“Se a vítima não tiver um direito sobre o carrasco, então nao haverá justiça”
José Saramago - escritor português
Damásio Marino é o nome dele.
- De quem se trata?
- De um delegado de polícia.
- O que ele fez para merecer ter o nome divulgado aqui?
- Agrediu um cadeirante.
- Por que?
- Porque o paraplégico reclamou com ele.
- E por que carga d’agua um camarada, que nem correr pode, meteu-se a questionar um “homem da lei”?
- Porque o bonitão, que não é deficiente físico, mas porta arma de fogo, estacionara o carro na vaga reservado a deficientes. Anatole Macedo, a vítima, achou-se no direito de pedir explicações ao semideus.
- E por isso apanhou?
- Sim, foi agredido pelo delegado que fez uso da arma para humilhar o cidadão.
- Onde foi que aconteceu essa barbaridade?
- Em São José dos Campos, São Paulo, na última segunda-feira.
Meu amigo, minha amiga. Você sabe o que vai acontecer com o delegado? Nada. Isso mesmo; nada. “Ele será afastado da função, enquanto durar o inquérito”, dirá o porta-voz da Secretaria de Segurança Pública, recorrendo a uma frase comumente usada em situações como essa – que não são poucas. É a medida comumente adotada pelos donos das armas. Quando a população esquecer – o que não levará duas semanas – o verdugo voltará às atividades costumeiras.
Aproveito e sugiro que a vida desse delegado seja escrutinada. Sim, porque ele não é, como diz o adágio, flor que se cheire. A Corregedoria tem uma ótima chance de descobrir quem é Damásio Marino. Como disse a rapariga dos óculos escuros de Ensaio sobre a cegueira, “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.
PS: Para maiores informações sobre o caso, clique aqui.
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