E aí, beleza?
Apoteótico, fantástico, incrível, inimaginável, blasonador. Pense em mais duzentos sinônimos para maravilhoso. Todos esses elogios não serão capazes de definir, nem de longe, o que foi a partida entre Fluminense e Cerro Porteño, ontem , no Maracanã. O jogo valia vaga para a final da competição. O tricolor do Brasil jogava pelo empate. Repare que eu disse "o tricolor do Brasil". Claro, como dizia o sábio, tricolor é o Fluminense, o resto é time de três cores. Pois então, um mísero e desprezível empate colocaria o time das Laranjeiras na disputa do campeonato mais importante do ano. Isso mesmo, que se dane o brasileirão; importante mesmo é a Sul-Americana.
A festa era total no colosso da avenida Maracanã. Os torcedores vieram em cardume, em revoada, em bando e em tudo o mais que você possa imaginar. Eu te dou a liberdade de deixar a imaginação fluir, sim, o motivo é mais do que justo. O que nem o mais fanático flamenguista esperava era que o desgraçado do time paraguaio achasse um gol no iniciozinho da peleia. Digo, peleia, porque foi, de fato uma batalha campal. Em todos os sentidos. Cáceres foi o endiabrado que marcou o tento do inimigo. Lógico, tem que ser considerado inimigo quem vem querer ridicularizar o selecionado carioca em seus domínios.
Mas as forças divinas estavam a favor dos brasileiros. O Fluzão encurralou o adversário, usou o arsenal de táticas cuquistas (criadas por Cuca) e fez o impossível se tornar realidade. Digo, impossível, por força da expressão, desde o momento que sofreu o gol eu sabia ser perfeitamente possível virar o jogo. Só que eu esperava ser um pouquinho mais fácil, afinal contáva-mos com o maior meio campista atuando nos gramados brasileiros. Quem? Conca, amigo, o baixinho é argentino e, diga-se de passagem, não foi convocado para a seleção do hermanos porque Dunga não é o treinador deles. E,cá pra nós, se "la mano de Dios" chamar o Conca para a copa...
Mas em determinado momento, confesso, me passou pela cachola a idiota hipótese do Flu perder a vaga . Isso mesmo, primeiro Maicon sentiu a coxa e teve que ser substituido, depois Digão fraturou o pé. A maionese parecia desandar. Dava a impressão que a inhaca estava pairando sobre as cucas tricolores. O goleiro do Cerro, Barreto, fazia verdadeiro milagres sob a trave paraguaia. Nem Yashin, o Aranha Negra, conseguiria fazer tantas defesas. O homem parecia a muralha da China. Ainda bem, porque a Muralha da China tem pontos vulnerabilíssimos. Teve um lance em que o arqueiro parecia o Homem Elástico, lembra dele? Esticou o braço como se fosse uma borracha e defendeu o chute do atacante Fred. Suei frio. Frio não, gelado.
Mas nessas horas, meu chapa, o inusitado costuma acontecer. Quando todos pensam que a vaca foi para o brejo é que surgem os heróis, os lendários, os guerreiros, os predestinados. E com o palco armado não deu outra: surgiu ele, o Homem de Seis Milhões de Dólares do Fluzão. Gun é o nome do gigante. Levou uma cotovelada de um adversário. Pegou 37 pontos na testa. O sangue jorrava em jatos que pareciam querer tirar a vida do monstro pó de arroz. Um médico conseguiu uma fralda e colocou sobre a cabeça do atleta. Diga-se de passagem, a fralda não havia sido usada antes. Foram colocados quase três quilos de algodão para estancar o sangue que, teimosamente, não queria parar. Aparentava que nosso herói estava com um modis extra-grande na cocuruta. Valeu a pena.
Aos 47 minutos do segundo tempo o valente Gun recebeu uma bola na área, livrou-se dos adversários e marcou, esse sim, o gol que Pelé não fez. Um golaço com todos os aços que a CSN pode produzir. Os cem mil torcedores que estavam no estádio foram ao delírio. Calma, eu explico, não tinha cem mil torcedores, mas quem não estava lá fisicamente, estava presentíssimo em espírito. e quando eu digo, "o gol que Pelé não fez", falo com autoridade. Alguma vez o rei fez um gol no Cerro Porteño, aos 47 minutos do segundo tempo , no Maracanã e valendo vaga para a final da Sul-Americana? Chupa essa manga.
Depois disso o Alan ainda fez mais um gol, mas, ao meu modo de ver, deveria ter sido anulado. Não, não houve irregularidade, era simplesmete para não arranhar o gol do Gun. Aliás, se eu fosse o árbitro teria acabado o jogo quando Gun, O Grande, destruiu a Muralha da China, ou melhor do Paraguai.
PS: Você percebeu que o título não estava errado, não é? Fluminense Gunha.
Esta Sulamericana é um retorno ao passado das ROMÂNTICAS Libertadores de outrora com seus jogadores dopados e/ou ensanguentados.
ResponderExcluirSem aquela frescurada à européia que a atual Libertadores se transformou.
Segue resenha do jogo no Blá blá Gol:
Um jogo sulamericano de um time copeiro
O FLUZÃO está VIVO E FORTE !!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAndré Zimmermann
Mais forte do que vivo. rsrs
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