Ai, meu jesuizinho
cristinho!, os médicos que atendem pelo SUS vão cruzar os braços. Sério, os
danadinhos – e as danadinhas também, claro – estão protestando contra os baixos
salários e as más condições de trabalho. Pelo menos foi isso que a Folha de São
Paulo registrou hoje. Euzinho aqui acha que a briga é apenas por dinheiro. Esse
papo de melhora nas condições de trabalho é conversa fiada. Tudo grupo, como
diz o filósofo da periferia. Para ter o apoio da população, os de branco alegam
preocupação social. Não que o Gile ignore as péssimas instalações do sistema
único de saúde. É de chorar em alemão. Essa parada dos médicos, pelo menos, é
por aumento salarial; só isso. Em uma sociedade fragmentada, quebrada em miúdos
e desconectada – apesar da internet – cada qual luta pelo seu pedaço. “Que se
dane o mundo que eu não me chamo Raimundo”, é a frase que melhor reflete o
cidadão atual.
Com os médicos não é
diferente. Sim, temos raras e salutares exceções. No geral, contudo, é cada um
por si e o governo contra a maioria. Só quem não faz greve por aumento de
salário é a turma do judiciário. A rapaziada da política também não, lembrei
agora. E pelo mesmo motivo: são parceiros na rasgação do dinheiro público. Agora
vamos combinar: o que tem de médico dando “migué” em plantão, hem. As denúncias
se amontoam por todo o Brasil. A qualidade no atendimento é para lá de
questionada. Só não entendo o motivo de o pessoal dos serviços gerais não estarem
de mãos dadas com os médicos. Se a briga é, também, por melhoria nas condições de
trabalho, o ambiente nos hospitais carece de transformação urgente. E os
enfermeiros? E os técnicos de enfermagem? Estão todos ganhando altos salários? Se
os médicos vão parar, que parem todos os profissionais da área da saúde.
E tenho uma sugestão a
fazer ao movimento grevista: direcionem as ambulâncias com doentes para as
câmaras municipais, assembleias legislativas, prefeituras, palácios de
governadores e outros cabarés semelhantes. Quem sabe? Pode até dar certo.
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