acreditei. Fui lá para conferir. Eu sou igual a São Tomé: só vendo para crer. Sou do tipo goiano: só pegando, pra saber se o trem é bom. Tirei algumas fotos e descobri coisas interessantíssimas.
A praça da igreja é o lugar mais movimentado da cidade.
Carro, ônibus, bicicleta, caminhão, moto, é um furdunço. Saí sem saber quem tinha a preferência.
Ôps, tinha "gente" que não tava nem aí.
Os motoqueiros de São José não se preocupam em usar capacetes. Que beleza!
Em São José descobri que família unida, passeia unida e, se bobear, "empacota" unida.
Identifique, se for capaz, quantas leis de trânsito este malino infrigiu. Só não vou chamá-lo de inútil porque ele serve de mau exemplo.
Foi aí que eu pensei: Não tem polícia aqui, não? Depois que baixei as fotos foi que ví um fardado no orelhão. Os créditos do celular dele acabaram e ele precisava, só podia ser isso, monitorar a patroa.
Enquanto a Igreja Católica sofre com a descredibilidade em todo o mundo, a paróquia daqui achou a solução para a crise.
Não viu?, preste atenção na faixa.
Ou seja: para se fortalecer, a Igreja Católica não precisa se livrar dos problemas com pedofilia envolvendo párocos, precisa é de uma conta polpuda.
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
Procura-se um prefeito; vivo ou morto
Ontem eu deixei de lado as peladas da Copa do Mundo 2010 e resolvi viajar por algumas cidades próximas de Natal. É triste perceber o descaso dos políticos com o povo que os elegem. Os municípios são mal administrados. Falta infraestrutura. As escolas estão em péssimas condições. O descontentamento popular é grande. Conversei com várias pessoas que se diziam revoltadas com os prefeitos e seus secretários - vereadores. Para você, paisano, ter uma ideia, minha viagem foi pela Zona da Mata, a sub-região mais urbanizada e próspera do Rio Grande do Norte. Imagine as demais.
Essa estrada liga as cidades de Monte Alegre e Lagoa Salgada. Um dia, juro por tudo que é sagrado, teve asfalto. Em alguns mapas desorientados ela consta como asfaltada.
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quarta-feira, 23 de junho de 2010
Hoje é noite de folia, é noite de fogueira
Hoje é véspera de São João. Aqui, no Rio Grande do Norte, é motivo de festa. No interior do estado a tradição é mais forte. Em Lagoa Salgada, município distante 60 km de Natal, a praça é enfeitada com bandeirolas.
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Que vergonha!
Antes do início da Copa da África 2010, eu já escrevera que a França não passaria da primeira fase. Acertei em cheio. E por um motivo óbvio: o time é muito fraco. O que eu não imaginava é que o país da torre Eiffel seria representado por peladeiros tão mal-educados. É, paisano, se o selecionado de algum país sul-americano tivesse apresentado um comportamento igual ao dos franceses, todos diriam que era coisa do terceiro mundo. Jogadores e comissão técnica não se entenderam. O técnico era desrespeitado publicamente pelos comandados. O chefe da delegação fez beicinho e abandonou a equipe. Que vergonha. É, dona França, se foi por falta de adeus, até logo.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Escravos do Brasil
São sete horas da manhã. Douglas Chagas já está nas ruas da pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte. Ele é agente de saúde. Trabalha no combate à dengue. Recebe um salário mínimo por mês. Contratado pela prefeitura, não ganha alimentação nem ajuda para pagar o transporte. Mora no interior do interior. Se está chovendo, a lida é suspensa. Apesar de ter completado o ensino fundamental não encontra outra maneira de ganhar dinheiro. “Aqui não tem emprego, não”, lamenta. Quando pergunto sobre a qualidade do serviço ele é rápido no gatilho: “A dengue, aqui, tá controlada”. Aos 27 anos ele não tem, sequer, a carteira assinada.Peço para tirar uma fotografia dele, ele nao quer. "Tô com vergonha", explica, como se precisasse.Pessoas como Douglas não aparecem nos programas eleitorais. Viva o Brasil.
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domingo, 20 de junho de 2010
Os fins justificam os meios
É, paisano, tem certas pessoas que não merecem minha admiração. Com elas eu sou curto e grosso, como se diz no popular. Vou citar algumas. Calma, calma, de certo vossa excelência não faz parte deste conspurcado rol. Detesto quem prendeu o juiz Nicolau dos Santos Neto, o juiz Lalau, como ficou conhecido. O magistrado merecia, e continua a merecer, o respeito e os aplausos de nós cidadãos brasileiros. Ele ficou rico à custa de muito trabalho. E esse fato despertou a fúria dos invejosos. O togado comprou apartamento em Miami, mansão e carros importados. É um exemplo de homem bem-sucedido. É bem verdade que ele usou de meios, digamos ilegais, para fazer a fortuna, mas qual é o problema? Os fins justificam os meios. O que importa é que ele enricou. Por isso eu tenho raiva, essa é a palavra, raiva, de quem contribuiu de alguma maneira com a prisão do idoso. E se depender de mim a justiça deve soltá-lo e homenageá-lo com a impressão de seu rosto em alguma cédula de Real.
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sexta-feira, 18 de junho de 2010
João cabelo cáqui
- Bom dia. Você conhece um homem chamado João? -, perguntou o senhor de dentro do carro a uma moça na calçada da casa.
- Conheço não “sinhô”.
- Me disseram que ele morava nesta rua -, insistiu o cidadão.
- Sei não -, reiterou a jovem.
- João cabelo cáqui -, complementou ele meio sem graça.
- Ah, é aqui -, sorriu a donzela.
- Conheço não “sinhô”.
- Me disseram que ele morava nesta rua -, insistiu o cidadão.
- Sei não -, reiterou a jovem.
- João cabelo cáqui -, complementou ele meio sem graça.
- Ah, é aqui -, sorriu a donzela.
O nome do camarada era João. O sobrenome, não sei. Um engraçadinho, entretanto, deu-lhe uma alcunha. Nela, o nome da família, que acompanha o primeiro nome, foi trocado pela cor do cabelo do abençoado. Ganhara, assim, o nome que ficou mais conhecido do que o de registro: João Cabelo Cáqui. A filha cresceu ouvindo o pai ser chamado assim. Isso bastava. Cabelo Cáqui. Dizem que nem o pobre João atendia por outra designação. Conversei, hoje pela manhã, com um amigo de infância do finado. E perguntei: O senhor lembra o sobrenome dele? A resposta foi a que eu previra: “Não; todo mundo conhecia ele pelo apelido. Na verdade agente o chamava de Cabelo Cáqui”. Tem coisa pior.
Algumas crianças crescem ouvindo os pais chamarem-nas de idiotas, de burras, de inúteis. E de tanto escutarem essa bobajada, findam acreditando que são, de fato, imprestáveis. É melhor chamar de Cabelo Cáqui.
Algumas crianças crescem ouvindo os pais chamarem-nas de idiotas, de burras, de inúteis. E de tanto escutarem essa bobajada, findam acreditando que são, de fato, imprestáveis. É melhor chamar de Cabelo Cáqui.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Uma vergonha que precisa ser lembrada
Estava este escrevedor conversando, há poucas horas, com um dos cunhados dele. Não vou dizer o nome do sortudo porque não pedi autorização. Se bem que, por ser cunhado, eu nem deveria precisar de protocolos, mas enfim. O camarada me lembrou de uma história que aconteceu em uma época que morei aqui, em Natal. Eu era ponta esquerda de um time de futebol, ele era o centroavante. O time era bom. Lembro que tinha um meio campista chamado Nilsinho, muito meu amigo. Pense em um craque de bola. Claro que, por ser ele meu chegado, estou exagerando um poquito. Mas eu era fã do magro. Tinha o Cléber no ataque. Jogava muito o menino. Cidinho era um ala que, caso tivesse se dedicado um pouco mais ao esporte bretão, teria usado a camisa amarela do Brasil. E Amarildo? Pelo nome você já pode imaginar a categoria. São águas passadas, e águas passadas não movem moinho. Vamos à história.
Tínhamos um jogo marcado contra uma equipe da cidade vizinha. Eu não sabia nada sobre o time. Muito menos de como jogava cada atleta. Fomos para o local da partida, a sede campestre da Petrobrás. Entramos em campo, todos bem uniformizados, chuteiras de última geração e um ar de predador esperando a vítima. Fizemos o aquecimento, fomos para o gramado e nada dos adversários. De repente apareceram uma dez bicicletas. Em cada uma, vinham dois rapazes. Era o time. Nossa decepção foi quase do tamanho de Ronaldo Fenômeno. Um pouco menor, digamos. Rolou, entretanto, em nós, uma frustração. Enquanto os ciclistas guardavam os veículos não poluentes debaixo de umas frondosas árvores, ficamos conversando. Preste atenção no que falávamos.
- Bicho, os caras vieram pedalando. Tão mortos -, falou um de nós que não quero dedurar.
- Nem vai ter graça -, completei.
- São uns coitados -, riu outro.
Nossas presas vieram para o campo. Ficaram, lembro bem, meio sem graça por invadirem um ambiente tão elitizado. Parecia que precisavam pedir desculpas por terem ousado nos enfrentar. Nossa soberba disfarçada podia ser percebida há léguas. A bola rolou e não deu outra. Um a zero. Dois a zero. Três a zero. Quatro a zero. Cinco a zero. Seis a zero. Para eles. Minha equipe não viu, como se diz no meio futebolístico, a cor da bola. Os caras corriam feito um míssil guiado. A certa altura eles perceberam que estavam nos humilhando demais e diminuíram o ritmo. Acho que fizemos um golzinho. Porque os coitados deixaram. Teve um momento que percebi, em meus companheiros, uma vergonha. Vergonha que não permitia que reclamássemos. Apanhamos feito ovelha levada ao matadouro. Fomos embora calados. Ninguém teve coragem de confessar, mas cada um de nós sabia do crime que cometera. E tinha consciência, também, que levara uma lição. Ainda bem que meu cunhado me lembrou disso. E estou registrando para nunca esquecer.
Tínhamos um jogo marcado contra uma equipe da cidade vizinha. Eu não sabia nada sobre o time. Muito menos de como jogava cada atleta. Fomos para o local da partida, a sede campestre da Petrobrás. Entramos em campo, todos bem uniformizados, chuteiras de última geração e um ar de predador esperando a vítima. Fizemos o aquecimento, fomos para o gramado e nada dos adversários. De repente apareceram uma dez bicicletas. Em cada uma, vinham dois rapazes. Era o time. Nossa decepção foi quase do tamanho de Ronaldo Fenômeno. Um pouco menor, digamos. Rolou, entretanto, em nós, uma frustração. Enquanto os ciclistas guardavam os veículos não poluentes debaixo de umas frondosas árvores, ficamos conversando. Preste atenção no que falávamos.
- Bicho, os caras vieram pedalando. Tão mortos -, falou um de nós que não quero dedurar.
- Nem vai ter graça -, completei.
- São uns coitados -, riu outro.
Nossas presas vieram para o campo. Ficaram, lembro bem, meio sem graça por invadirem um ambiente tão elitizado. Parecia que precisavam pedir desculpas por terem ousado nos enfrentar. Nossa soberba disfarçada podia ser percebida há léguas. A bola rolou e não deu outra. Um a zero. Dois a zero. Três a zero. Quatro a zero. Cinco a zero. Seis a zero. Para eles. Minha equipe não viu, como se diz no meio futebolístico, a cor da bola. Os caras corriam feito um míssil guiado. A certa altura eles perceberam que estavam nos humilhando demais e diminuíram o ritmo. Acho que fizemos um golzinho. Porque os coitados deixaram. Teve um momento que percebi, em meus companheiros, uma vergonha. Vergonha que não permitia que reclamássemos. Apanhamos feito ovelha levada ao matadouro. Fomos embora calados. Ninguém teve coragem de confessar, mas cada um de nós sabia do crime que cometera. E tinha consciência, também, que levara uma lição. Ainda bem que meu cunhado me lembrou disso. E estou registrando para nunca esquecer.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Eu vi!
Martinho Lutero foi excomungado pelo Papa Leão X. Os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral realizaram a primeira travessia do Atlântico sul. O Acre foi elevado à categoria de Estado. Pelé e Garrinha estrearam na Copa do Mundo de 1958. Tudo isso aconteceu no dia de Santo Amós. Venhamos e convenhamos, paisano, são fatos que marcaram a história. Cravaram suas garras nos anais do tempo. Dia 15 de junho de um ano qualquer. Mas hoje também é 15 de junho. E o que aconteceu comigo, e com milhares de brasileiros, nunca será esquecido. Nunca. Seleção Brasileira vence a poderosíssima Coréia do Norte pelo placar de dois a um na Copa da África do Sul. E eu vi tudo. Se precisarem de testemunha, podem me telefonar, mandar email ou simplesmente assobiar. Eu direi o que vi. Quase perdi a visão.
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segunda-feira, 14 de junho de 2010
Atenção, senhores passageiros
Interessante como o ser humano lida com o tempo. Com a idade. Com as mudanças que são inevitáveis na graaaaaaaaande maioria das vezes. Com as sensações e, mais ainda, com as emoções. Coisas que pareciam banais assumem, no decorrer dos anos, valores grandes demais para corações que teimam em minguar, em se fazer pequeno. E diminuindo aperta o que guardou em seu interior. E apertando abraça. E abraçando ama efusivamente. Sinto isso quando volto ao Rio Grande do Norte. Quando regresso à minha gente. Quando retorno ao meu lugar. E hoje estou escrevendo, no avançado das horas, da casa dos meus pais – neste pedaço de Brasil chamado Nordeste.
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sábado, 12 de junho de 2010
A inveja é uma porcaria
Hoje a seleção Argentina estreou na Copa do Mundo 2010. Ganhou, como eu já esperava. Durante a partida fiquei zapeando entre os canais HD que transmitiam o jogo. Quando os hermanos fizeram o gol - numa jogada ensaiada -, um comentarista tratou logo de desmerecer nossos vizinho. O cidadão achou uma falta que, de coração te digo, paisano, não vi. Ao invés de aceitar a maneira ofensiva e bonita de jogar do time de Maradona, o profissional da emissora achou melhor encontrar defeitos. Que inveja!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Dica de filme
Que tal aproveitar o fim de semana para assistir a um filme bom? Minha dica é: Uma onda no ar.
O filme Uma onda no ar é a história da Rádio Favela. E quando digo que é uma história, me refiro àquelas narrações para serem contadas de geração a geração. O filme conta o sonho, o drama e a vitória de quatro amigos que idealizaram a criação da Rádio Favela, uma rádio comunitária de Belo Horizonte/MG. A ideia da rádio surgiu da necessidade que os jovens amigos sentiram de levar a voz dos moradores locais ao rádio. Inconformados com as transmissões radiofônicas que excluíam os pobres do morros, os rapazes perceberam que a linguagem, a temática e as músicas veiculadas pelas emissoras não comunicavam a realidade dos marginalizados pela sociedade.
O filme Uma onda no ar é a história da Rádio Favela. E quando digo que é uma história, me refiro àquelas narrações para serem contadas de geração a geração. O filme conta o sonho, o drama e a vitória de quatro amigos que idealizaram a criação da Rádio Favela, uma rádio comunitária de Belo Horizonte/MG. A ideia da rádio surgiu da necessidade que os jovens amigos sentiram de levar a voz dos moradores locais ao rádio. Inconformados com as transmissões radiofônicas que excluíam os pobres do morros, os rapazes perceberam que a linguagem, a temática e as músicas veiculadas pelas emissoras não comunicavam a realidade dos marginalizados pela sociedade.
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
Seleção Brasileira; o que é isso?
Aproveitando a Copa do Mundo 2010, pergunto:
1 - Quem disse que a seleção comandada por Dunga, e pertencente a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é, de fato brasileira?
2 - Você, paisano, sabe de onde vem, ou para onde vai o dinheiro da CBF?
3 - Você sabe, patriota, como são feitos os contratos entre a CBF e as empresas patrocinadoras da “Seleção Brasileira”?
4 - Você, me permita a intimidade, já viu algum concurso para preenchimento de cargos da CBF? Se ela pertence ao Brasil, o concurso é a forma legal de fazer parte do seu quadro de funcionários.
5 - Sabe quantos anos pode durar o mandato do presidente da CBF? Vale ressaltar que o presidente da República só pode governar o país por, no máximo, oito anos.
6 - Você já votou para presidente da CBF? E para técnico?
7 - Você sabe quanto ganha o técnico da seleção brasileira? E o auxiliar técnico? E o médico? E o fisioterapeuta?
1 - Quem disse que a seleção comandada por Dunga, e pertencente a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é, de fato brasileira?
2 - Você, paisano, sabe de onde vem, ou para onde vai o dinheiro da CBF?
3 - Você sabe, patriota, como são feitos os contratos entre a CBF e as empresas patrocinadoras da “Seleção Brasileira”?
4 - Você, me permita a intimidade, já viu algum concurso para preenchimento de cargos da CBF? Se ela pertence ao Brasil, o concurso é a forma legal de fazer parte do seu quadro de funcionários.
5 - Sabe quantos anos pode durar o mandato do presidente da CBF? Vale ressaltar que o presidente da República só pode governar o país por, no máximo, oito anos.
6 - Você já votou para presidente da CBF? E para técnico?
7 - Você sabe quanto ganha o técnico da seleção brasileira? E o auxiliar técnico? E o médico? E o fisioterapeuta?
Eu quero descobrir, e vou fazer isso, quem foi o cara que inventou esse papo de registrar um time de futebol com o nome de um país. O cidadão foi muito artista. Mais artista ainda é quem perpetua essa falácia. Sim, porque tem gente se dando bem com essa estória. Falando em artista, se há artista, há mocinho. Se há mocinho, há bandido. Se os homens que comandam o futebol são mocinhos (artistas), quem é o bandido? Eu? Tô morto. Viva a o Brasil!
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terça-feira, 8 de junho de 2010
Fraça eliminada na primeira fase
Se você torce pelo herdeiros de Michel Platini, meus pêsames.
A França vai cair na primeira fase.
Veja meus palpites sobre os timecos que passarão para as oitavas:
A França vai cair na primeira fase.
Veja meus palpites sobre os timecos que passarão para as oitavas:
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Viva a Seleção, viva a corrupção!
Vamos festejar a copa do mundo de futebol. O Brasil merece a comemoração. Ainda que você, paisano, não goste do esporte que consagrou Pelé, torça. Pinte o cabelo de verde, amarelo ou azul e branco. Nos dias em que a seleção canarinho jogar, não trabalhe. Não leia nenhuma notícia que não seja acerca do time comandado por Dunga. Nem em revista, nem em jornal e muito menos na internet. Coma futebol, beba futebol e respire futebol. Esqueça a sua sogra indigesta, esqueça seus filhos pentelhos, esqueça seu chefe insuportável. Viva o Brasil! Viva o futebol! Viva a corrupção! Viva a corrupção?
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Câncer de mama não escolhe sexo
Está enganado quem pensa que câncer de mama é coisa de mulher. Era assim, entretanto, que pensava Sandro José da Rosa, 38 anos. Morando no Campeche, bairro praiano de Florianópolis, e trabalhando de serralheiro, ele levava a vida entre as ferragens e a música. Isso porque Sandro também é músico e embalava as missas na paróquia do local onde mora. Até que em setembro de 2008 um pequeno nódulo na mama direita começou a sangrar. “Eu tinha pego um serviço pesadíssimo e acho que acabei fazendo muita força”, relembra. Daí para o hospital foi rápido. Exames feitos, veio o diagnóstico: ginecomastia – crescimento das mamas, geralmente causado por disfunção hormonal. Um ano depois foi feita a cirurgia e notou-se o erro. O médico pediu uma biópsia e constatou o câncer. Nova cirurgia para retirada do tumor e uma sequencia de seis quimioterapias. A última foi no dia dezoito de maio deste ano.
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quarta-feira, 2 de junho de 2010
Florianópolis também tem Carandiru
Foi no dia 2 de outubro de 1992. Não lembra? O massacre do Carandiru. Começou quando Barba e Coelho, dois detentos, resolveram brigar no pavilhão 9. Outros presos jogavam bola sob os olhares de companheiros que não tinham coisa melhor para fazer. Barba possuía muitos amigos, Coelho também. No dia 2, dois grupos se formaram democraticamente. Cada presidiário podia escolher entre Barba e Coelho. Em segundos a confusão se generalizaria. Gritos, socos, facas, estiletes, punhais, colchões, fogo, sangue e morte. Faltava menos de duas horas para o lugar se transformar em Pandemônio, a capital imaginária do inferno. Faltava a Polícia Militar. Ela veio e trouxe na algibeira, 111 cadáveres.
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terça-feira, 1 de junho de 2010
Sai da frente, idiota!
Quando Ayrton Senna empunhava a bandeira brasileira, depois de uma corrida de fórmula um, meu patriotismo beirava o céu. A voz esfuziante do narrador não deixava dúvidas: estávamos diante de um mito do automobilismo. E esse semideus era do terceiro mundo. Quando nós, tupiniquins pisoteados, saíamos da frente da telinha e pegávamos o volante das nossas carroças, era um desvario total. Cada cidade, por pior que fosse, era uma Mônaco. Cada rua, por mais buraco que apresentasse, era uma reta dos boxes. Cada pedestre, ainda que involuntariamente, era um torcedor fanático. Cada apitaço de guarda de trânsito, uma bandeirada. Cada Passat de pneus carecas, uma impávida Lótus preta. Cada carro lento, à nossa frente, um retardatário a ser ultrapassado.
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