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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Do Rio Grande do Norte à civilização

     Depois de umas semanas longe de Santa Catarina, fiz como Roberto Carlos - voltei. Enquanto estava no Rio Grtande do Norte, senti uma falta grande da civilização. Tive que retornar, mas antes fpassei por Florianópolis. Só então acelerei o motor do possante em direção à serra. Vida no campo. Nada como passar uns dias tendo aulas de respeito, educação e boa convivência com os quadrúpedes. Ah, os pássaros, apesar de serem bípedes, também conhecem o que é civilidade. E por esse motivo, em determinados dias eu nem sequer ligava o computador. Para quê? Para ficar sabendo de notícias sobre o "caso Bruno"? Não, a civilização estava ao meu dispor. Eu não iria desperdiçar a oportunidade.


          Alimentar os animais é uma experiência que uma pá de pais - da cidade - precisaria vivenciar. Basta chamar um: "Pirata, pirata". Todos sobem o morro em direção ao curral. Eles já sabem que é a hora do farelo. E aí não tem essa de "tô vendo televisão, daqui a pouco eu vou", ou "péra, tô no msn". Não é assim, paisano. Os bois pensam, e eu tenho certeza disso, que a hora em que o dono chama para almoçar é um momento especial. Nada merece mais importância. Sem contar que os cochos são dividos por tamanho dos chifrudos. Cocho pequeno para os pequenos. Cocho maior, e mais alto, para os maiores. E quando um grande cobiça o rango dos pequenos, basta eu dizer "pro seu". Sou atendido de imediato. Nada de ouvir churumelas do tipo "o dele tem mais", ou "a comida dele é melhor". Ontem, porém, precisei regressar a Florianópolis.
           Quando desci a serra, parei para almoçarmos em um restaurante às margens da BR-282. Frio e chuva. Na entrada do estabelecimento havia um casal sentado. Cadeiras bonitas, roupas bonitas. Feio era o que os dois marginais estavam fazendo. Cada qual portava na mão - às vezes na boca -, uma chupeta do capeta. Será que não sabiam que é proibido por lei, fumar em lugares cobertos? A fumaça dos marginas ia direto para dentro do restaurante. Disse marginais porque, ao pé da letra, eles são. Depois de almoçar pegamos a BR-101. Aí foi uma penca de atos incivilizados. Buzinaços, fechadas e outros desrespeitos às leis. Já estou com sentindo falta da civilização.

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