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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Até amanhã

     Estou escrevendo esta crônica às 21h45. É véspera de ano, como diz a minha mãe. Daqui a pouco mais de duas horas estarei em 2011. Hoje de manhã joguei futebol na AABB, a última pelada do ano. Depois vim à praia. Almocei e fui subi para a varanda. A rede me esperava. Um livro foi grudado em minha mão. O vento sul obrigou-me, apesar do sol que brilhava, a me enrolar no cobertor. Só desci na hora de começar a Corrida de São Silvestre. E vibrei, evidente, com a vitória do brasileiro Marilson. Às 18h30 fui à praia. O sol ainda queimava. Tava difícil de caminhar por entre os viventes esparramados na areia. Depois de dez minutos andando rápido, contagiado, talvez, pelo clima da corrida que assistira, iniciei minha corrida. Quarenta minutos na areia fofa. Às 19h30 já estava de volta. Um banho.


     O barulho dos rojões me incomoda e indica a chegada do ano novo. Para mim, não é uma data especial. Já foi, confesso. É interessante como algumas pessoas, e eu sou uma dessas, mudam a forma de pensar ao longo dos anos. Muitos conhecidos meus juram que não mudam. E argumentam que o dia 31 de dezembro é um dia especial por diversos motivos. Para ser sincero, acho uma tolice da parte deles, mas fico calado. Como disse o tcheco autor de A Insustentável Leveza do Ser: “Quando o coração fala, não é conveniente que a razão faça objeções”. Nesse caso recolho-me a minha insignificância de um sem- coração. Sei, entretanto, que amanhã, quando eu acordar, ouvirei os noticiários falando sobre os mesmos políticos que meteram a mão no meu bolso no ano passado. Terei que ouvir as mesmas porcarias vindas dos potentes sons de alguns carros cujos motoristas insistem em empurrá-las nos ouvidos de quem passa.


     A única coisa, para ser bem sincero, marcante nesta noite, é que depois dela só precisarei de mais 10 dias para pegar o vôo com destino a Natal. E nesse caso, a noite do dia 10 de janeiro será infinitas vezes mais importante do que a de hoje. Mesmo assim, aos de bom coração desejo um abençoado 2011. Aos que me enchem o saco, peço que aproveitem a data para prometerem a si mesmo que pegarão mais leve. À você, paisano, que lê de vez em quando minhas crônicas, até amanhã. 

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