Gente do céu, depois do julgamento do Caso Isabela, eu acho que a impunidade foi varrida desse país. Escafedeu-se, picou a mula, virou gás, deitou o cabelo e foi morar, de vez, em um lugar bem distante do paraíso verde e amarelo. Claro, quando vi – pasme jacaré – homens e mulheres na porta do fórum onde se passava o julgamento dos Nardonis, em plana madrugada de sábado, cheguei a conclusão que a coisa era séria: o Brasil nunca mais será o mesmo.
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quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Anúncio de jornal
Olha a pipoca! Olha a pipoca!
É barata e espanta a fome.
Olha a cachaça! Olha a cachaça! Um trago pra cada homem.
Olha o repórter! Olha o repórter!Cala a boca ou muda o nome.
- Não calo!
- Vai calar sim!
- Vou falar!
- Ah, não vai não!
- Vou gritar!
- Cerro teus lábios!
- E se eu me dobrar?
- Tens o pão.
- Mas, preciso de holofotes!
- Corta essa; és mais um João.
Tô comprando jornalista,
Cada um diga sua valia.
De ante mão já aviso,
Pago pouco, uma ninharia.
Mas prometo uma mordaça,
Dois tapa-olhos e uma guia.
Se eu não achar jornalista,
Me contento com fantoche.
Me custa uma mixaria,
Faz o que eu mando, num trote.
O mercado tá em baixa,
Cinquenta pila no lote.
É barata e espanta a fome.
Olha a cachaça! Olha a cachaça! Um trago pra cada homem.
Olha o repórter! Olha o repórter!Cala a boca ou muda o nome.
- Não calo!
- Vai calar sim!
- Vou falar!
- Ah, não vai não!
- Vou gritar!
- Cerro teus lábios!
- E se eu me dobrar?
- Tens o pão.
- Mas, preciso de holofotes!
- Corta essa; és mais um João.
Tô comprando jornalista,
Cada um diga sua valia.
De ante mão já aviso,
Pago pouco, uma ninharia.
Mas prometo uma mordaça,
Dois tapa-olhos e uma guia.
Se eu não achar jornalista,
Me contento com fantoche.
Me custa uma mixaria,
Faz o que eu mando, num trote.
O mercado tá em baixa,
Cinquenta pila no lote.
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segunda-feira, 29 de março de 2010
Maldita agulha
Estou revoltado. Acabei de ser submetido a torturas físicas. Tudo bem, exagerei um pouco; digamos que foi uma tortura limitada a região bucal. Calma, calma! Tive um dente obturado. Ué, não é pra ficar indignado? Ontem vi uma reportagem mostrando que o homem já é capaz de ler o pensamento! Pois então!? Cria uma máquina para ler pensamentos, mas não é capaz de fazer com que nos sentemos na cadeira do dentista sem sentir frio na barriga! Agulha desgraçada!
sexta-feira, 26 de março de 2010
Me engana que eu gosto
Estava este escriba fazendo um lanche, hoje, em um supermercado daqui, de Florianópolis, quando percebeu, ao lado dele, uma senhora acompanhada do pequeno herdeiro. O piá não tinha mais que sete anos e pesava não menos que sessenta quilos. Comia alucinadamente. Mordia com avidez os salgadinhos que recebia da mãe; não sem antes lambuzar a iguaria com ketchup e maionese. E repetia a melaceira cada vez que dava uma bocada na guloseima. Foi quando a mãe, sempre a mãe, ofereceu-lhe um chocolate para ele tomar. A resposta do guri foi muito inteligente, mas soou como uma desculpa esfarrapada, ou inocente:
- Não; chocolate engorda. Eu quero é ficar forte.
Hum, sei... Engorda.
- Não; chocolate engorda. Eu quero é ficar forte.
Hum, sei... Engorda.
quinta-feira, 25 de março de 2010
O kit do brasileiro
Como você sabe, neste blog só coloco conteúdo produzido por mim, seja texto, foto ou vídeo. Mas recebi, hoje, um email que vou reproduzir para depois comentar.
KIT DO BRASILEIRO:
*Vai transar?*
O governo dá camisinha.
*Já transou?*
O governo dá a pílula do dia seguinte.
*Teve filho?*
O governo dá o Bolsa Família.
*Tá desempregado?*
O governo dá Bolsa Desemprego.
*Vai prestar vestibular?*
O governo dá o Bolsa Cota.
*Não tem terra?*
O governo dá o Bolsa Invasão e ainda te aposenta.
*RESOLVEU VIRAR BANDIDO E FOI PRESO?*
a partir de 1º/1/2010 O GOVERNO DÁ O AUXÍLIO RECLUSÃO?
*esse é novo* >> Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa que, é de R$798,30 "por filho" para sustentar a família, já que o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos por estar preso. Não acredita? Confira no site da Previdência Social.
*Mas experimenta estudar e andar na linha pra ver o que é que te acontece!*
"Trabalhe duro, pois milhões de pessoas que vivem do Fome-Zero e do Bolsa-Família, sem trabalhar, dependem de você"
Se vc é brasileiro passe adiante.
Juro por Deus, quem me enviou esta pérola foi uma jornalista, daqui de Florianópolis. Como você leu, ao término do texto o escrevinhador lança um desafio para quem recebe: passar a mensagem adiante. Quero crer que a moça fez isso sem ler o conteúdo, mas duvido muito. O certo é que, em ano eleitoral, esse tipo de panfleto costuma invadir nossas caixas de emails. Mas vamos combinar, a pessoa que deu cria a essa confusão de letras e ideias é muito mal intencionada, ou então, é um poço de ignorância. Quando ela fala em governo, remete automaticamente ao atual comando da nação – Lula, em suma. É exatamente aí que ela assina o próprio atestado de insensatez política e histórica.
Analisemos alguns elementos do Kit:
Seguro desemprego: Foi instituído em 1986.
Auxílio reclusão: Criado em 1991 – ela diz que é novo.
Bolsa invasão: Talvez ela esteja se referindo a reforma agrária, iniciada no Brasil em 1964 e ansiada pela grande maioria da população. Só quem é contra é o grande latifundiário – acho que é o caso do redator em questão.
Bolsa cota: De fato, criada no atual governo com o intuito de levar o menos favorecido à universidade. É uma medida polêmica, não tenho dúvida. Mas há argumentos fortes, tanto contra como a favor.
Fome Zero: Projeto que está sendo visto com bons olhos pelos principais chefes de governos do mundo.
Eu pergunto: a quem interessa a divulgação dessas asneiras? Que me desculpe os quadrúpedes.
KIT DO BRASILEIRO:
*Vai transar?*
O governo dá camisinha.
*Já transou?*
O governo dá a pílula do dia seguinte.
*Teve filho?*
O governo dá o Bolsa Família.
*Tá desempregado?*
O governo dá Bolsa Desemprego.
*Vai prestar vestibular?*
O governo dá o Bolsa Cota.
*Não tem terra?*
O governo dá o Bolsa Invasão e ainda te aposenta.
*RESOLVEU VIRAR BANDIDO E FOI PRESO?*
a partir de 1º/1/2010 O GOVERNO DÁ O AUXÍLIO RECLUSÃO?
*esse é novo* >> Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa que, é de R$798,30 "por filho" para sustentar a família, já que o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos por estar preso. Não acredita? Confira no site da Previdência Social.
*Mas experimenta estudar e andar na linha pra ver o que é que te acontece!*
"Trabalhe duro, pois milhões de pessoas que vivem do Fome-Zero e do Bolsa-Família, sem trabalhar, dependem de você"
Se vc é brasileiro passe adiante.
Juro por Deus, quem me enviou esta pérola foi uma jornalista, daqui de Florianópolis. Como você leu, ao término do texto o escrevinhador lança um desafio para quem recebe: passar a mensagem adiante. Quero crer que a moça fez isso sem ler o conteúdo, mas duvido muito. O certo é que, em ano eleitoral, esse tipo de panfleto costuma invadir nossas caixas de emails. Mas vamos combinar, a pessoa que deu cria a essa confusão de letras e ideias é muito mal intencionada, ou então, é um poço de ignorância. Quando ela fala em governo, remete automaticamente ao atual comando da nação – Lula, em suma. É exatamente aí que ela assina o próprio atestado de insensatez política e histórica.
Analisemos alguns elementos do Kit:
Seguro desemprego: Foi instituído em 1986.
Auxílio reclusão: Criado em 1991 – ela diz que é novo.
Bolsa invasão: Talvez ela esteja se referindo a reforma agrária, iniciada no Brasil em 1964 e ansiada pela grande maioria da população. Só quem é contra é o grande latifundiário – acho que é o caso do redator em questão.
Bolsa cota: De fato, criada no atual governo com o intuito de levar o menos favorecido à universidade. É uma medida polêmica, não tenho dúvida. Mas há argumentos fortes, tanto contra como a favor.
Fome Zero: Projeto que está sendo visto com bons olhos pelos principais chefes de governos do mundo.
Eu pergunto: a quem interessa a divulgação dessas asneiras? Que me desculpe os quadrúpedes.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Vou virar bandido; porque agora eu sou apenas um viciado!
Entrevista com um viciado em crack encaminhado ao presídio de São Pedro de Alcântara (grande Florianópolis) depois de ter ficado três meses preso na Central de Polícia da Capital.
1-Por que você foi preso?
Eu fui pego com 12 pedras de crak.
2-Você, então, é traficante?
Não eu sou usuário; as pedras eram para consumo próprio.
1-Por que você foi preso?
Eu fui pego com 12 pedras de crak.
2-Você, então, é traficante?
Não eu sou usuário; as pedras eram para consumo próprio.
terça-feira, 23 de março de 2010
Imbituba é o campeão catarinense de 2010
O Imbituba é o campeão catarinense de 2010. Ninguém me contou; eu assisti – ao vivo – a festa da conquista. E para você, que não está por dentro do campeonato de futebol Barriga-verde, posso te dar os detalhes do título. Foi domingo passado. O embate realizou-se na cidade de Imbituba, onde o time da casa enfrentou o campeão estadual de 2009. Vai dizer que não sabe quem conquistou o caneco no ano passado?! O time do Guga, jacundá. Digo “time do Guga” porque foi assim que o Avaí ficou conhecido fora de Santa Catarina; pelo menos até o ano passado, quando jogou pela primeira vez na divisão de elite do Brasil. E não venha me dizer que em mil novecentos e antigamente a equipe florianopolitana já esteve na vitrine da CBF. Isso foi no tempo em que Legião Urbana ainda era rural. À época, até o time da minha rua foi convidado para participar do brasileiro. Eu teria que ser muito ignorante, se quisesse defender um passado glamoroso do selecionado azul e branco. Voltemos à peleia.
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segunda-feira, 22 de março de 2010
Chegou mais meio!
Que o Brasil é o país do futebol, embora não o tenha inventado, ninguém duvida. Que todo brasileiro adora uma partidinha do esporte que consagrou Diego Maradona, quase ninguém duvida. Que eu bato uma bola redondinha, todo mundo duvida. Mas digo de antemão: duvida porque nunca viu minha canhota em efervescência. Quero alertar, por sinal, que estou regressando aos gramados. Aproveito para sugerir aos comentaristas esportivos de Floripa que apareçam na AABB de Coqueiros nesta semana. Não esqueça, gente honesta, que ao escrever “comentaristas esportivos” refiro-me aos jornalistas que dão opinião sobre futebol. E estes carecem de acompanhar minha volta às quatro linhas, que ocorrerá hoje. Quase que eu escrevia “acontecerá hoje”, mas como aprendi que o que tem data e hora marcada não acontece, usei a palavra “ocorrerá”. Pois então, depois de dois meses entregue ao departamento médico, fui liberado pelo meu fisioterapeuta, Rodrigo, para uma partidinha leve.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Fala sério, Valério
Ontem à noite fui jantar em um restaurante na Avenida Beira-Mar, aqui em Floripa. O estabelecimento estava lotado. Percebi que pairava uma euforia sobre – pasme, brasiliano - quase todas as mesas. As pessoas estavam agitadas, os olhos querendo saltar das órbitas que, aquelas alturas, eram grilhões aprisionando a busca por algo sobre-humano. O zum-zum-zum era intenso. A comida nas mesas era algo de somenos importância. Os presentes estavam tão extasiados que não notariam, tenho certeza, se o Homem Aranha adentrasse o recinto para resolver uma desavença com o chefe dos garçons. Se Paulo Maluf chegasse, não levaria uma mísera vaia! Pra ser sincero, acho que até José Sarney passaria despercebido no ambiente. A não ser que ele se posicionasse entre as pessoas e a parede. Aí alguém, não tenho dúvidas, diria: “ô, de bigode, sai da frente da televisão que eu quero ver o Big Brother”.
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quinta-feira, 18 de março de 2010
Zenete, querida, pega leve
Encontrava-se vosso escriba – eu, no caso - dirigindo pela BR-282, acesso a Florianópolis, quando foi ultrapassado por um caminhão-baú. O monstrengo fez a ultrapassagem e seguiu pela faixa da esquerda passando por tudo e por todos. Fiquei prestando atenção naquele Nigel Mansell versão verde e amarela e percebi que o bonitão começou a ziguezaguear feito cobra na areia quente. Ele balançava de um lado para o outro como se fosse jogar o trambolho motorizado para cima do veículo ao lado. Ninguém sabia o que o mequetrefe intencionava. A fila da direita estava coesa, com os carros quase colados uns nos outros. Só então percebi uma saída para a marginal. Os motoristas que estavam na minha frente frearam bruscamente e o maledeto deu uma guinada para a direita. O desmiolado fez uma mágica no asfalto e conseguiu sair da BR, acessando a via lateral. Dei uma última olhada no baú e li: Zenete.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Eles sabem tudo de Big brother
Um dia desses eu estava conversando com alguns colegas - moças e rapazes -, quando a prosa rumou para o lado do Big Brother. Meu Deus! Como diz a gurizada: fiquei de cara! Eles falavam a respeito dos personagens do reality show como se fossem velhos amigos. Sabiam “tudo” sobre a personalidade dos quase-famosos. Discutiam com vívido prazer a respeito de tudo que concernia aos globais. Eu, semi-analfabeto em besteirol, averso a futilidades e repulsivo quanto aos esgotos advindos da televisão, caí fora. Depois fiquei pensando: será que esses meus amigos conhecem os próprios pais tanto quanto conhecem os famosos? Tomara que sim, mas creio que não.
terça-feira, 16 de março de 2010
Um tapinha não dói
“Um tapinha não dói, um tapinha não dói”. Qual o brasileiro que, querendo ou não, deixou de escutar esse clássico da música erudita? E então, gente boa, um tapinha dói, ou não dói? A começar pela construção da frase, dói. Óbvio, não é “um tapinha”, e sim, uma tapinha. Levando em conta a letra da canção, até que essa é a parte menos doída. Entretanto, doendo ou não, concordando ou não, quase todos nós ouvimos. Mais do que escutar, nós aceitamos o que foi cantado. Na semana passada um jogador de futebol saiu na tapa com a namorada na frente dos amigos. No outro dia a imprensa, de modo geral, caiu de pau no atleta estapeador. Um dos amigos resolveu defendê-lo e argumentou que “todo mundo” já deu uns tabefes na mulher. Ah, os boleiros, aqui lembrados, pertencem ao clube de Regatas Flamengo.
Domingo passado uma emissora de televisão brasileira divulgou imagens de uma baile na favela da Chatuba, no Rio de Janeiro. No meio da muvuca alguns traficantes exibiam armas de fogo e protegiam um jogador de futebol. O boleiro também joga no Flamengo. Ao ser entrevistado, dias depois, o boêmio achou natural o que fizera. E mais, declarou que não foi um ato isolado, mas costumeiro. Ou seja, andar ladeado por criminosos não é nada demais.
Primeiro um bate na namorada, depois outro aparece com bandidos. E a vida segue, como se o homem já estivesse totalmente bestializado. Como se nós não estranhássemos mais nada. Como se os valores morais e o respeito ao próximo fossem coisas do passado. É, boa vida, vendo desse modo, um tapinha, de fato, não dói.
Domingo passado uma emissora de televisão brasileira divulgou imagens de uma baile na favela da Chatuba, no Rio de Janeiro. No meio da muvuca alguns traficantes exibiam armas de fogo e protegiam um jogador de futebol. O boleiro também joga no Flamengo. Ao ser entrevistado, dias depois, o boêmio achou natural o que fizera. E mais, declarou que não foi um ato isolado, mas costumeiro. Ou seja, andar ladeado por criminosos não é nada demais.
Primeiro um bate na namorada, depois outro aparece com bandidos. E a vida segue, como se o homem já estivesse totalmente bestializado. Como se nós não estranhássemos mais nada. Como se os valores morais e o respeito ao próximo fossem coisas do passado. É, boa vida, vendo desse modo, um tapinha, de fato, não dói.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Desculpa aí
Quando pequeno ouvi uma pessoa, irritada, dizer: “Depois que inventaram desculpa, nunca mais alguém perdeu os dentes”. Apesar da tenra idade, à época, refleti sobre o que escutara e guardo até hoje a assertiva. Uma vez, jogando futebol, um colega falou um monte de bobagens que eram perfeitamente desnecessárias. Vale salientar que as bobagens nem sempre são supérfluas; às vezes são totalmente oportunas. Depois que o zangado percebeu o erro cometido, dirigiu-se a mim e, estendendo a mão, ordenou-me: “Desculpe”. Eu fiquei quieto, pois entendi que ele estava dando uma ordem, quando a situação exigia, da parte dele, um pedido. O cidadão notou que a entonação que usara não era das mais propícias e consertou: “Eu estou pedindo, desculpa”. Aí sim, estirei o braço e apertei-lhe a mão concedendo desculpa. Mas nem sempre as coisas são assim.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Olha a bateria aí, gente!
Estão de brincadeira com a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Primeiro, conforme já publiquei neste modesto espaço, alguém apresentou um projeto de lei concedendo aumento de até nove mil reais para alguns servidores. Gente do céu, quando os deputados descobriram já era tarde demais! Votaram sem saber e deu o maior bafafá. Coitados, foram ludibriados por um ser não identificado que frequenta, na surdina, a casa onde as leis catarinenses são criadas. Tudo bem, tudo bem, depois que um dedo duro delatou o caso, os parlamentares revogaram a lei. Mas aí, os privilegiados já haviam embolsado dois meses de salários polpudos. E ficou por isso mesmo, afinal, não foi culpa dos deputados. A culpa foi do criminoso anônimo que entregou um projeto desconhecido para que os ingênuos deputados aprovassem. Entretanto o ser misterioso voltou a atacar.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Médicos, pacientes e vítimas
Todos nós temos direito a saúde. Todos nós temos direito a um atendimento médico de qualidade. E quando digo nós, leitor, refiro-me aos mais de 190 milhões de brasileiros que moram, abrigam-se e se escondem pelos mais diferentes rincões de nossa pátria – amada e idolatrada. Dentro da minha ignorância médica, mas do alto de meu altruísmo não posso emudecer frente ao debate que assisti, ontem , no programa Conversas Cruzadas da TV COM/SC. A discussão girou em torno do Ato Médico – Projeto de Lei que limita aos médicos algumas ações que, hoje em dia, estão sendo feitas, também, por profissionais de áreas afins. Ora, ora, caríssimo, o que os médicos exigem é ter a exclusividade no atendimento ao paciente. Muito bem; se é isso...
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quarta-feira, 10 de março de 2010
Só de pensar eu lacrimejo
Você, assim como eu, que é chegado a uma leitura, deve ter pulado de contentamento quando soube que haveria uma reforma ortográfica no idioma que consagrou Machado de Assis. Confessa, vai. Agora, que ninguém nos escute, nós pensamos que a mudança iria facilitar nossa vidinha, não pensamos? Encosta o teu ouvido aqui pertinho que vou te contar um segredo: a primeira coisa que imaginei, quando soube da reforma, foi que aquelas regras de acentuação – que maltratavam meus neurônios no tempo de escola – iriam para o espaço. Por favor, não espalha, mas a verdade é que fiquei frustrado. O quê, você também ficou!? Pra ser sincero, considero que a reforma complicou mais a minha vida. Exagerei; não complicou a minha vida – digamos que dificultou meus momentos de Euclides da Cunha.
PM é mau exemplo em Florianópolis
Vamos continuar falando sobre trânsito em Floripa? Quando criança eu tinha em mente qual carreira abraçaria quando me tornasse adulto. Se alguém perguntava o que eu queria ser quando crescesse, eu logo respondia: policial. É bem verdade que desisti, e cedo, do nobre ofício; mas de uns dias para cá ando meio arrependido. Como disse ontem, locomover-se pelas ruas da cidade está cada dia mais difícil. É aí que meus sonhos de infância me atormentam. Enquanto os motoristas peleiam para estacionar seus possantes, policiais militares provam que estão acima da lei. Em plena Praça da Figueira (Praça XV), ao lado de um posto de polícia, tem um estacionamento reservado para motos. Pois não é que os policiais chegam com os autos deles – particulares – e estacionam lá!? Na cara dura. Cheguei a mostrar os veículos para um guarda municipal, mas ele disse que não podia fazer nada. Apesar de se encontrar a 50 metros dos automóveis o guarda avisou-me que – pasmem - não podia sair do posto onde estava.
Tente, amigo, estacionar neste local para ver a multa que levará!
É mole ou quer milho?
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terça-feira, 9 de março de 2010
Assim é que se estaciona!
Estive, na semana passada, entrevistando o Diretor Presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Átila Rocha dos Santos. Conversamos sobre o futuro da cidade, que, para ele, só terá os problemas de mobilidade urbana resolvido se implementar um Plano Diretor Participativo (PDP). Em breve postarei uma parte da entrevista. Quem anda no centro da cidade – a pé, motorizado ou de bicicleta – sabe que não é tarefa das mais fáceis. As calçadas não têm continuidade e apresentam buracos, os motoristas não respeitam a faixa de pedestre, as ruas são estreitas. Todavia, amizade, não podemos esquecer que nós, cidadãos, também relaxamos em nossos deveres. A prefeitura está tomando providências, a partir do PDP que está lançando ainda este mês, para melhorar a situação – tá fazendo a parte dela. Agora veja só o que alguns motoristas fazem pelas vias da Capital:
Tô trabalhando, meu amigo... Calma!
Não enche o saco, rapaz! Tô tentando estacionar, não tá vendo? Imbecil.
Quem teve a brilhante ideia de criar estacionamento aqui?
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segunda-feira, 8 de março de 2010
Uma toalha, pelo amor de Deus!
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, vou relatar o diálogo que ouvi hoje cedo. Na verdade eu peguei o bonde no meio do caminho e o que escutei foi:
- Essas empregadas são folgadas.
- Essas empregadas são folgadas.
- Ah, são. Eu não agüento mais a minha.
- Eu não dou moleza, não. E a senhora tem que entender que a sua relação com ela tem que ser a de patrão e empregado. Nada de intimidades. A senhora paga e ela trabalha; é assim que tem que ser.
- Pois é. Veja só o que a minha anda fazendo: eu tenho umas toalhas lá em casa que são novas. Pois ela toma banho e se enxuga com elas. Ora, nem eu, que sou dona, uso, ela vai usar! É um desaforo.
- Faça o seguinte, cada vez que ela usar uma toalha nova a senhora manda ela levar pra casa e cobre dela uma toalha nova. Quero ver se ela vai fazer outra vez. Eu fiz isso. A minha empregada abria uma lata de pêssego e comia, parecia que estava na casa dela. Aí eu falei pra ela: antes de você comer alguma coisa, na minha casa, verifique o valor na etiqueta que eu vou cobrar. E cobrei! Nunca mais ela fez isso. Faça o mesmo.
- Só se eu fizer isso.
- Não dê moleza não.
Nesse momento acabou minha seção de fisioterapia e tive que me retirar da sala. A dona das toalhas, que não as usava, não tinha menos que setenta anos. A conselheira beirava os quarenta e cinco. Fiquei com vontade de perguntar se elas pagavam todos os direitos que as “empregadas” tinham. Estava curioso para saber se as “mucamas” recebiam hora extra e outros benefícios. Mas, como hoje é o dia da mulher, fiquei bem quietinho. As escravas que me desculpem a covardia. agora, cá pra nós: quase oitenta anos e ainda guardando toalhas! Eu também teria usado, uma por uma. Prá lá, jacaré. Vai querer levar as toalhas pro inferno? Lá só tem fogo, os panos queimarão em um segundinho.
Nesse momento acabou minha seção de fisioterapia e tive que me retirar da sala. A dona das toalhas, que não as usava, não tinha menos que setenta anos. A conselheira beirava os quarenta e cinco. Fiquei com vontade de perguntar se elas pagavam todos os direitos que as “empregadas” tinham. Estava curioso para saber se as “mucamas” recebiam hora extra e outros benefícios. Mas, como hoje é o dia da mulher, fiquei bem quietinho. As escravas que me desculpem a covardia. agora, cá pra nós: quase oitenta anos e ainda guardando toalhas! Eu também teria usado, uma por uma. Prá lá, jacaré. Vai querer levar as toalhas pro inferno? Lá só tem fogo, os panos queimarão em um segundinho.
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sexta-feira, 5 de março de 2010
Teu amor
Procurei por tantos cantos o amor
Me iludi, lutei, mas, erro não faltou
Já cansado de viver na solidão
Você veio e me estendeu a sua mão.
Então eu quis
Quis o teu amor
Então eu vi
Que tudo mudou.
Teu olhar carinho logo transmitiu
Sensação de bem estar me invadiu
Desde então toda tristeza se mandou
Paz e amor a minha vida inundou.
Foi quando eu quis
Quis o teu amor
Foi quando eu vi
Que tudo mudou.
Me iludi, lutei, mas, erro não faltou
Já cansado de viver na solidão
Você veio e me estendeu a sua mão.
Então eu quis
Quis o teu amor
Então eu vi
Que tudo mudou.
Teu olhar carinho logo transmitiu
Sensação de bem estar me invadiu
Desde então toda tristeza se mandou
Paz e amor a minha vida inundou.
Foi quando eu quis
Quis o teu amor
Foi quando eu vi
Que tudo mudou.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Terremoto em Taiwan
Quando abri a página do Diário Catarinense de hoje deparei-me com a seguinte manchete: Terremoto em Taiwan destrói pelo menos cem escolas no país. Abaixo havia, e há, uma foto que não quer dizer muita coisa. Mas ao lado dela estava, e está, escrito: Embora não haja notícias sobre mortes, danos materiais são grandes no país. Ora, amizade, fui tomado imediatamente por um pavor, eu diria até... um pânico. Depois li a matéria e confesso que fiquei, apenas, aterrorizado. Mentira, fiquei levemente irritado. Aos poucos fui ficando chateado e agora estou calminho, calminho. Como só escrevo quando estou desprovido de ira, neste instante passo a colocar a mão na massa – quero dizer, nas teclas.
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terça-feira, 2 de março de 2010
Ligue, mas não se desligue
Faça-se desgraça; e a desgraça se fez. Parece que tem gente que se alimenta da miséria alheia. É bem verdade que nós paramos para olhar um acidente, lemos sobre tragédias e assistimos telejornais sangrentos. Inconscientemente ficamos satisfeitos em saber que aquilo não está acontecendo conosco, é ou não é? O problema é quando não temos outra coisa a fazer senão nos deleitar-mos com o sofrimento do próximo. Falando nisso, você lembra do Haiti? Sabe onde fica? Conhece alguém que mora lá? Quantos noticiários você viu sobre o Haití, nos últimos dois dias?
segunda-feira, 1 de março de 2010
Caminhada à beira-mar
Depois de vários finais de semana longe de Floripa, resolvemos ficar este na ilha. Pra ser sincero, ficamos devido ao aniversário do Lui. Ok, você não sabe quem é o Lui – e o filho de um casal amigo nosso. Mas o guri rende uma boa crônica! No entanto esta não é para ele. A verdade é que, estando em Florianópolis num sábado pela manhã, não me furto a uma caminhada pela beira-mar. Descemos do prédio e nos vemos frente à bela paisagem da orla marítima, um ingrediente a mais para o exercício aliado ao prazer. Não podemos deixar de fazer o alongamento preliminar – aquele puxa e repuxa das pernas e braços que todo fazedor de esportes conhece. Aí começo a perceber que uma despretensiosa marcha pode ser riquíssima em descoberta e constatações sobre o ser humano.
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