“Tá
chegando o verão, muito amor no coração”, diz o poeta. De barriga vazia, meu
chapa, não tem amor que resista. E é bom que fique esperto quem pretende curtir
os 30 dias de calor em Floripa. Almoçar, por aqui, simpatia, não é brinquedo
não. Só para que vossa santidade tenha uma ideia: Ontem,
domingo ensolarado, temperatura chegando aos 28º, resolvo ir almoçar em Santo
Antônio de Lisboa. O recanto açoriano da ilha é uma conhecida via gastronômica.
Chego lá por volta das 13h.
Simplesmente não tem onde estacionar. Vou seguindo, seguindo, até o Sambaqui.
Nada. Nem uma mísera vaga. A paisagem encantadora desvia a atenção do
estômago. Faço todo o percurso de volta e necas trepas de pitibiriba. Vez por
outra, paro na frente de um restaurante e olhava para dentro: gente saindo
pelo ladrão. As filas de carros estacionados na rua me disseram: “imagine como
vai ser andar aqui em janeiro”. Deixei o peixe para outro dia e rumei para o
Pântano do Sul, no oposto de onde eu estava.
Por
volta das 14h30, parei o cavalo na beira da praia do Pântano. Quando chega a
bóia, o garçom fez a tradicional pergunta: “bebe alguma coisa?”. Refrigerante quente,
meu chapa, ninguém merece. E ele tenta concertar: “o senhor quer gelo?”. Quase
que pergunto se ele costuma oferecer gelo para a gambazada colocar na cerveja.
É que as geladeiras só aceitam cerveja, de certo. É como se o cliente não tivesse
direito a um simples refri gelado. Acho que é a ditadura da cerveja. Reclamei,
claro. O gerente, ou era o dono, sei lá, ficou de cara amarrada. Mais uma vez,
a vista compensava. Na volta, mais engarrafamento. A televisão avisava: “em
Salvador, Vasco da Gama 1, Bahia 0”. Pelo menos uma boa notícia naquela fila
nojenta. E ainda estamos em outubro. Imagine o que te espera na alta temporada,
jacaré. Natal, cidade do sol, dia 4 de janeiro estarei aí. Quando esse furdunço
acabar eu volto.
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