Hoje, sete de abril, é dia de que? Não sabe? Que coisa feia! Na verdade, não é tão feio assim; fiquei sabendo há pouco. É dia do jornalista, meu caro. Eu, particularmente, não sou chegado a essa coisa de se comemorar o dia disso ou daquilo. Dias das mães, por exemplo, é uma forma de aquecer o comércio. Dia dos pais, dos namorados e por aí vai. É tudo motivo para gastar o rico dinheirinho. Mas, cá para nós, quem é que gasta alguma coisa no dia do jornalista? O comércio nem sabe que esse negócio existe. Conversei com uma pá de jornalistas hoje, e nenhum tocou nesse assunto. Acho mesmo é que nenhum, assim como eu, sabia dessa palhaçada. Ah, vamos combinar: que diferença faz a instituição da data? O comerciante, coitado, se fosse depender do sete de abril para vender alguma, coisa tava frito. Você sabe, paisano, qual o piso salarial da categoria? Não, não vou contar para que não digas que estou mentindo.
Para teres uma ideia, a diária de um pedreiro, aqui, em Floripa, não é menos de R$ 150,00. Uma diarista cobra, em média, R$ 80,00 por faxina. Se levarmos em conta o piso salarial do jornalista catarinense, R$ 1.300,00, a diária do profissional de comunicação é de R$ 65,00. Isso mesmo, levando-se em conta vinte dias trabalhados, o valor é bem esse. Aí o maluco dá-lhe fazer hora extra. Aí a sociedade dá-lhe querer boas matérias. Aí o patrão dá-lhe querer produtividade. Aí o Supremo dá-lhe bordoada. Claro, os togados acabaram com a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Qualquer pessoa, com o mínimo, eu disse o mínimo, conhecimento da língua portuguesa, pode escrever em um jornal. Lógico, é só o veículo ter um ou dois editores mais ou menos que a festa está feita.
Aí um louco me mandou um email dizendo: “parabéns pelo seu dia”. Vai te danar, Zé Mané, quem foi que te disse que hoje é meu dia? Meu dia foi ontem, é hoje e será amanhã.
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