Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom está sempre de braços abertos. Para amigos, não-amigos, contentes, descontentes, brancos, pretos, religiosos ou não.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom carrega sempre um sorriso e não poupa simpatia. Às vezes, até para quem não merece. O homem bom, entretanto, não seria chamado assim se fizesse tal distinção.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom anda sempre com a guarda baixa, pois não espera maldade nem outras malinagens vindas da parte de quem foi feito imagem e semelhança do criador. O homem bom acredita, acima de tudo, que o ser humano é bom.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom tem o coração maior do que o de uma mãe. Ora, ora, a mãe, muitas vezes, não comporta outra coisa que não seja fruto do seu ventre. O homem bom, por outro lado, abarca filhos, colegas, vizinhos e até mesmo torcedores rivais.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom parece não temer mau-olhado. Por isso não faz questão de esconder seus sucessos. Talvez acredite na plena proteção que vem do pai das luzes. E parece não ver os risos falsos, os olhares atravessados, a mão escondida atrás das costas com um afiado punhal. Não, um homem bom só vislumbra a paz, a esperança e o amor. O homem bom é, sem sombra de dúvida, divino.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom cuida dos seus como a galinha cuida dos pintainhos que trouxe à luz. Está sempre com as asas abertas para abrigá-los. O homem bom é pura proteção. E de tanta responsabilidade para com os outros, muitas vezes falta-lhe um guarda-chuva quando o temporal recrudesce. Não tem problema, ele ergue a cabeça e mata a sede sem precisar pagar a conta d’água.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Um homem bom acredita no patrão, no chefe e no companheiro de labor. Veste a camisa da empresa, doa-se até não mais poder. E quando o patrão fecha-lhe as portas, o chefe passa a chave e o companheiro ocupa a vaga que era dele, enormes janelas do céu se escancaram para ele. É que, assim como Maurício babilônia, do livro Cem Anos de Solidão, as borboletas enfeitam-lhe o caminho. E os passos do homem bom, diz a sagrada escritura, “são confirmados pelo Senhor”.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Sorte de quem encontra um. Azar de quem o despreza.
Ah, um homem bom, um homem bom.
Ps: Uma homenagem ao meu amigo Paulo Scarduelli, demitido no mês passado da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina. Foi ele o idealizador, o criador e o motor de propulsão do curso de Jornalismo desse estabelecimento de ensino.
Maravilhos, Gilead. O Paulinho fez tudo pelo jornalismo da Estácio e depois foi demitido injustamente. Parabéns pela homenagem.
ResponderExcluirTriste pela injustiça cometida, posso dizer que quem perdeu foi o curso de jornalismo que além de um excelente coordenador, perdemos um ombro amigo, um companheiro, uma pessoa que muitas vezes levava os alunos a reflexão. um cara apaixonado pelo que faz. Foi uma grande perda para faculdade.
ResponderExcluirUm grande beijo e abraço para vc e Paulinho
Luciene Kumm
Como disse Nietzsche, o bigodudo louco. “O que se faz com amor está acima do bem e do mal” É, esse cara bom está para além das fronteiras das nossas instituições. Ele é sagrado, como os dentes enfileirados de um verdadeiro sorriso. Muito Bommmmmmm
ResponderExcluirAquela faculdade não tem mais o ânimo, o calor, a vontade e a luz que o Paulinho radiava. Um verdadeiro homem bom, que acredita na bondade alheia. O que fez este homem se não ajudar a todos? Sempre pensou no melhor para o aluno, para a faculdade, para o curso. Um amigo que foi apunhalado pelas costas, injustiçado e mal visto. Infeliz essas pessoas que não conseguem reconhecer a capacidade do outro. Paulinho faz falta nos corredores, na sala de aula, na coordenação. Só tenho a agradecer esse homem que com os olhos brilhando e um sorriso na cara levanta qualquer alma desanimada. Saudades. A faculdade, os alunos, a coordenação - só perderam. Infelizes que foram na decisão.
ResponderExcluirE pensar o quanto eu me 'emputeci' com esse HOMEM BOM; e mandava meus traços caricatos pra cima dele. E as minhas duas últimas chages, à época, fizeram ele também se 'emputecer' comigo. São os alto e baixos, cheios de curvas bruscas, dessa 'montanha russa' que é a vida. Mas pelas tuas palavras supimpas, vejo que que o HOMEM BOM também te inspirou legal.
ResponderExcluirInfelizmente homens bons sofrem mais.
ResponderExcluirPerfeita alusão!
Parabéns pelo poema e pela sensibilidade.
Quando estava em dúvida entre a Estácio e a Unisul, o Paulinho foi a peça que faltava no meu quebra cabeça. Espero até hoje a resposta do Coordenador de Jornalismo da Unisul. O Paulinho em minutos respondeu ao meu e-mail e respondeu a todos os meus questionamentos. Em um contato por e-mail já tive certeze que de coordenador estaria bem. Não me enganei, sempre que precisei ele esteve disposto a ajudar. Agora, quando voltei a Estácio pra resolver minha situação acadêmica, realmente percebi o quanto o Paulinho faz diferença. Ele era sim quem tocava o Jornalismo pra frente, tentando resolver tudo o mais rápido possível. Estácio sem dúvida nunca mais será a mesma sem mestre e amigo Paulinho.
ResponderExcluirO Paulinho não foi apenas meu coordenador, foi um amigo. Uma pessoa mente aberta, presente, que estava lá para intermediar nossas desavenças com a Estácio de Santa Catarina, Ary (diretor geral), Jolmar (ditador) e Felipe $ena (mal educado), além das grotescas falhas da Estácio do Rio, que me tirava do sério.
ResponderExcluirEngraçado que eles demoravam, e como, para resolver determinados problemas envolvendo alunos, enquanto a demissão do coordenador foi rápida.
Desejo todo o sucesso ao Paulinho, mais uma vítima, assim como eu e muitos amigos e colegas acadêmicos, das atitudes irresponsáveis da direção da Estácio.