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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Já viu poste mijar em cachorro?

E aí, beleza?

Vamos conversar sobre coisas comuns? Que tal, filosofia? Ui! Tudo bem, tudo bem, estou brincando. Deixa eu te fazer uma pergunta, aliás, você já deve ter percebido que adoro fazer perguntas, não é? Você já viu poste mijar em cachorro? É isso mesmo. Já viu? Alguma vez passou na rua e notou um poste bonito, alto, com uma lâmpada de xenom, levantando os fios e fazendo xixi  em um cachorro que caminhava na calçada? Nunca viu? Não diga! Eu já vi, várias vezes. Claro, o que eu mais tenho visto é essa cena. Os coitados dos cachorros estão desviando dos postes. Quando eles vêem um, baixam a cabeça, colocam o rabo entre as pernas e saem de fininho.

Ei, você acha que estou brincando? Então presta atenção neste caso que passarei a te contar. Eu estava na casa de um empresário do ramo têxtil, em Blumenau/SC. O homem tem por volta de 60 anos, é dono de uma grande empresa com centenas de funcionários sob seu comando. O filho dele, um gurí de 16 anos, que mal deixou de usar fraldas estava na garagem fazendo o que não devia. Algo bem próprio da idade, por sinal. O pai, educadamente, pediu que ele parasse. O rapazola ignorou. Mais uma vez o pedido foi feito, dessa vez foi quase uma súplica. O menino não pensou duas vezes. Levantou-se, esticou  o dedo indicador na direção do pai e disse um monte de impropérios. Confesso que tive vontade de dar uma mãozada no safado. No filho, claro.

O homem ficou sem graça, constrangido, incapaz de enfrentar o moleque. O cidadão trabalha feito um louco, paga as contas e ainda é desacatado! O que é isso? É o poste mijando no cachorro, a inversão de valores. Um pai não pode falar alto com o filho, nem quando estão sozinhos, quanto mais na frente de outras pessoas. "Vai traumatizar o adolescente, prejudicar a auto-estima dele". Ah, mas o contrário pode? Um terneiro-mamão que não é capaz de se responsabilizar pelos próprios atos se acha no direito de desmoralizar o pai. E esse tem que aceitar, ficar calado, engolir.

Ainda sou do tempo em que cachorro mijava em poste. O Sheid, meu cachorro, sabe que não precisa temer. Sim, mas ele é um cão diferenciado. Por isso, enquanto cachorro eu tiver, os postes que me desculpem, mas terão que se contentar em segurar lâmpadas.

4 comentários:

  1. Eita mano, essa é forte, a inversão de valores chega a doer, e se essa geração não quiser voltar às praticas antigas, então meu caro... ai ai ai!!! continuaremos a ter trocentos postes mijando nos cachorros.
    Irinea

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  2. passei por uma situação hoje que tambem fiquei indignada. o desrespeito está cada vez maior e mais aparente em todos os lugares. ja faz parte do nosso dia-a-dia e de tao comum passamos a achar isso normal.. NAO PODEMOS. desrespeito nao é normal !!!! pelo amor de deuss

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  3. É!
    A gente não tem cara de panaca
    A gente não tem jeito de babaca
    A gente não está
    Com a bunda exposta na janela
    Pra passar a mão nela

    É!
    A gente quer viver pleno direito
    A gente quer viver todo respeito
    A gente quer viver uma nação
    A gente quer é ser um cidadão
    A gente quer viver uma nação
    ''A gente não quer viver corrupção"

    É, é, é, é, é, é, é!

    É!
    A gente quer carinho e atenção
    A gente quer calor no coração
    A gente quer suar, mas de prazer
    A gente quer é ter muita saúde
    emprego, educação, habitação
    A gente quer viver a liberdade
    A gente quer viver felicidade
    ''Agente não quer viver corrupção''

    É!
    A gente não tem cara de panaca
    A gente não tem jeito de babaca
    A gente não está
    Com a bunda exposta na janela
    Pra passar a mão nela
    " A gente não quer viver corrupção"
    É!
    A gente quer é ser um cidadão
    A gente quer viver uma nação
    A gente quer é ser um cidadão
    A gente quer viver uma nação
    " A gente não quer viver corrupção".
    ( Gonzaguinha)

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