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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cachorro, vagabundo e safado

          Cachorro, vagabundo, safado. Essas foram as palavras usadas por um comentarista de futebol da Band, para se referir ao jogador da Costa do Marfim que machucou um atleta brasileiro. Quero avisar, para tu não me chamares de ignorante, que me recuso a escutar tal profissional de televisão. Neto é o nome do grosseiro. Na verdade ele faz um ótimo papel de agressor da língua portuguesa. Presta, sim, um desserviço à boa pronúncia da língua que consagrou José Saramago. Por isso eu não perco meu precioso tempo sujando os ouvidos com baboseiras que o demente fala. No fundo eu acho que ele é um coitado. Se ouvi o que ele vomitou, foi por acaso.



          A televisão brasileira atrapalha o desenvolvimento intelectual dos seus telespectadores, quando coloca no ar pessoas incapazes de conjugar o verbo ser de maneira correta. E Neto é um deles. Sinceramente, paisano, não sei o que deu em uma emissora de TV que resolve colocar como comentarista alguém que não tem a menor intimidade com o vernáculo. Poderia pelo menos dar um curso de português para o rapaz. Podia até ser à distância. De uma semana já seria suficiente. Por todos os ouvidos sadios do Brasil, gente desse tipo deveria ser proibida de trabalhar em um veículo de comunicação. Vale ressaltar que o tal comentarista, quando era jogador de futebol, foi um péssimo exemplo de profissional.

          Em 1991 ele cuspiu na cara do árbitro José Aparecido ao ser expulso de campo. Agora, passados 19 anos do lamentável episódio, ele entra nos lares de centenas de cidadãos, via imagens de TV, e cospe no rosto do telespectador. Esmurra a ética, esfaqueia a educação e metralha os bons costumes. Hoje ele bateu todos os recordes de estupidez ao chamar o atleta da Costa do Marfim de cachorro. Imagina se o africano tivesse cuspido no adversário. Neto, camarada, faz um favor à audiência: vai arrumar um bico no Afeganistão.

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