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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Berti, agora, é mamãe

     Berti Albuquerque é mamãe. Nasceram os filhos da bicuda. Quem é Berti? Não, não é atriz de novela, cinema ou teatro. Tampouco foi flagrada, duas horas antes de engravidar, com um badalado jogador de bola. Vida de celebridades, meu chapa, não me diz respeito. E se não diz, não me interessa assistir  reportagens de três horas a respeito do suposto filho de um peladeiro com uma também suposta modelo. Esse tipo de matéria - que nem de longe deve ser considerada jornalística - não passa de intromissão na vida alheia. E no dia seguinte, o cidadão sem marido ou sem roupa para lavar não fala em outra coisa: "nasceu a filhinha de fulano; é a cara do pai". O outro responde: "já nasceu famosa; isso que é sorte". Vai te catar, né. Vai limpar um quintal, lavar uma louça ou passar umas camisas. Claro, há outras opções - ler um Hemingway, ver um documentário ou cuidar das próprias finanças. Isso não é notícia, meu filho, é engodo. O nascimento dos filhos de Berti, entretanto, é notícia.
Berti e seus pupilos
 - Quem danada é Berti, Gilead? - está se perguntando o leitor, ou a leitora, mais afoito, ou mais afoita. Berti Albuquerque, simpatia, é a carijó da foto acima que ganhei há poucos meses e mora junto com o galo Berlusconi na República Três Platôs. Batizei a penosa em homenagem a primeira chefe de Estado das Américas, Brites Albuquerque. Esposa de Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, assumiu o comando por lá quando ele foi a Portugal tomar satisfação com o rei. Sim, mudei um pouco o nome da mulher. Achei Brites muito fresco para uma galinha. Berti é muito mais parecido com uma poedeira. O fato é que Berti, depois de 21 dias de encarceramento coluntário em seu ninho, teve filhotes. Cinco. Isso é notícia, paisano. Me diz respeito. O aumento do meu patrimônio em cinco novas cabeças de aves é notíca, sim. 

     Teve época em que eu assistia tudo que era jornal para ficar bem informado. Ainda bem que parei, senão estaria, hoje, dando coice e relinchando. Imagine, camarada, o cara acordar e ligar a televisão em um telejornal. É desgraça na certa. Pense numa maneira de começar mal o dia. "Morreu", grita um; "Crise", alardeia outro; "Avaí na segundona", enche o saco um bastardo. Tô fora. E como é bom ter internet. Claro, você mesmo seleciona o que quer saber. Liberdade, liberdade, liberdade. Não preciso mais de um guia para asseverar o que terei de ficar sabendo. Berti Albuquerque está cuidando de cinco filhotes - um amarelinho do pescoço pelado, um cinzento e três alvinegros. Não, não é um corintiano, outro vascaíno e o terceiro abecedista. 
Berti durante o cárcere voluntário de 21 dias


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