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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Édipo sem complexo

    Quem nunca ouviu falar no Complexo de Édipo? Quem não conhece o tal complexo, de certo tem ideia de quem seja Édipo. Um bom leitor tomou conhecimento do “pé inchado” – significado, em grego, do nome Édipo – certamente por intermédio da Odisseia de Homero, ou pela leitura de uma obra de Sófocles. Um brasileiro autêntico, sabe alguma coisa do rapaz porque assistiu a uma novela da emissora de Roberto Marinho. E se você, amizade, é admirador de Sigmund Freud, é sabedor da interpretação que a psicanálise freudiana concebeu ao episódio mitológico. Nem novela Global, nem elucubrações libidinosas do famoso austríaco me interessam. Importa-me, mesmo, é a atitude de Édipo ao descobrir que desposara a própria mãe: vazou os próprios olhos e fugiu de Tebas.

     Resumindo a história: Édipo era filho dos reis de Tebas, Laio e Jocasta. Laio foi informado, através do oráculo, que o menino o mataria e casaria com a própria mãe. Não teve dúvidas, mandou que o pimpolho fosse abandonado em um bosque, pendurado pelos pés, para morrer à míngua. Encontrado por pastores, Édipo foi levado a Corinto e adotado pelo rei Políbio. Cresceu sem saber nada sobre seus genitores. Mais tarde, ao ser chamado de filho postiço de Políbio, deixou Corinto. Em sua viagem, teve que duelar com um homem que não sabia quem era. Matou Laio. Chegando a Tebas, desvendou o segredo da Esfinge que atormentava os tebanos e recebeu como prêmio a mão da bela viúva de Laio. Depois de alguns anos, soube que Jocasta era sua mãe. Édipo, então, vazou os próprios olhos e se foi de Tebas.

     A atitude de Édipo, passada batida por muitos, que me chama a atenção é o código de ética dele. Hora, paisano, Édipo não cometeu crime algum quando casou com a mãe. Ele não sabia de quem se tratava. Jocasta foi um prêmio que ele, como benfeitor dos tebanos, recebeu. Mesmo assim, sentiu vergonha. Ele não fez nada de ilegal; sentiu-se, entretanto um imoral. Ontem um deputado americano, Christopher Lee, renunciou ao cargo na Câmara de Representantes dos Estados Unidos. Não roubou, não matou e nem cometeu crime previsto em lei. Foi, contudo, imoral. E renunciou. Bem que nossos homens públicos, como José Dirceu, Antônio Palocci e Pedro Novaes – ministro do turismo que fez uma orgia em um motel maranhense e botou a conta para a câmara pagar -, só para citar alguns, poderiam aprender com Édipo e fugir para o Afeganistão.



2 comentários:

  1. KKKKK!!! Excelente idéia!!!O que ia ter de político fugindo para lá.....

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