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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Jesus Cristo, o cidadão e o político

     Queremos um Brasil melhor? Queremos um Brasil menos corrupto? Queremos um Brasil mais transparente? Queremos um Brasil mais justo? Temos um preço a pagar para que isso venha a acontecer. Queres pagar para ter um Brasil melhor? Queres pagar para ter um Brasil menos corrupto? Queres pagar para ter um Brasil mais transparente? Queres pagar para ter um Brasil mais justo? Ou és daqueles que acham que quem faz o país são os deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes? Que só eles precisam ser melhores, menos corruptos, mais transparentes e mais justos? Se pensas assim, podes parar a leitura por aqui e continuar no teu mundinho do tamanho de um grão de mostarda e tão cheiroso quanto o vômito de um cão. Podes continuar criticando os políticos e fazendo tuas maracutaias em nível, digamos assim, quase inocentes. Xingue a presidente Dilma Rousseff por proteger  supostos bandidos e defenda com todo fervor teu filho, teu neto, teu parente ou teu amigo quando ele cometer “pequenos deslizes”. E quando chegares diante do espelho, após mais um dia medíocre, olhe no grão dos teus olhos e diga “não passo de um FDP”. E cuspa, caso coragem tenhas, na tua imagem recém saída do chuveiro quente.

     Tenho sérias dificuldades em me apropriar de textos sagrados para defender meus pontos de vista. Sejam esses textos da Bíblia, do Alcorão ou de qualquer outra religião. Vivendo, entretanto, em um país dito cristão, permito-me uma exceção e conto o que Jesus Cristo disse sobre o assunto que ora escrevo: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito (Lc 16:10)”. Sensacional o camarada. Você, leitor, é católico, evangélico ou simpatizante das ideias do Cristo? Ou concordas com quase tudo que ele pregava, menos com aquilo que te contraria? Eu, particularmente, concordo em gênero e grau com o messias judeu. E nas muitas vezes que tombo, o faço por ter ignorado um pequeno escorrego anteriormente dado.

     Como é que queremos um Brasil melhor se não conseguimos ser justos e transparentes nas nossas igrejas? Outro dia, um senhor aqui de Floripa me contou a seguinte história: o responsável pelo coral da igreja que ele frequenta sabotou uma das integrantes para poder substituí-la pela amiga dele. Meu Deus do céu, é muita mesquinharia.

     Moras em condomínio, amizade? Tu achas que a administração de lá trabalha para todos? Duvido. Duvido com um D do tamanho do maracanã. Assim como no alto escalão do Governo Federal, uns poucos tomam o poder e legislam em causa própria. “Mas no meu condomínio tem assembleia, Gilead”, brada um ingênuo. Bobagem, jacaré. As decisões foram tomadas anteriormente nos bastidores, nas reuniões disfarçadas, nos emails trocados, nos telefonemas dados entre uma meia dúzia de três ou quatro condôminos discípulos de Paulo Maluf. A assembleia nada mais é do que uma forma hipócrita de legitimar a vontade de uma minoria. Exatamente como na política partidária. Como diria o filósofo popular: "é um jogo de cartas marcadas".

     E queremos um Brasil melhor, menos corrupto, mais transparente e mais justo? Conta outra vai. O político nada mais é do que um cidadão que se acostumou com deslizes.

2 comentários:

  1. Situacoes assim sao facilmente vistas em nosso dia a dia. Nas escolas dos nossos filhos, nos super mercados, nos condomínios, nos ambientes de trabalhos, nos clubes, nas igrejas, nas associaçoes de bairro nas... nas... nas... Eh cidadao! Nosso mundo nao tem jeito. E nao me venha dizer que em outros lugares do nosso planeta tambem nao tem destas coisas. Uns mais, outros menos, mas eha cada um defendendo o seu. O resto? Ora! O resto eh o RESTO.

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  2. As Escrituras já dizem, e tornam-se cada vez mais verdadeiras:

    "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!" Jr 17:5

    "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam." Is 64:6

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