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quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Meu filho é homossexual"

          Tenho uma amiga que nasceu em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte. Entretanto, antes que um mossoroense fique irritado e me insulte, o lugar não é um interior qualquer. É a segunda maior cidade do estado, e fica mais próxima de Fortaleza – 260 km -, do que de natal – 270. Fiz a ressalva porque existe uma rivalidade danada entre Natal e Mossoró, e sendo eu natalense... Mas o que interessa, nesta crônica, é a minha amiga. Pois bem, ela era funcionária do Banco do Brasil e trabalhava em uma agência aqui, em Florianópolis. O fato que vou relatar se passou há uns quinze anos.

          Minha amiga, é assim que vou chamá-la, dava expediente no setor de câmbio. Em se tratando de ordem de pagamento vinda do exterior, por exemplo, o papo era com ela. Havia, no entanto, uma coisa que chamava atenção dos funcionários do banco: todo mês uma mulher de meia-idade ia até a agência para sacar uma quantia que lhe era enviada da Europa. Não era pouco, amizade. O valor, em dólar; cerca de cinco mil. A moeda americana, a época, valorizadíssima. Sim, você pode me questionar, o que isso tem demais? Aí que está o xis da questão. A beneficiada chegava sempre chorosa, semblante caído. A tristeza saltava do rosto dela e cravava as garras nos bancários presentes. Ninguém ousava perguntar o motivo de tanta consternação. “Ora bolas, a pessoa vem receber uma grana dessa e parece que recebeu uma sentença de morte”, dizia um. “Alguma coisa tá errada”, emendava outro. E todo mês a lamúria e a curiosidade se encontravam.

          Foi então que minha amiga resolveu acabar com o mistério dos dólares amargurados. Esperou a cliente chegar e perguntou, na lata:
- Minha senhora, eu não estou entendendo. Como é que pode a pessoa vir receber uma dinheirama dessa e ficar chorando?

O enigma estava prestes a ser elucidado.

- É que esse dinheiro é enviado pelo meu filho, que mora na Europa. - Explicou a cliente. E completou:
- Ele é homossexual, e é assim que ganha a vida. Meus parentes discriminam muito ele, e isso me deixa amargurada.

Minha amiga, que nunca teve papas na língua, quis saber:

- Me diga uma coisa, com quem a senhora gasta esse dinheiro?
- Com meus parentes. – Esclareceu.
- Então quer dizer que seus parentes são sustentados pelo seu filho, e ainda o discriminam? – Questionou com ar de espanto.
- Pois é.
- Então mande seus parentes pra P$%@ que pariu. Gaste seu dinheiro e agradeça ao seu filho por te dar uma boa vida. Se os seus parentes discriminam seu filho, então não dê nada a eles. Deixe que eles se ^%#@&.

          A mulher abriu bem os olhos, levantou a cabeça e ficou pensativa. Depois concordou com minha amiga e se foi. No mês seguinte, lá veio ela. Sorridente, bem vestida e altaneira. Daí para frente foi sempre assim.

2 comentários:

  1. E tua amiga fez muito certo. Os filhos da puta estavam vivendo às custas do cara e ainda se achavam no direito de discrimina-lo. Parabéns, amiga do Gile.

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  2. Qualquer pai e mãe viveria dessa forma tristes e de seblantes caído. Pois o que adianta sobreviver com um dinheiro que é adquirido através do pecado. Mas Deus pode e mudar e muda essas pessoas que são enganadas pelo inimigo de nossas almas... assim como Deus muda um drogado, uma prostituta ele também muda e salva os homosexuais. Não descrimino os homosexuais apenas obedeço e acho que todos deveriam obedecer as leis sagradas da palavra de Deus que é a BÍBLIA SAGRADA.

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