- Conheço não “sinhô”.
- Me disseram que ele morava nesta rua -, insistiu o cidadão.
- Sei não -, reiterou a jovem.
- João cabelo cáqui -, complementou ele meio sem graça.
- Ah, é aqui -, sorriu a donzela.
O nome do camarada era João. O sobrenome, não sei. Um engraçadinho, entretanto, deu-lhe uma alcunha. Nela, o nome da família, que acompanha o primeiro nome, foi trocado pela cor do cabelo do abençoado. Ganhara, assim, o nome que ficou mais conhecido do que o de registro: João Cabelo Cáqui. A filha cresceu ouvindo o pai ser chamado assim. Isso bastava. Cabelo Cáqui. Dizem que nem o pobre João atendia por outra designação. Conversei, hoje pela manhã, com um amigo de infância do finado. E perguntei: O senhor lembra o sobrenome dele? A resposta foi a que eu previra: “Não; todo mundo conhecia ele pelo apelido. Na verdade agente o chamava de Cabelo Cáqui”. Tem coisa pior.
Algumas crianças crescem ouvindo os pais chamarem-nas de idiotas, de burras, de inúteis. E de tanto escutarem essa bobajada, findam acreditando que são, de fato, imprestáveis. É melhor chamar de Cabelo Cáqui.
Algumas crianças crescem ouvindo os pais chamarem-nas de idiotas, de burras, de inúteis. E de tanto escutarem essa bobajada, findam acreditando que são, de fato, imprestáveis. É melhor chamar de Cabelo Cáqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário