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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Denúncias de preconceito em Florianópolis


          Colhi o depoimento de quatro pessoas sobre o preconceito.  Elas são de  estados diferentes e contam suas experiências a respeito. Jonathan, paraense; Cristini, catarinense; Carlos, pernambucano; e Alves, natalense.  Será que o preconceito é real? Ou fruto de delírios provocados pela inanição!

 Jonathan Resque - Tem gente que não sabe a diferença entre Norte e Nordeste

          Jonathan Resque trabalha na assessoria de imprensa da Polícia Civil de Santa Catarina. Natural de Belém do Pará ele mora em São José/SC. Quando diz onde nasceu ele salienta que o "Pará fica na região Norte, apesar de muita gente achar que é na Nordeste". Há três anos morando em Santa Catarina ele sentiu o preconceito de alguns catarinenses contra quem vem de outras regiões brasileiras.

          O paraense já sofreu com o preconceito e chama a atitude de xenofobia. "As pessoas costumam achar que passou São Paulo é tudo Nordeste, só que tem uma difereça muito grande que é claramente vista pela cultura das pessoas", esclarece. Jonathan disse que foi chamado de nordestino por uma pessoa e xplicou para ela que o Pará não ficava no Nordeste. Que, tanto cultural, como geograficamente ela estava errada. "Foi uma situação constrangedora", recordou.

          "A gente está no século XXI e, por termos uma cabeça mais avançada, não deve se permitir esse tipo de preconceito. Nós temos o exemplo maior de xenofóbico do planeta, Hitler, que matou milhões de judeus. As vezes sinto o preconceito até mesmo numa brincadeira que a pessoa acha que está agradando, mas me incomoda. Tipo: tú é do nordeste, o que veio fazer aqui, veio vender rede na praia? Eles falam em tom de brincadeira mas acaba tendo um fundo de verdade", desabafa.

          O assessor da polícia diz que esse tipo de preconceito o faz lembrar uma música do Ultrage a Rigor -nós vamos invadir sua praia -, porque sente como se estivesse invadindo a praia dos catarinense. "Eu acho esse preconceito uma coisa boba, pequena, de uma ignorância tamanha"! Quando perguntado se a atitude preconceituosa preocupa ele adverte: "é preocupante porque pode se tornar uma coisa agressiva. Pode virar um preconceito racial. Pode gerar agressão.

Cristini Moritz - O preconceituoso tem a cabeça pequena

 
          Cristini Moritz é jornalista e trabalha no jornal Notícias do Dia.Natural de Florianópolis diz que o preconceito contra nordestinos existe, mas acha uma coisa de ignorantes."Um monte de pessoas fala mal dos nordestinos", afirma. Ela diz que a situação é preocupante, "até porque teve um caso do gaúcho que, por estar vestido de gaúcho foi agredido", lembra."A atitude dos catarinenses é de uma cabeça pequena, porque a maioria das pessoas do sul e do sudeste se acha mais culta, mais inteligente. A gente está no mesmo país, esse preconceito é uma coisa idiota".

Carlos Alberto - O pessoal daqui fala muito mal do Nordeste         

          Carlos Alberto é pernambucano e mora há 18 anos em Florianópolis. O comerciante de 61 anos  diz que sente o preconceito contra quem mora no Nordeste, não contra os nordestinos que residem em florianópolis."O pessoal daqui fala muito mal do nordestino, acha que o Governo Federal só trabalha para o Nordeste e para o sul não vem nada. Eles dizem que o Sul sustenta o Nordeste, eu escuto muito isso, mas acho que é coisa de quem não conhece o país",deixa claro. Carlos diz que nunca sentiu o preconceito na pele, e que tem muitos amigos em Florianópolis. "Eu nunca senti preconceito" afirma.



Luiz - Perguntei se ele sabia que preconceito é crime         

          Luiz Alves (nome fictício, pois não quis ser identificado) contou que estava conversando em um restaurante quando uma das pessoas presentes perguntou de onde ele era. "Quando eu revelei que era de Natal ele virou as costas e avisou que não conversava com nordestino". Alves lembrou que as pessoas presentes ficaram sem saber o que fazer. De acordo com o natalense, o xenófobo informou que era aposentado do Banco do Estado de Santa Catarina ( BESC). "Ele disse que nordestino é tudo igual. Perguntei se ele sabia que preconceito é crime, mas ele saiu sem querer convversar", relatou.

Xenofobia pode ter partido de um ex-diretor do BESC

Eu, Gilead Maurício, estou apurando essa informação e vou publicá-la nesse blog. De acordo com um advogado, amigo meu, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o homem que  discriminou o natalense é  um ex-diretor do BESC.

          Se você conhece alguém que tem uma história de preconceito entre em contato comigo. Vivemos em um mundo pluralista onde o respeito aos grupos, por menores que sejam, deve ser preservado. Enquanto pessoas estiverem sendo discriminadas por raça, cor ou religião, não estaremos livres de barbáries, como as  que aconteceram na Bósnia e em Ruanda. Vamos fazer uma campanha contra todas as formas de preconceito. Leve esse debate adiante. Não é porque você não presenciou que ele não existe. Muitas pessoas ficam caladas e preferem sofrer em silêncio.

8 comentários:

  1. A atitude desse ex-funcionário do Besc é tosca. O cara tem que levar um tremendo processo. Eu nunca vi ninguem fazendo isso, mas sei de muitas histórias. Isso não pode ser ignorado.

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  2. Sou de Goiânia e estou indo passear em Floripa na semana que vem. Meses atrás ouvi, da boca de uma pessoa natural da cidade, que as pessoas do lugar são preconceituosas. Eu espero não passar nenhum constrangimento, afinal, estou indo de férias e de coração aberto pra conhecer o lugar. Depois te conto o que aconteceu. Rose Mendes, jornalista.

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  3. A atitude desse ex-diretor do BESC foi horrível!

    Meu Deus do céu! Onde o mundo vai parar?

    Nordestino é tudo igual né? Então, a Pitty, a Ivete Sangalo, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Natália do Valle, Priscila Fantin e Mariana Ximenes (A mãe dela é cearense)e outros nordestinos e descendentes famosos deveriam ser mortos na cabeça do povo sulista?

    Aliás, o que tem de fãs na Pitty no estado de São Paulo e nos estados sulistas e tem uns que acham que ela é paulista.

    Abraços

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  4. Esse mundo é pequeno, caríssimo potiguar, mas as coincidências são grandes!

    Na década de 90 fui dentista em Cocal do Sul/SC (terra da Eliane - revestimentos cerâmicos), ali colada a Criciúma. Terra de gente boa, gostei de viver lá!
    Mas certa vez, ao ser apresentado para um gerente do BESC (agência local), logo ele soube que eu era pernambucano, mandou essa:
    - Vocês lá do "norte" só querem viver de festa, hein?
    - Você lida com dinheiro, rentabilidade, lucro, essas coisas, né mesmo? - cavei o pênalti.
    - Sim!
    - Pois é... "viver de festa" é um know-how nordestino para se encher de bufunfa. Os baianos que o diga: espalharam "micaretas" - carnavais fora de época - pelas capitais brasileiras e estão por aí faturando com a "gôta serena"!

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  5. Pois é, Marcelão, para um tolo, um sabido; como diz a sabedoria popular. Abraço.

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  6. Quer saber de casos de preconceitos? Vai conversar com uma parte dos estudantes forasteiros na UFSC para vc perceber ....

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  7. JAIME OLLIVET SUNNAH28 de março de 2011 às 18:01

    Preconceito en Florianopolis??.....eses casos não son nada, comparado con o preconceito contra extranjeiros , ai que e bravo...eu posso falar !!...sou natural do Chile e a mais de trinta anos que venho sufriendo um asedio implacable , constante , e maquilhado con un toque de cordialidad , e a toda hora!!...todos os dias!!....e a gente vai reclamar para quien!!...vai denunciar para quien!!...ten gente que me conhece a mais de 25 anos !!..e ainda no sabe meu nome !!...ou digamos melhor; se recusan a chamarme pelo meu nome !!...e sempre GRINGO PARA LA gRINGO PARA ACA...AGORA NA MIDIA SE DEBATEN CASOS DE ASEDIO EN ESCOLAS BRASILEIRAS E ATE EM EMPRESAS...MAIS DA XENOFOVIA EXISTENTEBEN FLORIPA CONTRA EXTRANJEIROS NINGUEIN SE DIGNA FALAR.....TEN GENTE MUITO BOA E LEGAL...MAS LAMENTABLEMENTE SIEMPRE TEM UM CALIORDA PRESENTE DISPOSTO A DENEGRIR NOIS EXTRANJEIROS , SEM FALAR DAS COVARDES AGREÇOES SUFRIDAS POR MUITO DE PATOTAS DE VALIENTES ILHEUS...ATE CUANDO TEREMOS QUE TOLERAR ESTE TIPO DE COVARDIAS!!ATE CUANDO!!

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  8. Sou carioca e moro em florianópolis á 20 anos e posso dizer que não é só com nordestínos que acontece isso,gente estranha!

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