Ela trabalha na casa de um
amigo meu. E diz adorar o neto.
- Aquele alemãozinho é
muito inteligente. Vai fazer quatro anos e já diz cada coisa.
E continuou: “outro dia
ele segredou que não era para contar certas coisinhas que a mãe dele faz senão o
pai bateria nela”. A esposa do meu colega entrou na conversa: “o marido bate
nela?”. Adalgisa, chamemos assim a diarista, arrematou: “pois é, podia bater
escondidinho, né?”.
- Não, Adalgisa, não é
para bater nem escondido. Homem não deve bater em mulher -, retrucou a senhora.
- Ah, mas ela merece -,
obstinou-se a da limpeza.
Bate não bate, a conversa
se esvaiu em menos de cinco minutos. Quando a dona da casa saiu de perto, Adalgisa
olhou para mim e resmungou como se eu fosse cúmplice: “tem que bater, sim”. Eu,
sem argumento suficiente para mudar a ideia de uma senhora que um dia também já
apanhara do esposo, emudeci. E olhe que estou falando de uma situação ocorrida
em Florianópolis, no sul maravilha.
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