O Imbituba é o campeão catarinense de 2010. Ninguém me contou; eu assisti – ao vivo – a festa da conquista. E para você, que não está por dentro do campeonato de futebol Barriga-verde, posso te dar os detalhes do título. Foi domingo passado. O embate realizou-se na cidade de Imbituba, onde o time da casa enfrentou o campeão estadual de 2009. Vai dizer que não sabe quem conquistou o caneco no ano passado?! O time do Guga, jacundá. Digo “time do Guga” porque foi assim que o Avaí ficou conhecido fora de Santa Catarina; pelo menos até o ano passado, quando jogou pela primeira vez na divisão de elite do Brasil. E não venha me dizer que em mil novecentos e antigamente a equipe florianopolitana já esteve na vitrine da CBF. Isso foi no tempo em que Legião Urbana ainda era rural. À época, até o time da minha rua foi convidado para participar do brasileiro. Eu teria que ser muito ignorante, se quisesse defender um passado glamoroso do selecionado azul e branco. Voltemos à peleia.
O plantel comandado por Péricles Chamusca pisou o Ninho da Águia, como é chamado o estádio do Imbituba, com a pecha de imbatível. Do outro lado, o nanico imbitubense, me desculpe o trocadilho, com a faca entre os dentes. Estivesse o famoso cronista Nelson Rodrigues escrevendo, diria que foi um jogo épico. A verdade é que era uma final de campeonato. Os avaianos partiram para cima do inimigo desdentado e bateram como se fosse um policial medonho agredindo um bêbado pobre. Não adiantou; o astuto Imbituba se defendeu correndo de um lado para o outro, fazendo escaramuças e chutando a pelota para o lado que fosse possível. E na única chance que teve no primeiro tempo, o pequeno Davi cravou a afiadíssima espada, que embainhava, no coração do adversário da capital. O gol aconteceu quando o Avaí fez uma falta escandalosa no lado esquerdo da sua área. Digo “escandalosa”, para quem estava torcendo pelo Imbituba. Para os torcedores do Avaí, foi um transparente roubo. Venhamos e convenhamos, jacundá, toda final precisa de emoção, e quando ela não vem o árbitro – sabiamente – trata de inventar uma. Foi o que fez o apitador Edmundo Alves do Nascimento. E fez muito bem, diga-se de passagem. Cobrança de falta feita, e o zagueiro Michel Nunes subiu – pasme, maracujá – quatro metros e vinte centímetros para cabecear a redonda no fundo da meta de Zé Carlos.
Daí para frente o que se viu foi um verdadeiro jogo de xadrez. O elenco da capital tentava de tudo, mas como filosofou certa vez um boleiro, “nem que os jogadores do Avaí tivessem dois pulmões” ganhariam o jogo. O modesto plantel do sul do estado esquivava-se aguardando o último apito do árbitro. E ele veio. A festa no ninho estava armada. Foi aí que o mais inusitado, o nunca antes acontecido na história do futebol tupiniquim, o emblemático, sucedeu. Não sei por que cargas d’água a federação deixou de providenciar o troféu para o campeão. Eis que dois maqueiros - benditos maqueiros – ergueram a cintilante maca, instrumento de trabalho, e deram a volta olímpica no estádio. As águias presentes no ninho foram ao delírio. Todos olhavam para a maca e pareciam ver a Jules Rimet. Eu, em casa, morri de inveja daquele maqueiros, tão criativos, tão garbosos e tão inflamados torcedores. Agora posso afirmar que o futebol de Santa Catarina tem um marco divisório: antes e depois da maca virar taça. E, meu caro, para mim o campeonato acabou. O título é do Imbituba.
O plantel comandado por Péricles Chamusca pisou o Ninho da Águia, como é chamado o estádio do Imbituba, com a pecha de imbatível. Do outro lado, o nanico imbitubense, me desculpe o trocadilho, com a faca entre os dentes. Estivesse o famoso cronista Nelson Rodrigues escrevendo, diria que foi um jogo épico. A verdade é que era uma final de campeonato. Os avaianos partiram para cima do inimigo desdentado e bateram como se fosse um policial medonho agredindo um bêbado pobre. Não adiantou; o astuto Imbituba se defendeu correndo de um lado para o outro, fazendo escaramuças e chutando a pelota para o lado que fosse possível. E na única chance que teve no primeiro tempo, o pequeno Davi cravou a afiadíssima espada, que embainhava, no coração do adversário da capital. O gol aconteceu quando o Avaí fez uma falta escandalosa no lado esquerdo da sua área. Digo “escandalosa”, para quem estava torcendo pelo Imbituba. Para os torcedores do Avaí, foi um transparente roubo. Venhamos e convenhamos, jacundá, toda final precisa de emoção, e quando ela não vem o árbitro – sabiamente – trata de inventar uma. Foi o que fez o apitador Edmundo Alves do Nascimento. E fez muito bem, diga-se de passagem. Cobrança de falta feita, e o zagueiro Michel Nunes subiu – pasme, maracujá – quatro metros e vinte centímetros para cabecear a redonda no fundo da meta de Zé Carlos.
Daí para frente o que se viu foi um verdadeiro jogo de xadrez. O elenco da capital tentava de tudo, mas como filosofou certa vez um boleiro, “nem que os jogadores do Avaí tivessem dois pulmões” ganhariam o jogo. O modesto plantel do sul do estado esquivava-se aguardando o último apito do árbitro. E ele veio. A festa no ninho estava armada. Foi aí que o mais inusitado, o nunca antes acontecido na história do futebol tupiniquim, o emblemático, sucedeu. Não sei por que cargas d’água a federação deixou de providenciar o troféu para o campeão. Eis que dois maqueiros - benditos maqueiros – ergueram a cintilante maca, instrumento de trabalho, e deram a volta olímpica no estádio. As águias presentes no ninho foram ao delírio. Todos olhavam para a maca e pareciam ver a Jules Rimet. Eu, em casa, morri de inveja daquele maqueiros, tão criativos, tão garbosos e tão inflamados torcedores. Agora posso afirmar que o futebol de Santa Catarina tem um marco divisório: antes e depois da maca virar taça. E, meu caro, para mim o campeonato acabou. O título é do Imbituba.
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