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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Senador quer chicote, cadeia e leis mais rígidas


     Reditário Cassol é o nome do cidadão. Cidadão, não, senador. Político, no Brasil, assim como jogador de futebol, está em outra casta – a mais elevada. Reditário – pasme, mas é nome de gente – botou a boca no microfone do senado para dar porrada em presidiários. Com um discurso capaz de enganar crianças de três a quatro anos, o lindão rugiu: “Senadores, precisamos modificar um pouco a lei aqui no nosso Brasil, que venha favorecer sim as famílias honestas, que pagam imposto para manter o Brasil de pé e não criar facilidade para pilantra, vagabundo, sem vergonha, que devia estar atrás da grade de noite e de dia trabalhar, e quando não trabalhasse de acordo, o chicote, que nem antigamente, voltar". Pra ser sincero, acho até que o cérebro de piolho está certo quando reclama que pilantra, vagabundo e sem vergonha deveria estar vendo o sol nascer quadrado. Pois foi isso que pensaram os franceses em 1790. Revoltados com o sistema de governo, quase mil pessoas invadiram a prisão da Bastilha, esfaquearam até a morte o governador (Bernard-René de Launay) e chutaram a tirania real para escanteio. A queda da Bastilha significou que o poder estava mudando de mãos. Passava daqueles que discutiam mudanças para aqueles que faziam alguma coisa para alcançá-las. É, Reditário, dá ideia, dá.

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