Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão.
O problema é antigo, do tempo de João Terceiro
Que declarou ser de “couto” e “homizio” o território brasileiro.
Todo tipo de bandido que infestava Portugal
Veio morar cá na terrinha, fazendo assim do Brasil
Refúgio de marginal.
Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão.
O sangue de nossas veias tá cheio de malinagem
O brasileirinho nasce já pensando em sacanagem.
Quando assume cargo público, é um salve-se quem puder
Mete a mão no cofre alheio, rouba tudo que é possível
E põe no nome da mulher.
Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão.
Quando estuda pra ser doutor a desgraceira é total
Entra pra o crime advogando a contravenção penal.
Se através de um padrinho vira dono do Supremo
Quem fica bem é o milionário, mesmo sendo estuprador
Parceiro e amigo do demo.
Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão.
Quer levar vantagem em tudo, o esperto tupiniquim
É sempre o outro o errado, é sempre o outro que é ruim.
Mas se a chance de lucrar nas costas do irmão aparece
Pro inferno, ética imunda, Deus lá do céu me desculpe
Que o diabo ouviu minha prece.
Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão.
E mesmo levando a vida o tempo todo enganando
Quer exigir do político honestidade no comando.
Sendo o gestor público uma extensão da sociedade
É a lama que ele procura, pois porco não quer perfume
Quer sujeira e leviandade.
Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão.
É preciso arrancar o cancro, livrar-se do sangue ruim.
Pra começar a reforma, sabão no judiciário
Pois ele é sócio do crime, parceiro da ladroagem
E amigo íntimo do salafrário.
Não é brincadeira, amigo
Não é brincadeira, nao
Pra todo lado que eu olho
Dou de cara com um ladrão
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