- Velho safado, joga bola três vezes por semana e agora vem para a fila de idosos. – Murmurou um cliente na fila da agência bancária.
O sexagenário, visivelmente contrariado, girou a cabeça em movimento de 180 graus tentando identificar quem fez o desdenhoso comentário. Foi quando o “agressor”, de cabeça baixa, simulando não ter nada a ver com o acontecido, ergueu a fronte. Ambos riram. Eram amigos de longa data. E batem a bolinha deles na AABB de Florianópolis. Ainda vermelho devido ao desconforto criado pela pretensa hostilidade, o aposentado defendeu-se:
- Tenho direto, né, amigo. E se tenho, uso-o.
Verdade. Direito todos nós temos. E reconhecemo-lo a quilômetros. O que quase não conseguimos enxergar é o dever. Direito, vemos até quando não é nosso. Dever, ainda que nosso seja, acreditamos que tem outro dono. Pois é.
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