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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O sabor das cores

       Verde limão, azul calcinha, rosa pink, amarelo ouro e branco. Pense numa combinação digna de Tiririca. Assim eles passaram diante dos meus olhos. Ninguém me disse, eu vi. Vi com esses meus observadores que verão, domingo, o Fluminense ser campeão brasileiro de futebol. Calmos, serenos e tranquilos – se bem que acho esses três adjetivos a mesma coisa. Aquela infusão de cores do tipo mamãe não me perca na neblina gritaram exigindo minha atenção. E eu não me fiz de rogado. Não dei uma de político pós- campanha. Não, dei-lhes a devida atenção. Atenção mais do que merecida, afinal não é todo dia que podemos ver umas beldades daquelas desfilando em via pública. Parei.


Para ser sincero, eu já estava parado quando eles apareceram. E parado fiquei. Parado feito jumento quando embirra. E por falar nos quadrúpedes, ontem ouvi mais uma falácia própria dos ignorantes. Estava esse babaca aqui em um jantar, quando um colega afirmou que os nordestinos comiam carne de cavalo. Eu, cheio de delicadeza, fui direto ao escutador de novela do camarada.

- Em qual cidade do nordeste você comeu cavalo, animal?

- Não, eu não comi, Gile. - Me falaram.

- E quem foi o jumento que falou tal asneira? – Questionei tirando logo a possibilidade que ele tinha de dizer que foi um parente, um amigo ou alguma outra pessoa do seu círculo íntimo.

- Nem lembro, acho que eu era muito novo. Devia ter uns 15 anos na época. – Respondeu tentando, sem perceber, jogar a informação para um tempo remoto que não merece credibilidade.

- Quem vai pela cabeça dos outro é piolho, meu amigo. Aonde já se viu!, nordestino comendo cavalo!?

Voltando à festa das cores, fiquei tão embasbacado que nem percebi o sinal ficar verde. Continuei saboreando o par de tênis depois que ele cruzou a faixa de pedestre.

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