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segunda-feira, 22 de março de 2010

Chegou mais meio!

Que o Brasil é o país do futebol, embora não o tenha inventado, ninguém duvida. Que todo brasileiro adora uma partidinha do esporte que consagrou Diego Maradona, quase ninguém duvida. Que eu bato uma bola redondinha, todo mundo duvida. Mas digo de antemão: duvida porque nunca viu minha canhota em efervescência. Quero alertar, por sinal, que estou regressando aos gramados. Aproveito para sugerir aos comentaristas esportivos de Floripa que apareçam na AABB de Coqueiros nesta semana. Não esqueça, gente honesta, que ao escrever “comentaristas esportivos” refiro-me aos jornalistas que dão opinião sobre futebol. E estes carecem de acompanhar minha volta às quatro linhas, que ocorrerá hoje. Quase que eu escrevia “acontecerá hoje”, mas como aprendi que o que tem data e hora marcada não acontece, usei a palavra “ocorrerá”. Pois então, depois de dois meses entregue ao departamento médico, fui liberado pelo meu fisioterapeuta, Rodrigo, para uma partidinha leve.

De coração te digo, paisano, quando o cidadão que não é atleta profissional tem a petulância de asseverar que tem um fisioterapeuta, a casa caiu. Na verdade minha casa ruiu em 2006, quando tive a primeira distensão na panturrilha direita. Vale ressaltar que até então eu chamava essa parte de minha anatomia de “batata da perna”. Após sucessivas lesões, todas mal curadas, elegi um fisioterapeuta. Pra ser sincero, eu escolhi uma clínica que me ajudasse a dar um desfecho positivo à sequencia de contusões, e que me permitisse jogar futebol em alto nível. Não me leve a mal, mas, modéstia à parte, não sou um perna de pau, como os que vejo jogando nos estaduais pelo Brasil. Há quem diga que, se não fosse a idade, eu teria vaga na zaga da seleção de Dunga. Eu, particularmente, acho que não é pra tento, mas entendo o sentimento do torcedor. A verdade é que hoje vou jogar bola.

Vou te confessar uma coisa: dois meses sem correr atrás da gorduchinha é um martírio. Um amigo meu chegou a dizer que minha lesão foi decorrência do estresse. Ah, meu Deus do céu, que machucasse o cotovelo direito. Não me atrapalharia em quase nada. Desde que fosse um machucadinho de leve. Outro amigo me disse: “Você precisa olhar a coisa de um lado positivo”. Pensei bastante e concordei com ele. Fiquei livre, durante dois meses, do Rivelino. Riva é um colega que tem nome de craque, papo de craque, carro de craque, mas não é um craque. Nem passa perto de ser um. Alías, o homem, dentro de campo, é um chato. Fica debaixo da trave esperando que um insensato passe-lhe a bola a fim de que ele possa fazer o gol e sair comemorando como se tivesse ganhado na mega sena. Fiquei livre, dois meses, do Sodré, que pensa ser Nilton Santos e abandona a zaga para se lançar, como um bólido, ao ataque. Quase sempre toma uma bola nas costas e é obrigado a ouvir sonoros “volta Sodré, tu és zagueiro”.

Pensando bem fiquei livre, nestes dois meses, de muita encheção de saco. Fiquei livre do Ivan, que não é o terrível, e não assassinou milhares de pessoas, mas costuma matar de raiva quem joga ao lado dele. Você oferece cinco reais se ele te passar a bola, mas ele, incorruptível, não aceita. Abaixa a cabeça e segue como um touro enfurecido na direção do gol oponente. E não é que às vezes dá certo!? Sem contar que, ao perceber a chegada de “certos companheiros” no clube, vai logo zombando: “Chegou mais meio”. Contudo, a sabedoria gaúcha não o deixa errar na matemática quando chego: “Esse aí é um, não é meio”. Gente boa esse Ivan. Fora do campo, lógico. Fiquei livre do Brandão, do Nereu, do Henrique, do Delegado, e do Fábio. Este último é o árbitro, que apita bem, mas ultimamente vinha deixando de marcar seguidas faltas que eu sofria. Ou seja, de tanto procurar ver as coisas sob o lado bom, quase perdi a vontade de voltar a jogar bola.

3 comentários:

  1. Olá companheiro de luta. Muito interessante esta página tua. Parabéns pela criatividade, pela materia interessante que abordas, inclusive as da AABB, rs.rs.rs...
    Grande abraço Ivan

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  2. Alfredo Waldemar Ataide Rosa16 de abril de 2010 às 17:07

    Finalmente, consegui localizar o seu BLOG, que
    chique, mas confesso que estou decepcionado ,
    (como já disse o mestre Rauzito). Primeiro elo-
    gia, em seguida não respeita nem o nome do cra-
    que represento?
    Abraços.
    ,

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